Na foto: Claude (de Chapéu de couro e com espingarda), Dominique (a mais alta), Ricardo Saraiva, Edilma Saraiva, Edilsinho Saraiva (já falecido) - os três filhos de Seu Edilson Rocha, seu "Satisfeito", do foto Saraiva, em Crato - Bertrand Bloc, Tony Bloc, Jacques Bloc Boris (meus irmãos), Tereza Duarte, Lourdes (ambas de Crato).
A vida passa também
A alegria anoitece
Amanhece o querer bem
E cada dia que passa,
A gente passa também.
Me lembro quando criança
Nas noites de São João
Arredor de uma fogueira
Brincava com a ilusão
Veio o tempo de mansinho
Arrancou meu coração.
Hoje me faz tanta falta
A alegria que eu tinha
Brincava de perder tempo
Com a vida que era minha
Hoje eu sei que a vida passa
Por onde a gente caminha.
Sinto falta das moagens
De fogos, renovações
De tomar banho no açude
De cantoria e canções
Que de noite se ouvia
Remoendo as emoções.
E os passeios a cavalo
Pelos cantos da fazenda?
Com o sol queimando a gente
E a lua fazendo renda...
Eu ia sempre a galope
Até chegar na moenda.
Ia pelo Caldeirão,
Oiticica e Represa
Na casa de Mané Danta
Chegava assim de surpresa
Mas sempre tinha feijão
Com arroz em sua mesa.
Eu ia na farinhada
Queria participar
Via fazer a farinha
A goma no sol secar
Tirava a manipueira
Pra goma não estragar.
De noite tinha pipoca
Baralho e brincadeira
O violão despertava
O amor, essa fogueira
E do tempo que passava
Hoje só resta a poeira.
Claude Bloc Boris.
Prezada Claude Bloc
ResponderExcluirIdentifique a turminha da foto.
"Hoje voce caprichou. Seu poema retrata uma historia, um tempo. Eu que conheci a Fazenda Serra Verde, que visitei mais de uma vez, sinto-me de volta aqueles encontros de fraternidade e lhaneza no trato com as pessoas. Estive por duas vezes na Serra Verde e nas duas fui recebido por seus pais. Dificil era saber qual dos dois era mais gentil e afetuoso. Parabens pelo poema decicado ao meu grande amigo Nonato e espero que seja tambem para o velho João Rodrigues que por varias vezes esteve na fazendo ao Lado do seu pai negociando mercadorias produzidas pelos engenhos de cana de açucar.
Parabens mais uma vez.
Na foto: Claude (de Chapéu de couro e com espingarda), Dominique (a mais alta), Ricardo Saraiva, Edilma Saraiva, Edilsinho Saraiva (já falecido) - os três filhos de Seu Edilson Rocha, seu "Satisfeito", do foto Saraiva, em Crato - Bertrand Bloc, Tony Bloc, Jacques Bloc Boris (meus irmãos), Tereza Duarte, Lourdes (ambas de Crato).
ResponderExcluirQuando escrevi os versos, dediquei a Nonato pela gentileza que ele teve em me dedicar um poema. Mas na verdade, trouxe de volta ao meu pensamento a Serra Verde que Seu João Rodrigues conheceu.
ResponderExcluirEspero que gostem.
Abraço,
Claude
Claude.
ResponderExcluirAguardemos a reação dos poetas do Blog.Com certeza será muito positiva como sempre.
Claude,
ResponderExcluirLivre pensar é só pensar, já dizia Millor Fernandes. Recordar, melhor ainda. Assim, você pensa no que viu e vivenciou e faz essa viagem maravilhosa.
Essa retrospectiva te levou de volta a um lugar e a um tempo jamais esquecidos.
Que as farinhadas e as moagens sirvam sempre para temperar a tua criatividade e a tua imaginação.
Parabéns pelo poema!
Claude Bloc.
ResponderExcluirVocê com esse poema viajou para um lugar que é nosso, que é o sertão.
Parabéns pelo poema e pelo resgate.
Abraço lá de nós.
