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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 22 de dezembro de 2009

22 de Dezembro - Crônica - Por A. Morais


Matriz de Nossa Senhora da Penha - Crato-ce.
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Dedicamos esta pequena crônica, este pequeno e humilde texto, a uma colaboradora, comentarista, leitora do Blog e amiga de nossa família. Temos conhecimento que o mês de Dezembro é um mês de lembranças tristes, motivadas por perdas de familiares. Hoje, inclusive é aniversario de morte de sua querida genitora.

Tememos não transcrevermos nesta crônica ou mesmo não alcançarmos o respeito e admiração que temos por esta colaboradora. Mas nossa intenção é compartilharmos nossa solidariedade com esta amiga. Que Deus a ajude a suportar a dor, a profunda dor, que lhe invade o coração neste dia.
Nossa Senhora da Penha - Padroeira da Diocese de Crato.
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Sendo nós cristãos ou não, a dor e o sofrimento em perdermos uma mãe são inexplicáveis. Entende-se nas palavras postas em seu e-mail. Não conseguimos descrever, e, nesta altura faltam-nos às palavras certas, a postura, gestos.

Só sabemos que é importante transmitirmos uma palavra de animo, um gesto de carinho e do coração.

Sabemos que você tinha uma ligação muito grande com sua mãe e vemos seu coração de dor e de saudade. Achamos você uma pessoa muito forte e de muita fé em Deus.


“Nestes dias temos pensado muito em nossas mães. Nair na saudade motivada pela ausência e eu tenho pensado como ela é minha melhor amiga. Dou graças a Deus por tê-la. Por isso não imagino como seria perder a minha mãe. Como seria perder a minha melhor amiga".

Como as filhas são bem mais ligadas às mães, acreditamos que quando a perdem, fica um vazio muito grande, que julgamos ser preenchido apenas quando um dia também se tornam mães.

Esta graça já lhe foi concedida.

Por fim, veja a foto e reflita sob o olhar de Nossa Senhora, o olhar generoso de uma mãe guardando e dando proteção a todos os seus filhos.

Um feliz Natal e um Ano Novo de paz e harmonia para todos os seus, são os desejos e votos dos amigos e amigas do Blog do Sanharol e, em especial, de Morais e Nair.

Paz e Bem.

Antonio Morais e Maria Nair.

9 comentários:

  1. "Amamos as nossas mães quase sem o saber e só nos damos conta da profundidade das raízes desse amor no momento da derradeira separação".

    (Guy de Maupassant)


    "Eu me lembro das preces da minha mãe e elas têm sempre me acompanhado. Elas se uniram a mim durante toda a minha vida".

    (Abraham Lincoln)


    "Os braços de uma mãe são feitos de ternura e os filhos dormem profundamente neles".

    (Victor Hugo)


    "Deus não poderia estar em todos os lugares, por isso Ele criou as mães".

    (Provérbio Judeu)

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  2. Prezado Morais

    Com esta crônica você fez uma homenagem muito justa à minha prima em 2° grau, mas a bem dizer em 1°grau pois ela era prima em duplicata do meu pai e de minha mãe. Filha de um tio de ambos que era casado com uma sobrinha. Trata-se da professora Marivalda Pinheiro Cavalcante, mãe de Gracinha e Glória Pinheiro. Realmente, o final de ano é de tristes lembranças para a familia.

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  3. Morais, essa homenagem é muito merecida. Lembro de dona Marivalda como uma pessoa muito boa e generosa. Quando ela era diretora do Teodorico Teles, fui dar aulas durante um mês, no lugar de minha tia Guimar. Gostava muito dela e tenho boas lembranças daqueles dias.

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  4. É...

    Falar sobre o papel exercido por uma mãe, é uma tarefa muito difícil.

    Mãe: Ternura, carinho, renuncia, proteção, segurança e muito mais.

    Não há como descrever o papel exercido por uma mãe. As suas funções são inumeráveis e ainda há quem não a valorize.

    Para ilustrar o seu valor nos labirintos da vida, vou contar uma pequena história:
    ****************************************

    Certa vez, uma mulher foi renovar sua carteira de motorista. Pediram-lhe para informar qual era sua profissão. Ela hesitou, sem saber como se classificar.

    - “O que pergunto é se tem algum trabalho”, insistiu o funcionário.
    - “Claro que tenho um trabalho” exclamou ela. “sou mãe!”.

    - “Nós não consideramos mãe um trabalho. Vou colocar “dona de casa”, disse o funcionário friamente.

    Não voltei a lembrar-me desta história até o dia em que me encontrei em uma situação idêntica.

