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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 18 de maio de 2013

Rimando de madrugada - Claude Bloc


De rimar não tenho medo
Rimo até de madrugada
Com os olhos se fechando
Com a mente apagada
E quando pego no sono
Penso que tô acordada

Mundim voltou pra peleja
E Sávio vai pelejar
Não importa o resultado
Pois todos vamos ganhar
A rima passou de lado
O verso nasceu quadrado
O jeito é versejar.

Mundim pegou o cavalo
E se pôs a galopar
Mas o cavalo teimoso
So queria esquipar
E no "xoto" se danava
E o "pobe" se lascava
De tanto sacolejar.

Já com "os bofe" pra fora
Mundim resolveu parar
Desceu do cavalo e disse:"
Arre égua" tô pebado
Esse cavalo danado
Sacode de todo lado
Num dá mais pra caminhar.

Morais acordou bem cedo
E no "Sanharol" chegou
Olhou pros versos da gente
Olhou pro sol e pensou:
"Não sei o que é mais quente
Se essa "briga" da gente
Ou o sol que Deus criou".

Claude Bloc.

18 comentários:

  1. A poetisa, professora e escritora Claude Bloc faz parte de Varzea-Alegre. Descendente de franceses, é filha do Senhor Hubert Bloc Boris e Dona Janine cuja familia era proprietaria da Fazenda Serra Verde, composta por uma grande faixa de terras que pertencia ao territorio de cinco municipios do Sul do Estado do Ceara, inclusive nossa Varzea-Alegre. Claude é colaboradora e grande amiga do Blog do Sanharol. Mantem o extraordinario (www.cariricaturas.blogspot.com ) um dos melhores Blogs do Ceará.

    Nossos agradecimentos.

    A. Morais

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  2. Obrigada, Morais...

    Adorei a postagem e a homenagem.
    Emocionou-me.

    Abraço,

    Claude

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  3. É...

    Claude Bloc

    Você é um fenomeno. Maravilha, encaixa muito bem a sequencia de uma prosa.

    Abraços do

    Vicente Almeida

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  4. Morais,

    Vim reivindicar. Como ousas retirar Claude de representar o Crato?
    Não seria mais justo deixá-la com um pé na Várzea Alegre e outro no Crato?
    Claude rima tão bem
    pela manhã, de tarde e à noite
    e na madrugada também!

    Glória

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  5. Podem acreditar fui dormir ontem com a cabeça cheia de rima... Se duvidarem acordei rimando...
    Mas isso é um estímulo à criatividade e adoro um desafio...

    Abraços,

    Claude

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  6. Vicente,

    Vindo de você o elogio me envaidece. Espero merecer a gentileza de suas palavras.

    Abraço,

    Claude

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  7. Claude.
    Parabens.
    Voce merece a nossa admiração.
    Uma boa semana.

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  8. Claude,

    Rimar com você deu um prazer enorme para mim. Acho que melhorei até de humor em relação aos pacientes, já que eu estava de plantão.

    Realmente, você mostrou muita criatividade em utilizar um simples caso clínico e usá-lo como enredo em sua poesia.

    Parabéns!

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  9. parabéns claude vc é otima na poesia, adorei o pouco que pude ver de sua poesia, graças a dica de morais sobre seu blog corri pra olhar pois sou um blogueiro viciado, sigo mais de 50, e o seu vou ficar de olhos bem abertos acompanhando, tb tenho dois blogs abração

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  10. Dr. Sávio,

    A vida tem que ser vista sempre do melhor lado, mesmo que a realidade seja difícil de engolir.

    Eu também gostei muito da brincadeira, da rima e da prosa...
    Espero que oportunidades como esta se repitam por aqui.

    Abraço,

    Claude

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  11. Israel, a mim muito me alegra quando gostam do que escrevo.

    No Cariricaturas meu estilo é outro, mas escrever, seja como for, para mim é sempre o máximo...

    Abraço e obrigada pela sua gentileza.

    Claude

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  12. Parabéns Glória. Você já está convocada para o nosso regimento.
    Muito bom os seus versos. É por isto que eu disse uma vez, que você além de escritora e paparazzi,
    é uma excelente poetisa.
    Seus versos tem os troacadilhos
    e a linguagem lá de nós.
    Abraço do cariri.
    Mundim.

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  13. A Claude Bloc estava fazendo falta ao seu blog, amigo A.Morais.

    Sempre gostei dos seus artigos, sobretudo, dos seus poemas e de suas poesias que retratam o cotidiano das coisas de forma maravilhosa e com a criatividade que lhe peculiar.

    Além disso, tenho, através do meu pai, um liame com a Claude, visto que, anos sessenta, o meu genitor, João Rodrigues do Nascimento, comprava toda a safra de rapadura da Fazenda Serra Verde, para ser vendida na região de Sousa/PB, onde, pela qualidade, tinha excelente aceitação pelos sertanejos.

