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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

HISTÓRIAS DE CRIANÇAS - Por Mundim do Vale

Raimundo, filho de Zé André e Tonha do Sanharol com seus oito anos, reparador e prestador de atenção, saiu com esta coisa de criança.
Tonha fez uns sequilhos e quando tirou a primeira fornada levou um pouco para Zé André, Zé depois que provou disse:
- Estão ótimos, mas quem fazia sequilhos bem, era Minha Madrinha do Sanharol.
Noutra ocasião Tonha fez um tijolo de leite bem caprichado e o primeiro taco levou para Zé. Ele provou e falou:
- Está muito bom. Mas quem fazia tijolo de leite bem, era Menina do Garrote.
Em outra ocasião ela fez um * Chapéu de couro e levou o primeiro para Zé. Ele espalhou aquele disco na mão e saiu roendo pelas margens, até que ficou do tamanho de uma moeda de cinco centavos. Lambeu os beiços e disse:
- Eita, que tá bom que tá danado! Mas os melhores chapéu de couro, quem fazia era Mãe Doá.
Tonha colocou as mãos na cintura e encarou Zé dizendo:
- José, de hoje em diante, você só vai comer sequilhos, tijolo de leite e chapéu de couro aqui em casa se for buscar Madrinha do Sanharol, menina do Garrote e Mãe Doa para fazer.
Outro dia Zé André procurava um ferramenta e não encontrando, ficou danado de raiva e falou grosseiro com Tonha. Raimundo que observava tudo advertiu Zé:
- Pai, larga de abuso, pai já perdeu os sequilhos, o tijolo de leite e o chapéu de couro, Cuidado! Pai vai terminar perdendo o “ Negocinho “
- Vira essa boca pra lá Raimundo. Tu sabes que eu tua mãe somos muito bem casados. Se eu perder o negocinho, Tonha também perde.

* Bolo de massa de milho, feito no caco,

Fonte: Livro de Antônio Morais

3 comentários:

  1. Eita Mundim.

    Voce foi buscar esta historia de crianças no fundo do Baú. Raimundo era muito observador e mimoso, se dava ao luxo de brincar com os velhos sem correr o risco de levar um cascudo. A historia foi verdade e tem uma coisa: Sequilhos, tijolo de leite e chapeu de couro ninguem comeu mais lá em casa. Mamãe o que tem de boa tem de opiniosa tambem.

    Abraços.

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  2. Mundim,

    Eu sou apreciadora de todas essas iguarias. "Chapéu de couro" aprendi a apreciar na casa de seu Manoel Dantas que já morou em Serra dos Cavalos, parte da fazenda que fazia limite com Rajalegre.

    Como pode ver, na Serra Verde os costumes eram iguaisinhos aos da sua cidade... Até o jeito de falar.

    Abraço,

    Claude

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  3. PENSAMENTO SUJO KKKKK EU PENSEI QUE O ASTERISCO (*) IRIA EXPLICAR ERA OUTRA COISA...

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