    A pessoa que me atendeu era obviamente uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona de um título sonante.

    Quando chegou a minha vez, ela perguntou secamente:
    - “Qual é sua ocupação?

    Não sei o que me fez dizer isto. As palavras simplesmente saltaram-me da boca para fora: “Sou Doutora em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas”.

    A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta permanente a apontar para o ar, e olhou-me como quem diz que não ouviu bem. Eu repeti pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas. Então reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.

    - “Posso perguntar ”disse-me ela com novo interesse" “o que faz exatamente?”.

    Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, ouvi-me responder: “Desenvolvo um programa a longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo experimental(normalmente eu teria dito dentro e fora de casa). Sou responsável por uma equipe(minha família), e já recebi quatro projetos(todas meninas). Trabalho em regime de dedicação exclusiva(alguma mulher discorda?). O grau de exigência é a nível de 14 horas por dia(para não dizer 24)”.

    Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária, que acabou de preencher o formulário, se levantou, e pessoalmente abriu-me a porta.

    Quando cheguei em casa, com o título da minha carreira erguido, fui recebida pela minha equipe: uma com 13 anos, outra com 7 e outra com 3.

    Do andar de cima, pude ouvir meu novo experimento: – um bebê de seis meses – testando uma nova tonalidade de voz.

    Senti-me triunfante!
    Maternidade... Que carreira gloriosa! Assim, as avós deviam ser chamadas: Doutora-Sênior em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas, as bisavós Doutora-Executiva-Sênior em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas e as tias Doutora-Assistente.
    ****************************************

    Uma homenagem carinhosa a todas as mulheres, mães, esposas, amigas, companheiras, doutoras na arte de fazer a vida melhor!

    Gostaria ainda de acrescentar que uma mãe dedicada, nunca está ausente, o vinculo material foi desfeito, mas, o espiritual continua eternidade afora.

    Podemos não vê-la, mas, vez por outra nos deparamos conversando com ela e ouvindo seus conselhos.

    Vicente Almeida

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  5. Minha amiga:

    Todos nós carregamos no nosso fardo lembranças dolorosas.
    Que na verdade resultam de “boas lembranças”...
    Elas só são dolorosas porque nos lembram seres que nos proporcionaram coisas boas: amor, bem querer, desvelo e afago...e
    que hoje estão longe de nós.
    Longe, mas presentes.
    Pois o que somos é a continuidade dessas pessoas.
    Em cada gesto nosso de amor, de doação e de benquerença está presente as boas ações dos nossos entes queridos que partiram e deixaram em nós este bom legado...

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  6. Abraço à Glória e parabéns ao Morais pela lembrança da tia Marivalda. As lembranças têm aquela face dupla da tristeza pela falta e da alegria pela felicidade de ter convivido com pessoa tão especial num mundão desse tamanho onde a arte do encontro é cada vez mais difícil de se exercer. Beijo na Glória e na Tia!

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  7. Morais,

    Minha mãe aniversariava em dezembro (dia 19). Lembro-me que ano passado fiz uma homenagem a ela, em forma de diálogo, em outro Blog e uma comentarista me disse que aquilo era assunto de família não era assunto para Blog. Fico imaginando o que se passa no coração de uma pessoa para que tenha uma idéia dessas. Mãe a gente cultua e homenageia com louvor assim como você fez, com sentimento, com carinho, com dedicação.

    Dona Marivalda fez parte de minha infância, de minha adolescência. Era uma mãe dedicada, uma mestra exemplar e uma pessoa íntegra. Tenho muito carinho por ela e pelas lembranças que tenho dela. Ela plantou em minha alma o exemplo que deixou enraizadoscomo um espelho de vida.

    Foi muito merecida sua crônica, sobretudo pela maneira sensível que você usou para conduzir suas palavras.

    Abraço a Glória e Gracinha, Meire e Renato irmanando-me na dor da falta e da ausência.

    A você e a Nair também abraço nesse período natalino para que a paz reine entre nós todos.

    Claude

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  8. Eu Já mandei minha mensagem de solidariedade a pessoa merecida, por outros meios. Aqui pelo blog o que posso fazer é me unir aos outros, nos seus comentários.
    Abraço.
    Mundim do Vale.

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  9. Morais, obrigada pela crônica e lembrança do dia de hoje.
    Agradeço também ao Carlos Eduardo, Magali, Vicente Almeida, Armando Rafael, José Flávio, Claude e Raimundinho pelos comentários.
    Um abraço fraterno em cada um de vocês. Feliz Natal extensivo aos familiares.
    Glória - 22/12/2009

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