Nize dançava e dançava. De todas as formas, de todos os jeitos. Dançava todos os passos e era uma alegria só. Cada compasso lhe trazia um alargar de sorriso como que a desafiar todos aqueles que a julgavam insana. Nize, calada, apenas dançava. E ria. A paz estava em seus pés, a alegria em seus passos, em seu sorriso, em sua alma. Seu dançar, contradizendo a lógica, era como um chamamento a um duelo, a uma derradeira e fatal disputa, entre ela, a que dançava, e todos aqueles que não escutavam a música. Enquanto isso, Nize dançava e dançava. E ria sem se importar. Os insanos apenas olhavam e nada ouviam. Alguns não entendiam a alegria de Nize. A alma de Nize sorria tanto quanto ela, de leveza, de alegria.
"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".
Dom Helder Câmara
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Prezado Xico Bizerra.
ResponderExcluirÉ prazeroso ler a sua cronica, especialmente hoje, que muitos haverão de dançar sem musica, sem razão, por paixão ou por conta de muitos insanos e oportunistas sem alma, sem decencia, sem amor ao proximo, sem nada.
Xico, eu li a sua crônica
ResponderExcluirComentada por Morais
E compreendi que na vida,
Pra não dançarmos jamais,
Termos de ignorar
Espetáculos teatrais.
Xico,
ResponderExcluirFui lendo e gostando, imaginando Nize realizando suas coreografias, entregue à música, à arte.
No meio do texto, fui fazendo outra leitura, talvez entendendo tua metáfora. Mas aí pensei: eu vou fazer a minha leitura. Penso aqui nas diversas interpretações que um texto sugere; o autor cria, lança sua obra no mundo e aí não é mais dono. As pessoas vão lendo, vão vendo e fazendo suas leituras, vislumbrando-as no seu mundo, dando suas interpretações. E eu acho isso ótimo, porque quem lê, ou quem observa uma arte plástica, a recria no seu íntimo.
Por isso vejo nessa tua crônica, a a alegria de Nize dançar a vida com leveza, com entrega.
É o que sempre digo: a arte é quem nos salva dos insanos e impuros.
abraços poéticos
stela