"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".
Dom Helder Câmara
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
COMPOSITORES DO BRASIL
NO TEMPO DOS FESTIVAIS
Parte II
“É um tempo de guerra
É um tempo sem sol”...
Por Zé Nilton
Quando a TV Rio lança o primeiro Festival Internacional da Canção Popular, numa série de sete, de 1966 a 1972, e logo assumido pela novel Rede Globo, o tempo ainda não havia fechado de todo para o lado das liberdades civis. Respirava-se um ar de liberdade, vigiada, claro, mas as artes podiam falar do Brasil de então e o mundo não se acabava.
A partir do segundo e, mais precisamente do terceiro, em 1968, o dragão da maldade já andava solto, espreitando a tudo e a todos bem de perto, punindo hereges e rasgando heresias.
A classe média e a juventude estudantil urbanas enchiam o Maracanazinho, no Rio de Janeiro, e através da música engrossava o coro de que era “proibido proibir”.
Daqui da terra a gente tomava conhecimento pelo rádio, e quem podia, pelas raras revistas que chegavam. A indústria fonográfica lançava no outro dia do festival as músicas vencedoras e aquelas aplaudidas pelo povo.
Tempos bons aqueles.
No COMPOSITORES DO BRASIL, programa da Rádio Educadora do Cariri desta quinta-feira, vamos falar e tocar algumas músicas dos três primeiros festivais internacionais, ocorridos respectivamente em 1966, 1967 e 1968.
Vamos rever músicas que nunca mais saíram da memória do tempo e de quantos curtiram a vida, apesar de você.
Um passeio pelas canções de amor, de ternura do início, até as de protestos daquele ano negro para a História do Brasil, 1968.
Na sequencia:
1.Festival Internacional da Canção, 1966
a.SAVEIROS, de Dori Caymmi e Nelson Mota, com Nana Caymmi
b.O CAVALEIRO, de Tuca e Geraldo Vandré com Geraldo Vandré
2.Festival Internacional da Canção. 1967
a.MARGARIDA, de Gutenberg Guarabira com Gutenberg Guarabira
b.TRAVESSIA, de Milton Nascimento e Fernando Brandt, com Milton Nascimento
c.CAROLINA, de Chico Buarque de Holanda, com Cynara e Cybele
d.SÃO DOS DO NORTE QUEVEM, de Capiba e Ariano Suassuna, com Claudionor Germano
3.Festival Internacional da Canção. 1968
a)SABIÁ, de Tom Jobim e Chico Buarque com Cynara e Cybele (vencedora da fase internacional)
b)PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES, de Geraldo Vandré com Geraldo Vandré
c)ANDAÇA, de Dori Caymmi, Eduardo Souto e Paulo Tapajós, com Beth Carvalho e os Goden Boys
Quem ouvir verá!
Compositores do Brasil
Rádio Educadora do Cariri – 1020
Todas as quintas-feiras de 14 às 15 horas
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Acesse: www.radioeducadoradocariri.com pelo
www.blogdocrato.com
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Prezado Prof. Zenilton
ResponderExcluirMuito se fala dos tempos dourados. Dizem que não se tinha liberdade! Não sei se por essa razão não gravavam porcarias. A sensura só poermitia gravar o que era bom. Hoje a liberdade serve muito bem para fazerem dos nossos ouvidos 'pinico".
Um grande abraço e estou com inveja por não participar desse programa e ouvir "Alguem na multidão, Menina Linda, Feche os olhos, Não me diga adeus, e tantas outras belas canções desse que foi o periodo mais fertil da musica popular brasileira. Parabens e um bom programa.
Caro Morais
ResponderExcluirTem horas que a gente fica pensado assim. No fundo, com repressão e tudo, a gente era feliz e não sabia.