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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 10 de outubro de 2009

È a cara do sertão - Por Mundim do Vale

Um frango batendo asa
Com medo do gavião
Um garoto intoxicado
Com folha de cansanção
Um acento de angico
Pra mulher fazer fuxico
È a Cara do sertão.

Um folheto de João Grilo
Pendurado num cordão
Cambista fazendo pouco
Do tamanho de um anão
Um jogador de baralho
Vendendo transa de alho
É a cara do sertão.

Uma teima no roçado
Por conta duma questão
Terminar depois em briga
De roçadeira e facão
Como ninguém ficou vivo
O enterro coletivo
É a cara do sertão.

Mundim do Vale

3 comentários:

  1. Mundim.

    Quatro caboclos a cavalo, chegando para fazer a feira fiado na bodega de Zé Augusto tambem são a cara do sertão.

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  2. É a cara do sertão
    Pra mulher fazer fuxico
    Um acento de angico
    Com folha de cansanção
    Um garoto introxicado
    Com medo do gavião
    Um frango batendo asa
    É a cara do sertão.
    (Raimundim, sua poesia é boa até de tras pra frente).

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  3. Glória. Obrigado pelos elogíos,
    eu acho que você é poetisa, a
    prova maior é a descorbeta do sentido que faz o verso de trás
    pra frente.
    Aproveitando aqui a minha passagem,
    eu queria aproveitar para dizer que
    muito breve estarei fazendo uma
    postágem de um causo dedicado a sua pessoa, já que você gosta do
    idioma espanhol.
    O nome do causo é MAMA MIA.
    Abraço.
    Raimundim.

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