A cinco de Março,O Antonio Nasceu,
Cresceu e viveu
No campo, a sonhar.
A sua mãe Maria,
O seio lhe dava
E lhe amamentava
Pra vida enfrentar.
Em mil novecentos
E nove, brotou.
Seu pai trabalhou
Com garra e com fé,
No meio da seca
Sofreu de dá pena
E resou novena
Para São Jose.
Numa sexta-feira,
De lua bem cheia,
A noite clareia
Com muito esplendor.
Serra de Santana
Acolhe a criança,
Que boa lembrança,
Que sublime amor.
A vila Assaré
Já fora um atalho
De muito trabalho
No nosso sertão,
Pois quem conduzisse
Alguma boiada
Encurtava-lhe a estrada
Naquele rincão.
Brasil governado
Por Afonso Pena
Ditava a novena
Pro povo de cá
Nogueira Acioly
Oligarca nato
Fechava o mandato
No meu Ceará.
Marechal Rondon
Em plena floresta
Dava sua festa
De vez futurista.
Antonio Gonçalves
Os astros mostravam!
E já anunciavam
Sendo um idealista.
Aos quatro de idade
Teve uma doença,
Que nem mesmo a crença
E a reza curou
Com o rosto doído
E a vista afetada
Sem crer em mais nada
Um olho cegou.
Em mil novecentos
E doze é chamado
E apelidado
Com todo carinho
A sua familia
Que lhe representa
Ao povo apresenta
Como Senhorzinho.
No ano dezessete
Do seculo vinte
Fez-se bom ouvinte
De um verso em papel
De ouvido aguçado
E entendendo o artista
Quis ser repentista
Cantor menestrel.
Seu Pedro Gonçalves
Neste mesmo ano
Tem um desengano
E voa pro alem
Deixa cinco filhos
Em pranto fecundo
E Antonio, o segundo
Sem muito vintem.
Vinte e oito cidades
E o dobro de vilas
Compoem as filas
Do seu Ceará
Sem ver o progresso
Apela por chão
Plantando feijão
E maracujá.
Dr. Savio Pinheiro.
Aguardem as Segunda, Terceira Cancelas.... Uma bela obra do Dr. Savio. A partir de amanhã.
ResponderExcluirAbraços.
Caro amigo, A. Morais
ResponderExcluirCom intuito de contribuir, sobre o que deve ter sido erros na digitação, sugiro revisão na 1ª estrofe, 6° verso, onde tem "seis" deve ser "seios" ; na 3ª estrofe, 3° verso, onde tem "crinaça" deve ser "criança" e na 7ª estrofe, 5° verso, onde tem "rosro", deve ser "rosto".
No mais, só apreciar o talento do Sávio, aguardando todas as cancelas.
Um grande abraço.
Paulo.
Acabei de fazer as mesmas observações por e-mail. Morais, siga a orientação, é simples, basta clicar no lápis.
ResponderExcluirVocê agora terá dois sensores, viu? rs rs rs
O poema de Dr. Savio é triste, é sentido, tem a dor sertaneja do nosso grande Luiz Gonzaga.
ResponderExcluirEmociona e faz visualizar, não só a cancela, mas também todo o cenário em que os personagens agem e se movimentam.
Parabéns!
Palmas para para o poeta Dr. Sávio de tão sensíveis e emocionantes versos.
ResponderExcluirA Triste Partida de Patativa do Assaré sempre mexeu muito comigo.
Tive o prazer e alegria de conversar três vezes com Patativa.
Por volta de meus 15 anos de idade, ele fez uns versinhos para mim, pena que não escrevi e guardei comigo. Patativa foi amigo de minha irmã e de seu grupo de amigos no Crato. Grande Patativa de saudosa lembrança!
Uma grande obra em prol daquele que passou sua vida contando e escrevendo o sofrimento em prosa e versos do cidadão que coloca o pão na mesa, esse homem simples e guerreiro nosso amigo camponês. A triste partida é uma realidade, obra prima do grande poeta Patativa do Assaré. Parabéns Dr. Sávio pela belíssima obra.
ResponderExcluirO maravilhoso poema do Dr. Sávio.
ResponderExcluirtem seu valor literário pela qualidade poética do autor e pela homenagem ao poeta maior.
Ei fiquei extremamente feliz, quando participei dessa grande obra. com uma décima no final.
Parabéns Dr. Sávio.
Parabens Dr. Savio....Homenagem muito bonita aquele que foi o maior dos poetas do Brasil.....Tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente e sempre que vou ao Assaré, dou uma passada no seu museu....Sou fã de Patativa do Assaré e Lampião...
ResponderExcluiré eu como disse ontem eu vi os manuscritos, e vi o pedido do B.C Neto ao Sávio para fazer um cordel homenageando esse baluarte da poesia cabocla mundial, como a gente se fala muito pessoalmente pelo parentesco que nos une mais eu venho de publico na grande rede parabenizar vc por este magnifico trabalho como sempre digo vc no cordel em nossa cidade é o maior, não é atoa que na academia cordelista abraços
ResponderExcluirEssa foi boa! Enio Menezes é fã do Lampião. Pois não é que estou começando a achar que também sou.
ResponderExcluirDe vez em quando, costumava ir a casa de uma vizinha, no Crato, de nome Ana Simões, uma pernambucana que teve seu varal de roupas assaltado pelo bando de Lampião. Ia à sua casa e ficava quietinha só escutando as histórias do bando. rsrs
Prezados Paulo Viana, Gloria Pinheiro, Claude Bloc, João Bitu, Raimundinho, Enio Menezes e Israel. A nossa CPU está cheia de nó pelas costas. Coisas simples como copiar e colar nem pensar. Ao digitar o texto cometi erros e, ao terminar fiz uma viagem as pressas, sem antes fazer a devida correção. Os meus agradecimentos a todos pelas observações e as disculpas ao autor pelos erros grasseiros.
ResponderExcluirAbraços a todos.
A. Morais
Morais, Paulo Viana, Glória, Claude, João Bitu, Raimundinho Ênio, Israel,
ResponderExcluirO texto tenta transportar o leitor para cada época, apesar da grande dificuldade de expressão em se trabalhar o poema com apenas cinco sílabas em cada verso.
Esse estilo tem o nome de Redondilha Menor e foi o mesmo utilizado pelo Patativa na Triste Partida.
Seria de bom feitio cada leitor tentar imaginar a melodia durante a leitura, e até cantar, se possível.
Um Abraço a todos.
Amigo Morais, obrigado pelo cuidado na postagem da segunda cancela.
Grato.
Dr. Sávio,
ResponderExcluirNa releitura que fiz imaginei a melodia de Triste Partida. Nem precisava dizer que os versos encaixam-se com perfeição na música.
Os cordelistas sabiam o que estavam fazendo quando lhe premiaram com uma Cadeira.
Agora, vou torcer também por Mundim do Vale.
Glória, fico muito grato a você
ResponderExcluirpela torcida.
E também digo como o nosso poeta acadêmico. procure cantar o verso alegre regresso, parodiando o musical da triste partida que você vai ver a beleza maior do poema.
Ele também foi feito em redondilha,
com cinco sílabas.
Abraço do Cariri.
mundim.