O Sr. Abel era um vendedor de lenhas lá de Várzea Alegre. Certo dia ele chegou na barbearia de Vicente Cesário e começou a conversar: Onte de tarde eu tava tirando lenha na serra do Gravié e achei um reinado encantado. Quando eu desencantei o reinado era tanto do ouro, tanto do luxo e a princesa a coisa mais linda do mundo me deu logo um beijo. Depois me chamou para tomar banho na fonte, me amostrou logo o castelo, as armas, os súditos e me apresentou o rei e rainha. Ela disse ainda que toda aquela riqueza era minha. Abidom que estava sentado na ponta do banco levantou-se e foi logo gritando: Êpa! Num venha por aí não. Aquele reinado eu achei premêro. Derna a sumana passada eu desencantei ele, quando eu tava tirando pau prumode fazer tamanco, num venha querer tomar meu reinado não, qui se não, num vai dar certo. Vicente Cesário vendo o clima tenso resolveu mediar à situação: Calma pessoal, calma. O Senhor rei mandou dizer que o reinado é dos dois. Abel fica com o castelo real, a metade do ouro e a metade das armas. Abidom fica com o castelo do bosque e a outra metade do ouro e das armas. Ele mandou dizer ainda que como não pode dividir a princesa, vai mandá-la para a Europa para estudar e ser freira. Vocês estão de acordo? Os dois responderam ao mesmo tempo: Nós tamo. Nesse exato momento chegou Valeriano que foi falando já bastante zangado: E eu? Vou ficar deserdado? No ano passado quando eu tava pescando corró no riacho da Charneca, eu achei tombem um castelo lá. Vicente Cesário notando que a situação poderia piorar fez outra intervenção: Calma Valeriano. Você também é herdeiro, como você mesmo disse o castelo fica na Charneca e não pertence ao reinado do Gravié, aquele castelo era somente para hospedar a família real e os amigos do rei quando iam cassar avoantes e pescar corró. O Sr . Rei mandou dizer que você pode tomar posse dele. Ficando assim acordado os três saíram para a bodega de Afonso Carlos onde tomaram uns goles comentando a herança real. Nisso chegou Anchieta que também era desprovido de juízo e falou em tom de revolta: Mais é muito engraçado mesmo! Eu que passei seis anos sendo o bobo da corte daquele reinado, fiquei sem nada. Eu esperava que o Sr. rei me desse pelo menos a camareira real, pra eu ir brincar de toca com ela lá no Ronca.
Mundim do Vale
A todos esses personagens da historia do Mundim faltava um pouco de juizo. Dentre eles o Anchieta, era irmão de padre,e quase se ordena tambem. Era um intelectual. Andava sempre muito bem vestido. Muito elegante e educado. Admira-se que, na partilha, ficasse satisfeito com a camareira para brincar de toca. Valei Mundim.
ResponderExcluirMundim, e Morais, acabo de descobrir que me falta é o juízo inteiro. Pois todas as vezes que ia para o Gravié ficava procurando esse tal castelo, nas pedreiras do lugar; que todos diziam existir lá. O danado meus amigos, é que ate mesmo hoje fico me imaginando naquele castelo, pode? Saudades, e lembranças maravilhosas! de todos esses personagens queridos. Fiquem com Deus e com meu carinho. Fátima
ResponderExcluirMaria de fatima.
ResponderExcluirO Mundim é um danado. Sempre que conta seus causos rescata muitos personagens que marcaram nossa terra.
Morais. Aqui vai o histórico dos herdeiros reais:
ResponderExcluirO Sr. Abel era o esposo de Sá Maria, pai de José, Levi e Chichika ( Chica do Rato ).
Abidom era aquele que também queria herdar a casa de Lula Bernadino.
Valeriano era aquele que todo dia trocava bala com o bando de Lampião.
Anchieta fez duas participações em filmes da Atlântida, pasou no vestibular de medicina, mas depois
desandou.
O reinado ficou bem dividido.
Abraço.
Mundim.
Maria de Fátima, você tem juízo bastante para não ser herdeira daquele reinado, até mesmo porque Vicente Cesário já fez a partilha.
ResponderExcluirMas você pode se contentar de ser herdeira da amizade dos seus amigos.
Abraço conterrâneo.
Mundim do Vale.
Acabo de receber o mais precioso de todos os presentes! A amizade. É uma honra compartilhar da amizade de todos vocês. Abraço carinhoso e fraterno.Fátima.
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