No ano de 1956, nós morávamos na Vazante e o meu pai trabalhava no cartório da cidade. Cada dia era escalado um dos filhos para levar seu almoço na rua. Um dia eu fui escalado e quando passava na casa de Raimundo Beca, onde tinhas uns pés de atas, eu avistei uma que de tão madura, já estava rachada.
Os moradores todos estavam almoçando e eu naquela minha irresponsabilidade dos meus dez anos, resolvi furtar aquela fruta. Fiquei de ponta de pé, mas mesmo assim não consegui pegar a ata inteira. E como quem furta tem pressa eu me conformei apenas com a metade, deixando o resto no galho. Dali eu parti para a cidade, comendo a fruta e jogando os caroços de um lado e do outro da estrada.
Quando eu retornava. Da calçada da casa do Sr. José Raimundo eu já escutei a zoada do pessoal. Os palavrões proferidos, não cabem nessa postagem. Me aproximei do local do crime e lá estavam: Raimundo Beca, sua esposa Maria, Benedito, João, Chico, Mundinha e o cachorro Tubarão.
Eu com uma carinha de anjo perguntei: - O que foi que houve aqui?
Raimundo o mais revoltado disse:
- Foi um ladrão fí duma égua, que mexeu nas nossas pinha e saiu metendo no rabo pru lado da rua. Tá ali os caroço qui o fí do cão deixou. Maria com a banda da ata na mão falou: - Eu tumara qui aquele condenado sintupa.
João também muito revoltado disse: - O infiliz levou só uma banda, foi pra incharcar, se ele tivesse levada toda nóis num ia nem dá fé. Só Tubarão foi que desconfiou de mim, porque ele me olhava e dava uma rosnada de vez em quando.
Depois que cada um deles disse seus palavrões, Raimundo Beca me perguntou: - Ô Raimundo do qui vem das banda da rua, Num incontrou algum minino comendo pinha não?
- Seu Raimundo. Eu só encontrei aqueles dois moreninhos dos Lobos, lá no balde da lagoa, mas eles não iam comendo pinha não. - Mais só poidia era num tá cumendo mermo! Uma banda de pinha, na mão daqueles morta-fome dos Lobo, num açoita nem na casa de Zé Raimundo.
Depois daqueles desabafos, eu tentando colocar gelo na questão falei: - Deixem pra lá meu povo, que Deus há de castigar o ladrão.
Maria ainda com a banda da ata na mão e sensibilizada com as minhas palavras, perguntou:
- Raimundo. Tu quer o resto da pinha pra tu? - Eu aceito e agradeço, porque pela aparência esta ata tá muito boa.
Moral da história: O QUE É DO HOMEM, O BICHO NÃO COME.
O destino marcou para que aquela fruta me pertencesse na sua real totalidade.
Eu com uma carinha de anjo perguntei: - O que foi que houve aqui?
Raimundo o mais revoltado disse:
- Foi um ladrão fí duma égua, que mexeu nas nossas pinha e saiu metendo no rabo pru lado da rua. Tá ali os caroço qui o fí do cão deixou. Maria com a banda da ata na mão falou: - Eu tumara qui aquele condenado sintupa.
João também muito revoltado disse: - O infiliz levou só uma banda, foi pra incharcar, se ele tivesse levada toda nóis num ia nem dá fé. Só Tubarão foi que desconfiou de mim, porque ele me olhava e dava uma rosnada de vez em quando.
Depois que cada um deles disse seus palavrões, Raimundo Beca me perguntou: - Ô Raimundo do qui vem das banda da rua, Num incontrou algum minino comendo pinha não?
- Seu Raimundo. Eu só encontrei aqueles dois moreninhos dos Lobos, lá no balde da lagoa, mas eles não iam comendo pinha não. - Mais só poidia era num tá cumendo mermo! Uma banda de pinha, na mão daqueles morta-fome dos Lobo, num açoita nem na casa de Zé Raimundo.
Depois daqueles desabafos, eu tentando colocar gelo na questão falei: - Deixem pra lá meu povo, que Deus há de castigar o ladrão.
