O povo vive dizer
Aqui por esse sertão
Que é difícil acontecer
Um enterro de anão.
Pois eu vi um começar,
Só não vi foi terminar
Porque o caixão quebrou.
Para não sair do rumo
Eu vou fazer um resumo
Como tudo começou.
Ali na Vila Silvino
Onde entrou aquele moço
Eu estranhei um menino
Que falava muito grosso.
Mas eu estava enganado
Era um homem já formado
Fugindo do preconceito.
Depois que foi descoberto
O anão ficou esperto
E assumiu o defeito.
Pense! Num anão fiota!
Não perdia uma festança,
Quando alguém cobrava a cota
Se fazia de criança.
Aqui por esse sertão
Que é difícil acontecer
Um enterro de anão.
Pois eu vi um começar,
Só não vi foi terminar
Porque o caixão quebrou.
Para não sair do rumo
Eu vou fazer um resumo
Como tudo começou.
Ali na Vila Silvino
Onde entrou aquele moço
Eu estranhei um menino
Que falava muito grosso.
Mas eu estava enganado
Era um homem já formado
Fugindo do preconceito.
Depois que foi descoberto
O anão ficou esperto
E assumiu o defeito.
Pense! Num anão fiota!
Não perdia uma festança,
Quando alguém cobrava a cota
Se fazia de criança.
Começou logo a fumar,
A beber cana e jogar
Só andava cabeludo.
Seu nome era Zé por Deus,
Mas mesmo os amigos seus
Só chamavam Zé Miúdo.
Por onde o anão andava
Já era bem conhecido
O que ele não gostava
Era de tanto apelido.
Era Santo de Lapinha,
Zé Miúdo, Zé Tampinha,
Meio Quilo e Botijão.
As damas do cabaré,
Só chamavam Zé Tripé
E eu não sabia a razão.
Zé queria namorar
Não arranjava com quem
Quando conseguiu casar
Foi com uma anã também.
Ficou o casal perfeito
Vivendo do mesmo jeito
De Julieta e Romeu.
Mas quando foi em setenta,
Do coice duma jumenta
Zé Miúdo faleceu.
O velório foi marcado
Por tristeza e comoção
Mas tinha um cabra safado
Só apelidando anão.
Ele chamava Patola,
Chico Pouco, Tatu Bola,
Meia Lua e Batoré.
Pouca Sombra, Zé Nadinha,
Nó de cana, caçulinha,
Meia Sola e Roda Pé.
O carpinteiro chegou
Esticou logo a escala
E ao mesmo tempo falou
Para a viúva na sala:
- Esse caixão vai ser osso!
Tem que fazer curto e grosso
Como baga de charuto.
Deus perdoe minha heresia,
Mas vai ser uma ironia
Viúva de anão de luto.
Dizendo isso saiu
Com um projeto em ação
De aproveitar um barril
Para enterrar o anão.
Serrou um lateral,
Fez uma tampa frontal
E pintou tudo de roxo.
Tinha uma velha correia,
Ele botou como azeia
Ficou parecendo um coxo.
Quando o funeral chegou
Na ladeira de Orlando
A azeia se quebrou
E o barril saiu rolando.
Cada volta que ele dava,
Uma arca se arrancava
Era anão pra todo lado.
Quando sentou a poeira,
Lá em baixo da ladeira
Só ficou mesmo o finado.
Depois do barril quebrado
O anão ficou de pé
Ficando assim explicado
O apelido Zé Tripé.
Depois daquela aventura,
Se ele foi pra sepultura
Eu não posso garantir.
Mas vi viúva chorando,
Vi o padre encomendando
E vi o barril sair
A beber cana e jogar
Só andava cabeludo.
Seu nome era Zé por Deus,
Mas mesmo os amigos seus
Só chamavam Zé Miúdo.
Por onde o anão andava
Já era bem conhecido
O que ele não gostava
Era de tanto apelido.
Era Santo de Lapinha,
Zé Miúdo, Zé Tampinha,
Meio Quilo e Botijão.
As damas do cabaré,
Só chamavam Zé Tripé
E eu não sabia a razão.
Zé queria namorar
Não arranjava com quem
Quando conseguiu casar
Foi com uma anã também.
Ficou o casal perfeito
Vivendo do mesmo jeito
De Julieta e Romeu.
Mas quando foi em setenta,
Do coice duma jumenta
Zé Miúdo faleceu.
O velório foi marcado
Por tristeza e comoção
Mas tinha um cabra safado
Só apelidando anão.
Ele chamava Patola,
Chico Pouco, Tatu Bola,
Meia Lua e Batoré.
Pouca Sombra, Zé Nadinha,
Nó de cana, caçulinha,
Meia Sola e Roda Pé.
O carpinteiro chegou
Esticou logo a escala
E ao mesmo tempo falou
Para a viúva na sala:
- Esse caixão vai ser osso!
Tem que fazer curto e grosso
Como baga de charuto.
Deus perdoe minha heresia,
Mas vai ser uma ironia
Viúva de anão de luto.
Dizendo isso saiu
Com um projeto em ação
De aproveitar um barril
Para enterrar o anão.
Serrou um lateral,
Fez uma tampa frontal
E pintou tudo de roxo.
Tinha uma velha correia,
Ele botou como azeia
Ficou parecendo um coxo.
Quando o funeral chegou
Na ladeira de Orlando
A azeia se quebrou
E o barril saiu rolando.
Cada volta que ele dava,
Uma arca se arrancava
Era anão pra todo lado.
Quando sentou a poeira,
Lá em baixo da ladeira
Só ficou mesmo o finado.
Depois do barril quebrado
O anão ficou de pé
Ficando assim explicado
O apelido Zé Tripé.
Depois daquela aventura,
Se ele foi pra sepultura
Eu não posso garantir.
Mas vi viúva chorando,
Vi o padre encomendando
E vi o barril sair
Mundim do Vale
Mundim.
ResponderExcluirMais uma vez me rendo a beleza dos seus poemas. Parabens.