E ali estava ele. Rindo. Um riso tímido, contido, calado, mas um riso, como que a zombar da vida, do povo que passava, da tarde que começava a se aproximar da noite. Como explicar aquele riso? O que é um riso? No caso dele, era apenas a boca se alongando um pouco além em suas extremidades. Teria ele motivos para rir? Seus projetos de vida estavam satisfeitos? Era feliz? Seu time ganhara o campeonato? Seria um sinal de felicidade ou um disfarce por não poder chorar? Quem explica o rir? Perguntar-lhe, não adiantaria, pois, por motivo algum, ele interromperia aquele riso para responder. A família, os filhos, amigos e vizinhos queriam entender o porquê daquele riso, muito embora pouco interessasse, naquele momento, sua razão, pouco importasse seu riso. Entre choros e velas somente ele ria. Apenas ria. Ria da vida que passara.
"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".
Dom Helder Câmara
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Muito bonito.
ResponderExcluirAbraços.
Puxa, poeta, você descreveu o "RIR E O CHORAR" muito bem e eu passei a primeira leitura ansiosa para saber em quem você se inspirou, rs Muito poético.
ResponderExcluirPoeta,
ResponderExcluirHá dias na vida, que o ser humano rir do choro choramingando de alegria esperando a croniqueta dominical do Xico.
Um abraço.
morais, fafá e sávio:
ResponderExcluirobrigado por lerem.
se gostaram, obrigado, de novo.
abraço a todos.