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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 26 de junho de 2009

O Apelidado.

Houve época, em que o peru só era perseguido no Natal, pois sua complicada criação e engorda, tornava-o difícil e muito caro. A ave só era adquirida em feiras livres ou por encomenda feita a algum sitiante que possuísse criatório. Para matá-lo somente serviçais especializados no assunto, pois antes da degola, o bicho tinha que tomar um porre de cachaça para amaciar a carne. Mesmo com estas dificuldades, um vizinho parecia apreciar muito o prato. Todos os dias na hora das refeições o “torado” era o mesmo. Passe o peru! Peru pra lá, peru pra cá!... Como achávamos impossível uma família consumir tanto a mesma comida, montamos por cima do muro um observatório. Na hora do almoço a tal palavra não apareceu, mas quando terminou o repasto, aí veio à surpresa: Passe o peru! De-me o peru!.. Peru era o apelido do paliteiro.
A. Morais

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