Maria ainda com a banda da ata na mão e sensibilizada com as minhas palavras, perguntou:
- Raimundo. Tu quer o resto da pinha pra tu? - Eu aceito e agradeço, porque pela aparência esta ata tá muito boa.
Moral da história: O QUE É DO HOMEM, O BICHO NÃO COME.
O destino marcou para que aquela fruta me pertencesse na sua real totalidade.
Munmdim do Vale
Mundim.
ResponderExcluirConhecendo bem os meus primos e o senhor Raimundo Beca, pela experiencia que tinha, voce foi muito feliz em não ter sido acusado pelo furto da ata.
Bom texto.
Lendo o texto do mundim me lembrei de quando eu era criança em Icó. lá atas tinha de montão, mas castanhas de cajú, a cotação era alta. Quanto ao cajú o proprietário até que fazia uma concessão, mas as castanhas não. Um cajú capado era crime ecológico e econômico! E era, o que nós crianças precisavamos, das benditas castanhas para jogar. Embornal repleto delas, mão certeira no pirú, era só juntar as castanhas e vibrar de alegria!
ResponderExcluirEh! Sodade...
Mundim.
ResponderExcluirNa Lagoa do Arroz, tinha muitos pés de frutas, entre as tais ateiras.
Quando nós voltavamos do colegio São Raimundo, Eu, Zé Galego, Zé Satiro Bitu, Pinga, Joaquim e João de Menininho Bitu, a fome era grande. Nas cercas de limite da estrada tinha os pés de atas cheios, delas já se abrindo. Agente flertava, comia com os olhos mas nada de coragem de tirar. O Vicente do Sapo podia desconfiar e a volta com os nossos pais a epoca era seria.hahaha
queria lembrar aos leitores do blog do sanharol que meu blog com as minhas coisas publicadas já está no ar e a letra do samba enredo da mocidade já está postada www.blogdoisraelbatista.blogspot.com
ResponderExcluiras histórias do raimundinho é quem alegra o blog do sanharol
roubei muito dos pés de ata, e tinha que comer escondido de minha avó também pois ela dizia que eu não podia comer pois era carregada, até as que tinha lá em casa eu furtava, eu era assaltantes de frutas
ResponderExcluirA Morais não mente quando fala a respeito das atas de, Vicente do Sapo, a fome e a vontade de comer as atas era muito grande, so que as mesma eram muito vigiadas, e não tinhamos chance de saboria-las.
ResponderExcluirValeu, Mundim sua estória é auténtica da época. So que esta ata setava muito póxima do chão, pois para você alcançar se subi em nada, com 10 anos , já pensou no tamansim desse homen. Um abraço de quem muito te estima. José Sátiro Bitu
Zé Bitu.
ResponderExcluirO causo da ata não terminou alí
não. Na noite de São João, eu cheguei na casa de Raimundo Beca
e estavam Maria e Mundinha, da Janela eu falei:
Dona maria, se a senhora me der um pedaço de pão de arroz, eu digo quem foi que comeu a banda daquela ata.
- Apois diga!
- Não. Só depois que eu comer o pão.
Ela foi lá dentro e trouxe uma talhada de pão e uma xícara de
café.
Depois que eu comí ela falou:
- Pronto agora pode dizer.
- pois bem. Quem comeu foi
Tubarão.
- E como foi que ele subiu no pé de pinha?
- Ele não subiu. Eu balancei a galha,caiu a banda da ata e ele comeu.
- E ele num comeu os caroço não?
- Não ele jogou fora e eu saí jogando na estrada pra ver se naciam.
Mundinha deu uma rabiçaca e falou:
- Se mãe quiser acreditar, pode acreditar, mais eu mermo num acredito não.
Abrado do Sanharol.
Mundim.
Mundim.
