Ela foi, não havia como deixar de ir. Não queria, mas findou por ir, junto com os pais. O pretexto de conhecer o mar não lhe parecia convincente, mas incontestável se mostrava. Como ficar, sem pai, sem mãe, apenas com ele, seu amor, à espreita, aguardando uma chance? O mar? E ela queria lá saber de mar! Muito mais lhe aprazia os carinhos recebidos e testemunhados pela lua, só por ela. Mas estava lá o mar à sua frente, sem graça, totalmente imenso e insosso, uma coisa grande mas sem sal. De nada teria valido aquela paisagem não fossem as conchinhas recolhidas na areia para ofertá-las, como presente, quando voltasse. Ao recebê-las, ele levou aos ouvidos o presente e, da conchinha mais bonita, escutou o mar, distante. Beijou-as, a concha e quem a trouxe de tão longe. Ela adorou ter visto o mar. Ele adorou ter escutado o mar.
Xico Bizerra
Prezado Xico Bizerra.
ResponderExcluirMais uma vez agradecemos em nome dos leitores e comentaristas do Blog esta sua bela cronica. Voce torna os domingos mais alegres.
Abraços.