VIGILANTE CAUTELOSO.
O Sr. José Dias, era proprietário de uma mercearia na praça Santo Antônio em Várzea Alegre – Ceará. A mercearia era acoplada a sua residência, que ficava atrás da capela. Dos fundos da residência até chegar no corredor dos Grossos, ele possuia um terreno desocupado.
O proprietário contratou Ferrim de Bastiana, para cuidar do terreno, nos serviços de cercas, limpeza e e cuidado com a entrada de animais. Como Ferrim na época estava em litígio com a mulher, ficou morando numa pequena casa de taipa que tinha no canto do terreno.
Certa vez Genésio Faisca e Raimundinho de Zezim de Eugênio estavam numa farra no Ingèm Véi e resolveram levar duas mulheres para uma aventura no terreno. Depois que abusaram das duas, resolveram maltratá-las para alimentarem os seus instintos selvagens.
As mulheres que não tinham mais o que perder, no dia seguinte prestaram queixa na delegacia. Depois de formulada a queixa, a fofoca correu na pequena cidade mais rápida do que fogo em isopor.
Aquela fofoca para o Sr. José Dias que era um cidadão de bem, foi como uma tortura. Em virtude de tanto falatório o Sr. José Dias foi questionar o acontecido com o seu vigilante:
- Mas Ferrim. Como foi que você deixou acontecer uma coisa dessa dentro do meu terreno?
Ferrim se defendendo falou:
- Mais Seu Zé. Eu num pude fazer nada não. Sabem quem era os caba? Era Geneso e Raimundim de Ougeno, todos dois bebo e armado de faca. Eu fechei foi as portas e fiquei iscundido detrás da parede, peles num saber qui eu tava lá.
- Mas você podia pelo menos ter dado uns gritos neles.
- Cuma Seu Zé? Se na ora qui eles cumeçaro a açoitar as quenga, qui elas cumeçaro a chorar, eu sicaguei todim?
Dedicado a Fátima Bezerra, parente do corajoso vigilante.
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