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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

PAI VAI DESCER TAMBÉM? - por Mundim do Vale

Lendo as postagens e os comentários de João Bastos Bitu, me lembrei de uma do seu primo, Raimundo Nonato Bitu.
Raimundo ainda adolescente, tinha muito medo de doidos. Se sonhasse com Zé Carro Boi, era um mês sem andar na cidade.
Uma vez chegou um ciclista em Várzea Alegre, patrocinado pela Monark, para passar um dia e uma noite pedalando sem parar. A notícia espalhou-se no Sanharol, mais rápido do que bolinha de termômetro em piso de cerâmica.
Raimundo passou o dia dizendo que queria ver. Por mais que Vicente e Maria argumentassem que não tinha futuro, por conta da volta ser tarde, Raimundo não abria mão.
Quando foi por volta das cinco horas da tarde, ele entrou para trocar de roupa e Vicente Bitu sentou-se na calçada. Quando Raimundo saiu, foi logo dizendo:
- Pai! Eu já vou descer pra rua. Pai vai também?
- Vou não Raimundo. Eu vi Afonso Doido descendo e eu tenho medo de descer na hora que ele venha subindo ali pela lagoa do Arroz.
- Pois vamos pelo Alto do Tenente.
- Também não dar certo não, porque no Alto do Tenente é onde Zequinha Soares junta lenha pra fazer carvão.
- Pois quer saber de uma coisa? Eu também não vou mais descer não. Eu vou é subir pra casa de Carmelita, pra jogar baralho com os meninos.
Mundim do Vale

4 comentários:

  1. Mundim.
    Mundim do Vale.

    Vicente Bitu tinha um jumento chamado Mazagão. Meu pai pediu emprestado para carregar uma lenha e cedinho da manhã eu fui apanhar o cabresto na casa de Vicente Bitu para ir pegar o Jegue na roça. Raimundo Nonato disse: pega não, ontem tinha 28 filhos de Raimundo Teté correndo a tras e não pegaram voce vai querer pegar sozinho!

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  2. Meu avô, Manoel Leandro Bezerra, que Morais chama de Segundo, tinha o hábito de não negar nada para ninguém. JOÃO de Pedim, sobrinho dele ,
    dizia que ele não gostava que falassem com ele nada emprestado, ferramenta, animal, era prá chegar na casa dele e levar sem precisar falar com ele.MEU pai dizia que cansou de ver dentro da roça dez pessoas tentando pegar o mesmo animal.Quem pegasse primeiro;levava.

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  3. MEU BISAVÔ era Manuel Leandro Bezerra, meu avô Manuel Leandro Bezerra e meu irm/ao mais velho també, é Manuel Leandro Bezerra.

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  4. Giovani Costa

    Precisa ter o conhecimento que eu tenho para entender essa "manezada" toda. Todos dignos, honrados e bons. O primeiro era meu trisavô.

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