ResponderExcluirEstá vai para o primo Ze Satiro Bitu que conheceu bem os personagem: Ze Andre estava cortando o cabelo na barbearia de Luiz Vieira, perto da Usina de seu Dirceu Pimpim. Raimundo Beca chegou, se abancou e ficou aguardando a vez. Antonio André chegou a porta olhou o ambiente e disse: Bom dia Senhoras! Ze André disse: Raimundo Beca o homem está falando! Raimundo Beca respondeu: Está falando com a puta que lhe pariu!. O mundo acabou em risadas.
Pois é Zé Bitu.
ResponderExcluirNós dois furtando atas, tinha que ser um na corcunda do outro e olhe lá.
Abraço.
Mundim
Raimundim, parece que toda criança teve esse lado de assaltante de frutas....... kkkkk Lembro de nós, a meninada da Rua da Baixa, roubando ciruguela nos pés da casa de Dedé, a saudosa d. Adélia, sogra de seu João francisco .... kkkkkkkkkk
ResponderExcluirAs frutas roubadas tinham mais sabor ..... Misturava-se a aventura.
Beijos a todos os blogueiros.
Fiquem com Deus.
Mundim, tu tanto ATA como DESATA. És, indiscutivelmente, o João Grilo da Rajalegre. Boa história.
ResponderExcluirUm abraço.
Esta estória de Raimundim é no mínimo muito injusta, haja visto que Maria (Tia Buria) era muito mão-aberta, pois certa ocasião convidou Mundinha, minha irmâ para passar um dia na casa dela e a mesma foi pensando que ia passar o dia gaiteando, comendo galinha caipira e etc, apoissim como dizia Luiz gonzaga, passou o dia todo trabalhando mai s que burra d e padre ( varrendo 4 tarefas de terreiro, moendo milho, a a tarde inteira c arregando água na cabeça para encher 6 potes. Na hora de ir prá casa, Tia Buria disse: pegue minha fia, voc~e trabalhou demais e merece: duas limas (aquelas laranjas sem gosto) para levar prá casa.
ResponderExcluirMas nem agosto do ano passado, Joaquim (Quinco, primo de Morais) em agosto, trouxe da Bahia um colega de trabalho para conhecer Vãrzea Alegre. Foram em Buzuga e na volta, ao passarem no quintal d Antão Pereira, o amigo viu uma goiabeira e foi tirar umas goiabas. Quinco disse: Rapaz, lá em casa tem um pé. O amigo respondeu: mas roubada é mais gostosa!
ResponderExcluirRaimundinho, Manoel do Sapo também tinha bastante pé de atas e ficava pastorando as vindas dos alunos das escolas. Mas o melhor horário para furtá-las era exatamente no horário do almoço. Mesmo assim por diversas vezes fui pego. Manoel do Sapo era bem melhor de conseguir convencê-lo bastava dizer que ali não era um ato de roubo, a fome falava mais alto. Ele apenas dizia: amigo, pode pedir que agente dar não se justificar é furtar. Grande figura o saudoso Manoel do Sapo gosta muito de assobiar.
ResponderExcluirMundim abraço
ResponderExcluirComo vocês sabem la em vicente do sapo tinha tambem uns pes de coco, e uma vez eu e nosso querido Pinga, estavamos com nossas gaiolinha cheia de buracos, então resovemos pedir para pegarmos uns palitinhos de coco para taparmos tais buracos das gaiolas,só que próximos aos coqueito tinha um pé de ata e no mesmo várias atas bem madurinha , nosso amigo pinga mas que de pressa subio e quando ja estava alcaçando uma ata. Escutamos uma tenebrosa voz disendo, voces num pediram .para tirar palito, seus filhos de umas eguas. Que decepção, nem ata e nem palito. Continui com belas estórias .
Agora de fruta pra Coca-Cola. Quando estive aí em Várzea alegre no ano passado, uma vizinha da minha mãe tinha uma garotinha muito esperta, e eu para refrescar o calor tomava um delicioso copo de Coca-Cola, gelada. E a vitória olhando com vontade de participar do banquete, foi pedir Coca-Cola à sua mãe. E na ausência da bebida lhe ofereceram dim-dim. E ela mais que depressa:
ResponderExcluir-Eu num pidi dimdim, eu quero é coca!