Esse poema da poetisa Claude, me deu uma vontade louca de viajar
ResponderExcluirpara o Cariri. E assim sendo eu vou me afastar do blog durante um certo tempo. No Barro Branco onde eu vou ficar não tem nenhuma lan house.
Mas não vou voltar batendo não, no meu retorno eu vou trazer algumas coisas do Cariri e de V. Alegre.
Abraço para os guerreiros do bloc.
Agradeço a Morais pelo apoio e pela publicação desse poema. Pediria que corrigisse a palavra "manipieira" por "manipueira". Pois na pressa saiu errada a digitação.
ResponderExcluirAbraço,
Claude
Mundim,
ResponderExcluirNão demore muito a aparecer não. Seu humor e sua poesia fazem falta no blog Sanharol. Quando quiser versejar em Sobral me avise. Leve a poesia no alforje e a rima no gibão.
Lá tem 3 irmãos Bloc (Claude, Dominique e Tony) todos doidos por coisas de nossa terra.
Abraço
Claude
Sávio,
ResponderExcluirObrigada pelas palavras generosas. Meu pensamento sempre corre pro meu Cariri e sobretudo para Serra Verde que me viu crescer e me ensinou a ser gente (risos).
Mas é isso mesmo: minhas raízes estão fincadas naquele chão. O tempo mudou tudo, mas as lembranças nunca mudarão.
Abraço,
Claude
Às vezes tomamos conhecimento de uma obra, e ficamos a imaginar... Será que foi feita por mãos humanas! O poema, posso chamar genericamente de poeta? De Claude bloc, parece ter vindo do céu lá de pertinho das nuvéns!
ResponderExcluirEla simplesmente sentiu por mim, e eu nem sabia que sentia assim. Você, poeta da saudade, me fez voltar no tempo, dando-me mais vida, nessa longa e distante caminhada.
Francisco,
ResponderExcluirA saudade que a gente sente é sincera quando se trata da saudade de nossa terra, do lugar que nos ensinou a vida, da saudade de nós mesmos num tempo de alegria com tudo tão simples à nossa volta.
Nossa saudade é parecida porque os costumes eram iguais e o amor pelo nosso chão era um tesouro precioso.
Hoje a maioria das pessoas são desgarradas e não conseguem entender muitas vezes que saudade é essa, que amor é esse que se tem por um lugar.
Mas é assim que eu me sinto quando me lembro de como a felicidade era mais fácil, tão fácil de um jeito que gente nem a percebia.
Abaço,
Claude
Claude, Raimundinho, Dr. Savio e Francisco.
ResponderExcluirO territorio da Fazenda Serra Verde fazia parte de seis municipio. Juazeirodo Norte, Crato, Caririaçu, Grangeiro, Varzea-Alegre e Farias Brito. Uma pequena parte do territorio que tocava a Varzea-Alegre era chamada Serra dos Cavalos. Desafio o Mundim, o Dr. Savio a contar a origem desse nome. Se não aparecer alguem que conheça eu contop depois.
Só se tem saudade do que é bom!!! Mas isso sim era um tempo bom Claude, que hoje você resgata e retrata tão lindamente em verso e prosa.
ResponderExcluirUm beijão de parabéns por tão bela saudade.
PS: Claude, no meu tempo, o poster dos 15 anos tinha que ser no foto Saraiva do Crato. Chiquésimo!!! kkk
Mas eu nem pude.... kkkkk
Já tive a ousadia de cometer um livro: "Gotas de Orvalho", lançado por João Scortecci Editor, um cearense radicado em S. Paulo que resolveu fundar uma editora para lançar seus próprios livros, deu certo, hoje ela é uma das mais bem organizadas de S. Paulo. Também da mesma editora participei da lv Antologia poética de Pinheiros.
ResponderExcluirNesse meu pequeno livrinho eu também falo de saudade, veja:
Distância...saudade...
Saudade da minha terra
Da minha infância, saudade
Que ficou lá... Bem distante,Bem longe desta cidade
"Se não houvesse distância
não haveria saudade".
A distância Deus criou
Castigando a humanidade
Para que houvesse lembranças
Do que passou de verdade
"Se não houvesse distância
ninguém sentiria saudade".