    Até hoje o meu pai lembrar com carinho a forma como é tratado pelo "Seu Hubert", como ele o chamava.

    Raimundo Nonato Rodrigues, a paraibano.

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  14. Nonato,

    Para mim é sempre uma alegria quando os laços do passado ligam novamente suas pontas e aparecem no presente de forma tão agradável.

    Tudo que diz respeito ao meu pai me emociona, pois vivi ali na Serra Verde (e também no Crato) os melhores dias de minha vida e muito me orgulho do meu pai, de sua luta pra fazer um trabalho sério, de tudo o quanto fez pela nossa região, mesmo quando chegou sem saber uma única palavra de Português. O nome de seu pai é bem lembrado por mim. Eu sempre estava de orelha atenta para as coisas vividas na fazenda. Minha escola de vida foi ali entre aquela gente simples e honrada.

    Portanto, muito lhe agradeço pelas suas palavras e por me fazer lembrar com alegria dos bons tempos que ali vivi.

    Abraço,

    Claude (Bloc Boris)

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  15. Prezados amigos.

    Vejam a importancia que tem um Blog, seja ele qual for. Já são 14 comentarios na postagem da Claude. Todos agregando valores e refazendo a historia.

    O Raimundo Nonato, em seu comentario, relata a historia de vida de João Rodrigues, o meu velho amigo, que formou todos os filhos trazendo coco para o cariri e levando rapadura da Serra Verde para o sertão paraibano. E a Claude completa e memoria de um tempo em que todos viviam em função do bem, da amizade e consideração.

    Prezado Nonato, quantas vezes nós estavamos na Praça da Sé e a Dominique, irmã da Claude, passava dirigindo um carrinho aberto, do tipo Bugue com a Claude e mais algumas colegas sentadas ao lado, com o pacote de livros no colo vindo do velho Diocesano. Parabens pelas lembranças.

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  16. Caríssima Claude, fiquei muito contente por você lembrar com carinho do meu querido Pai. Como já disse, ele gostava muito de seu Hubert,sobretudo pela forma como era tratado pelo seus pais. Tive o prazer de conhecê-los, pois estive na Fazenda Serra Verde e desfrutei da costumeira hospitalidade francesa.

    Dedico a você, poetisa de primeira grandeza, os versos a segui:

    O poeta João Paraibano disse:

    "Faço da minha esperança
    Arma pra sobreviver,
    Até desengano eu planto
    Pensando que vai nascer
    E rego com as próprias lágrimas
    Pra ilusão não morrer.

    Há três coisas nesta vida
    Que Deus me deu e eu aceito:
    A Terra para os meus pés,
    A viola junto ao peito
    E um castelo de sonhos
    Pra ruir depois de feito."

    Abraços,

    Raimundo Nonato Rodrigues, o paraibano.

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  17. Morais,

    Como não consigo postar textos no "Sanharol", peço-lhe que poste, por favor, estes versos que dedico a Raimundo Nonato Rodrigues em resposta e em agradecimento aos versos que ele me dedicou.

    O tempo passa ligeiro
    A vida passa também
    A alegria anoitece
    Amanhece o querer bem
    E cada dia que passa,
    A gente passa também.

    Me lembro quando criança
    Nas noites de São João
    Arredor de uma fogueira
    Brincava com a ilusão
    Veio o tempo de mansinho
    Arrancou meu coração.

    Hoje me faz tanta falta
    A alegria que eu tinha
    Brincava de perder tempo
    Com a vida que era minha
    Hoje eu sei que a vida passa
    Por onde a gente caminha.

    Sinto falta das moagens
    De fogos, renovações
    De tomar banho no açude
    De cantoria e canções
    Que de noite se ouvia
    Remoendo as emoções.

    E os passeios a cavalo
    Pelos cantos da fazenda?
    Com o sol queimando a gente
    E a lua fazendo renda...
    Eu ia sempre a galope
    Até chegar na moenda.




    Ia pelo Caldeirão
    Oiticica e Represa
    Na casa de Mané Danta
    Sempre ia de surpresa
    Mas sempre tinha feijão
    Com arroz em sua mesa.

    Eu ia na farinhada
    Queria participar
    Via fazer a farinha
    A goma no sol secar
    Tirava a manipieira
    Pra goma não estragar.

    De noite tinha pipoca
    Baralho e brincadeira
    O violão despertava
    O amor, essa fogueira
    E do tempo que passava
    Hoje só resta a poeira.

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  18. Morai:lembra do FORRÓ do tio AUGUSTO,ai meu Deus como era bom.Oblog do SANHAROL deve voltar a ser como era,todos tinha uma vez até eu:LUIZ LISBOA.

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