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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 24 de outubro de 2009

MÃE DE POETA- Por Mundim do Vale

No aniversário de oitenta anos de sua genitora, Catôta cantava com seu irmão Cícero, num ambiente do mais puro aconchego familiar. As auras benfazejas da inspiração favoreceram-no, com a força inelutável do improviso. Qual o mais belo? A doçura dos versos partidos dos corações filiais, ou a candura da atenção materna ouvindo-os atentamente? É impossível sabermos! Em homenagem aquela sagrada efeméride, foram colhidas estas
Primorosas sextilhas de Catôta.

Minha mãe é parecida
Com uma pombinha mansa,
Já cansada da viajem,
Em toda sombra descansa;
Depois dos oitenta anos,
Mamãe parece criança.

Estão vendo essa velhinha
Toda envolvida num manto,
Com os olhos rasos d’água,
Tomando banho em seu pranto?
Cantava quando eu chorava,
Hoje chora quando eu canto!

Quando, pra mamãe, eu canto,
Sempre, sempre me comovo;
Quando ela ri para mim,
Parece dizer ao povo:
- Depois dos oitenta anos
Tornei-me nova de novo!
Mundim do Vale.

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