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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

FRENTE DE SERVIÇO - Por Mundim do Vale

Houve um ano em Várzea Alegre, que foi de uma seca terrível. Os açudes secaram mais ligeiro do que cuspida de chapeado em calçada quente. O gado dos mais pobres já tinha entregue o couro as varas. As famílias desprovidas de recursos estavam em regime compulsório. A estrada para o Maranhão estava mais cheia, do que casa de candidato em dia de eleição.
Enquanto não chegava a frente de serviços do D.N,O.C.S. O secretário da prefeitura, Sr. Lourival Frutuoso, resolveu criar uma mini-frente de serviços, para que fosse evitado saques. Cadastrou trinta cassacos e nomeou como feitor o Sr. Bastião Coqueiro, que ficou mais alegre do que criança quando aprende a assoviar.
Como não tinha nenhuma obra para ser feita, Lourival ficou procurando qualquer coisa, para ocupar os trabalhadores.
Na Rua: Padre José Alves ( Rua da Lagoa ) Onde eu morei muitos anos, tinha uma pilha de postes da antiga CELCA, onde o que ficou por cima estava mal posicionado. Lourival chamou o feitor e ordenou que ele mandasse os homens
Colocar o poste na posição correta. Os cassacos agarraram aquele poste como devoto de São Raimundo agarra o pau da bandeira. Passaram em torno de meia hora tentando e não conseguiram erguer nem um milímetro.
O feitor chamou Lourival e falou:
- Seu Lourival. Invente outra coisa, pruque esse poste só sai daí se for cum um guindaste. Lourival não se conformou com o argumento de Bastião e mandou que tentassem novamente.
Os homens agarraram novamente o poste, botaram força, Gritaram: Uma, duas, três, meia e já, gemeram peidaram e nada conseguiram. O feitor falou novamente com o secretário.
- Seu Lourival. Num tem jeito não. Os cassacos já fizeram de tudo e o poste nem se aluiu. Mais ainda qui má pregunte, pruque o senhor faz tanta questão de mexer nesse poste? Pruque num deixa ele queto?
O secretário já quase convencido, apontou para José Atahide que brincava com um peão e falou: É porque esse garoto neto de Dona Lolô, vive bricando por aqui e pode ser que ele venha mexer no poste e acontecer de cair por cima dele.
- Pera. Lourival! Cuma é qui trinta cassaco butaro força qui peidaro e o poste nem se mexeu, aí vem um minino desse, mais dirnutrido do que um mija- corda im greve de fome e vai derrubar o poste pru riba dele.
Dedico esse causo ao meu amigo Zé Atahide
Mundim do Vale.

Um comentário:

  1. É Mundim não era o nosso amigo Ze Atayde que ia consegui, a não ser que colocassem uma bola prensada entre dois postes. Com certeza ele fastaria um dos postes para retirar a bola e ir treinar o time.

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