A distância lembra a morte
Quem parte deixa saudade
Quando o CRISTO "partiu"
Criou-se a eternidade
"Se não houvesse distância
ninguém choraria de saudade".
Relembro o meu passado
Chorando de ansiedade,
Da minha infância querida
Que ficou na eternidade,
"Pensando bem na distância
sentindo muita saudade".
Francisco Gonçalves de Oliveira.
Cara Claude, agradeço pela dedicação do belíssimo poema, que retrata como poucos,o interior dos sertões nordestinos. Em que pese a sua origem francesa, mas tem a alma nordestina.
ResponderExcluirEstive, hoje,na residência do meu pai e falamos no nome do seu pai e mais uma vez ele externou a forma como era tratado pelo seus pais. Além disso, informou que também adquiria a safra de algodão da fazenda Serra Verde.
Como não sou poeta, tenho que me socorrer dos conterranêos, que desta vez é um poema musicado da autoria de Pinto do Acordeon:
ENGENHO VELHO
Engenho velho gemedor
Foste o grande pioneiro
Se eu esqueço não me engano
Tu moia toda cana
Que trazia o cambiteiro
De uma légua de distância
A gente escutava
O aboio do vaqueiro
O estala do chicote
Que tangia o magote
De boi gordo e tão faceiro.
Engenho velho pra você
Ainda tiro meu chapeu
Eu me lembro da doçura
Do sabor da rapadura
Da garapa de do teu mel
Hoje passando em teu terreiro
Ô meu velho pioneiro
Que saudade que me deu
As moendaS enferrujando
A madeira se rachando
E teu destino é igual ao meu."
Abraços,
Raimundo Nonato Rodrigues, o paraibano.
É...
ResponderExcluirClaude
Belo quadro você descreveu da sua juventude. É maravilhoso lembrar os tempos idos. Realmente o tempo e a vida passam ligeiro.
Sempre que nos lembramos de algo bom, gostoso, puro, o nosso
coração às vezes, inicia uma cascata através das porteiras dos olhos.
A fantástica palavra saudade, existente em nosso idioma, existe para descrever a feliz lembrança de alguns bons momentos do nosso passado.
Parabéns
Vicente Almeida
Nonato,
ResponderExcluirAgradeço pelos versos do seu conterrâneo, cheios de sentimento pela nossa terra nordestina e seus costumes. Gostei demais.
Quanto a seu pai,fico feliz pelas boas lembranças que tem dos meus pais. Se eu pudesse um dia iria vê-lo pra conversar sobre essas coisas do passado,pois estou pensando, juntamente com meus irmãos,em escrever um livro sobre meu pai.Toda informação e depoimento são preciosos.
Obrigada pela alegria que me deu com esses versos e, sobretudo, pela oportunidade de reencontrar uma pessoa ligada à rotina da Serra Verde em seus tempo áureos e que tanto considera meu pai.
Abraço a você e seu pai.
Claude
Francisco,
ResponderExcluirEscrever muitas vezes é nossa redenção. É como se nossas lembranças teimassem em trazer de volta a felicidade pura e simples que tornou-se a base da alegria que regem nossos dias de hoje.
Seus versos trazem em si essa pureza dos seus sentimentos porque tocam sua alma e seu coração.
Parabéns pelos versos. Que venham outos.
Abraço,
Claude
Klébia,
ResponderExcluirÉ isso mesmo. Todas as meninas tiravam essa foto dos 15 anos no foto Saraiva. Eu fui uma delas. Sou ainda amiga de todos ali e cada vez que vou ao Crato vou visitar Dona Telma e seu Edilson.
Sou madrinha de Ernesto, o filho caçula deles.
Abraço a você e à sua alegria...
Claude
Vicente
ResponderExcluirA juventude é nosso melhor pedaço. É quando a vida ainda não nos trouxe a tristeza que vem inevitavelmente depois. Por isso é sempre bom lembrar dessas coisas boas que ficaram gurdadas na gavetinha de nossa memória.
Abraço,
Claude