Sempre que se fala em desmandos no interior do estado logo são invocados os antigos delegados de policia, uns civis, outros militares, todos, no entanto iguais em matéria de arbitrariedades. Eram os delegados de policia nomeados por indicação dos coronéis situacionistas, cabendo-lhes, principalmente, dar execução as políticas dos prefeitos municipais.
Esta política consistia, nada mais nada menos do que dar perseguição aos adversários dos chefes que estavam “de cima”, prendendo-os por motivos fúteis, espancando-os, cometendo, enfim, toda sorte de truculências. Isso fazia com que os matutos preferissem os antes cangaceiros aos “macacos do governo”, apelido pelo qual eram tratados os soldados de policia.
Quem mais sofria nessa confrontação eram os pequenos, os trabalhadores do campo, roceiros e demais agregados dos chefes oposicionistas. Despeiteando os pequenos entendia “os paus mandados” de o situacionismo, estarem a desfeitear os grandes, por sua vez chefes dos injustiçados.
Estes, se eram vistos bebendo a sua cachaça, conversando alto nas feiras ou portando suas facas de ponta, logo seriam atingidos pela truculência policial. Daí afirmar a simplória sabedoria dos matutos que o pau quebrava sempre era no espinhaço dos pobres, ou, por outra, que pobre não podia ter opinião. Graças aos desmandos cometidos alguns delegados de policia entrariam para o nosso folclore.
É o caso do famoso Chico de Brito. Quem já não ouviu falar, no interior cearense, na Lei do Chico Brito? Quem, no entanto, não ouviu falar o famoso personagem? E sua lei? Em que consistia? Ao que se sabe, Chico de Brito, homem de posses, dono de engenho de rapadura, uma vez na delegacia de policia de Crato, isso no começo do século passado, instituiu a lei da peia.
Era a palmatória, era o chicote, aplicados nos presos como corretivos, de conformidade com os delitos cometidos. Não se sabe se Chico Brito logrou resultado com a sua malgradada instituição. O que se sabe, no entanto, é da triste fama de verdugo que lhe adveria.
Alberto S. Galeno.
Do lado do Acioli
ResponderExcluirEra intendente no Crato
Coronel Antonio Luiz
Com todo seu aparato
A política era um engodo
E passava o tempo todo
Como o cachorro e o gato.
Mas o tempo foi passando
E o governo ia mal
Aí o povo elegeu
Num pleito limpo e legal
Coronel Franco Rabelo
Sem, trama, roubo ou apelo
Ao Governo Estadual.
Coronel Franco Rabelo
Procurou os seus amigos
Que lutaram do seu lado
Mesmo enfrentando perigo
Assim tinha que escolher
E levar para o poder
Quem sempre esteve consigo.
Para prefeito do Crato
Que se chamava intendente
Ele escolheu um amigo
Chefe político de frente
Coronel Francisco Brito
Na coragem era um mito
Tido como homem valente
Decidiu a tomar posse
Queira ou não queira o prefeito
Se o Rabelo indicou
Assumir era o direito
Tem que ser na força bruta
Mesmo que haja disputa
Vamos assumir no peito
Chegando à prefeitura
A porta estava fechada
O coronel deu a ordem
Não tem conversa fiada
Mostrando ser cabra macho
Botaram a porta abaixo
Nesta cidade do Crato
Doutor Irineu Pinheiro
Sobrinho de Antonio Luiz
Revoltado perguntou
Que lei é essa? Me diz
E o prefeito dando um grito
É a lei de Chico de Brito
Essa lei que eu mesmo fiz.
Eloi Teles.
Morais, não resisti e passei pra deixar meu abraço a você e Nair. Gosto de tudo nesse blog! uma amiga da casa e jardim, a Marília, acessou o blog e adorou! e adicionou aos seu favoritos, não é maravilhoso! Abraço amigo.
ResponderExcluirMaria de Fatima.
ResponderExcluirObrigado, embora saiba que é obrigação de todo varzealegrense elevar nossa terra por esse mundo a fora.
Ô Blog simpático, Morais! Quando eu for ao Cariri vou gostar de conhecer Várzea Alegre, entrar na Igreja São Raimundo Nonato, pedir proteção para seus arrozais, - que venham as chuvas mas não em abundância -, caminhar pelas ruas da cidade, conhecer de perto seu povo espirituoso e bem humorado.
ResponderExcluirFrancisco de Brito que "criou" a "Lei Chico de Brito" não foi também, Prefeito do Crato? Não era pai do Sr. Britinho e de um segundo casamento, pai do reporter da Globo, Francisco José?
Maria de Fátima, aprendi aqui no Sanharol que o povo cratense e varzealegrese têm muitas afinidades.
Ausente do Crato há quase 39 anos, através do Sanharol, tenho relembrado o nosso Cariri.
Sinto que varzealegrenses e cratenses são irmanados pelo bom sentimento da gratidão e da boa vizinhança que sempre existiu entre as duas cidades.
Gosto de ler o que você escreve, é a prova viva e sincera de uma boa filha ausente e ao mesmo tempo presente.
Aceite meu abraço fraterno.
Maria da Gloria.
ResponderExcluirÈ exatamente este, O Chico de Brito, foi prefeito do Crato nas condições que o Eloi conta em seus versos, na marra. Nomeado por Franco Rabelo derrubou o Coronel Antonio Luiz, depois com a queda do Franco Rabelo lhe aconteceu o mesmo, O Coronel Chico de Brito foi deposto, pagou com a mesma moeda. Veja a ultima extrofe do verso do Eloi no primeiro comentario. obrigado pela visita e pelo comentario.
Um bom dia.
Amigo Morais, sobre Francisco José de Brito, o Cel Chico de Brito,como você bem sabe,era filho de Francisco José de Brito, conhecido por Yoyô de Brito, um dos três irmãos, troncos dos Brito dos sítios Malhada, Palmeirinha e São Bento.Chico de Brito era o pai de Francisco José de Brito da Globo. Sou muito amigo do Vicente de Brito, um de seus filhos. Conheci, também, pela Internet a jovem Dinorah Torquato, uma de suas netas, filha de um outro Francisco de Brito, residentes em Fortaleza. Quero te dizer que estou colhendo informações para uma matéria sobre essa história da Lei de Chico de Brito, inclusive, recebí do Vicente uma cópia do cordel escrito por seu ElÓI. Também já colhi alguma coisa através do nosso "amigo Google"
ResponderExcluirCaro A. Correa Lima.
ResponderExcluirV. já leu acho que na Província ou Ytaytera um artigo de Neném Barros sobre a origem da "Lei de Chico Brito"? Consulte o prof. Jurandi TEmóteo. Sucesso na sua escrita.
Abs.
Zé Nilton
Agradeço ao prof. Zé Nilton pela informação.
ResponderExcluirGloria querida, obrigada pelas palavras carinhosas, e por reconhecer no que escrevo,minha verdadeira paixão e gratidão pelo povo,desta duas Cidades. Abraço fraterno.
ResponderExcluirNão "farta" lugar, "pru mode" chibata e palmatória não 're-vô-vé'. Valeu pelo blog!
ResponderExcluirDura lex, sed lex. A Lei Chico de Brito era aplicada nos garotos mais danados pela nossa mãe, Graciosa, de saudosa memória. Dizia ela para nós espertos: 'comigo é na Lei do Chico de Brito'! Apanhei o bastante para me aquetar mais. Nem por isso sou um recalcado, pelo contrário, tenho um orgulho de pertencer esta família honrada. José Maria Anastácio Souza.
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