A PELEJA DO FÍGADO VALENTE
COM MANÉ CACHACINHA
Dedico a Claude Bloc
Lendo a matéria “POÉTICA” da homenageada do “SEXTA DE TEXTOS” desta semana, a qual achei muito necessária e oportuna para o engrandecimento da Literatura de Cordel, resolvi postar esta PELEJA, que se caracteriza pelo debate de dois poetas de bancada ou de cantadores. Neste caso específico, a pendenga é totalmente surreal, porém vale a pena ser lida. BOA LEITURA.
(Sextilhas ou Redondilha Maior)
FÍGADO:
Sou o Fígado Valente
Resistente, sim senhor,
Que trabalha noite e dia
Fazendo frio ou calor,
Sem alarme eu faço muito,
Mas ninguém me dá valor.
Vou contar para vocês
Uma história com nobreza
Que aconteceu no passado
Com malícia e esperteza
Na cidade dos contrastes
“Várzea Alegre é natureza”.
Conheci um menestrel
Bebendo de cabeçada
Com voz bonita e entoada
Cantando para a moçada
Alegrando a multidão
Que passava na calçada.
O seu nome era Mané,
Codinome Cachacinha.
Tinha um bafo de dragão
Que espantava galinha
Bebia todos os dias,
Mas não saía da linha.
Os amigos de cachaça
Desfilavam pela rua
Jesus Clemente, Tarcísio
Narcisa a desfilar nua
Porém, o grande alvoroço
Era beber vendo a lua.
Um a um, foi se acabando,
Devagar foram morrendo.
A cirrose os dominava
Pouco a pouco corroendo.
Os seus fígados doíam
Pois no álcool iam sofrendo.
Foi aí que o Mané
Com o seu bucho de lombriga
Tendo alucinações
Resolveu entrar na briga
Falou sério para mim
Bem no alto da barriga.
MANÉ:
Olha aqui, seu desgraçado,
Quero um conselho te dar!
Se você está pretendendo,
Querendo me aniquilar,
Fique sabendo, você,
Que saberei me vingar.
FÍGADO:
Você é um inocente
Não sabe do meu valor
Desde você criancinha
Que eu lhe sirvo com amor
Sou o seu fiel amigo
Pergunte para o doutor.
MANÉ:
Quero tirar com você
Uma peleja sincera
Botar o pingo nos “is”
Lubrificar a esfera
Pois se você não tem rima
Não terá atmosfera.
FÍGADO:
Eu não quero discutir
Com você tão exaltado
Porém, aviso primeiro
Estou mandando um recado
Se você não se cuidar
Pode morrer sem cuidado.
COM MANÉ CACHACINHA
Dedico a Claude Bloc
Lendo a matéria “POÉTICA” da homenageada do “SEXTA DE TEXTOS” desta semana, a qual achei muito necessária e oportuna para o engrandecimento da Literatura de Cordel, resolvi postar esta PELEJA, que se caracteriza pelo debate de dois poetas de bancada ou de cantadores. Neste caso específico, a pendenga é totalmente surreal, porém vale a pena ser lida. BOA LEITURA.
(Sextilhas ou Redondilha Maior)
FÍGADO:
Sou o Fígado Valente
Resistente, sim senhor,
Que trabalha noite e dia
Fazendo frio ou calor,
Sem alarme eu faço muito,
Mas ninguém me dá valor.
Vou contar para vocês
Uma história com nobreza
Que aconteceu no passado
Com malícia e esperteza
Na cidade dos contrastes
“Várzea Alegre é natureza”.
Conheci um menestrel
Bebendo de cabeçada
Com voz bonita e entoada
Cantando para a moçada
Alegrando a multidão
Que passava na calçada.
O seu nome era Mané,
Codinome Cachacinha.
Tinha um bafo de dragão
Que espantava galinha
Bebia todos os dias,
Mas não saía da linha.
Os amigos de cachaça
Desfilavam pela rua
Jesus Clemente, Tarcísio
Narcisa a desfilar nua
Porém, o grande alvoroço
Era beber vendo a lua.
Um a um, foi se acabando,
Devagar foram morrendo.
A cirrose os dominava
Pouco a pouco corroendo.
Os seus fígados doíam
Pois no álcool iam sofrendo.
Foi aí que o Mané
Com o seu bucho de lombriga
Tendo alucinações
Resolveu entrar na briga
Falou sério para mim
Bem no alto da barriga.
MANÉ:
Olha aqui, seu desgraçado,
Quero um conselho te dar!
Se você está pretendendo,
Querendo me aniquilar,
Fique sabendo, você,
Que saberei me vingar.
FÍGADO:
Você é um inocente
Não sabe do meu valor
Desde você criancinha
Que eu lhe sirvo com amor
Sou o seu fiel amigo
Pergunte para o doutor.
MANÉ:
Quero tirar com você
Uma peleja sincera
Botar o pingo nos “is”
Lubrificar a esfera
Pois se você não tem rima
Não terá atmosfera.
FÍGADO:
Eu não quero discutir
Com você tão exaltado
Porém, aviso primeiro
Estou mandando um recado
Se você não se cuidar
Pode morrer sem cuidado.
MANÉ:
Você pensa que o medo
Vai mudar a minha mente?
Eu não corro de um debate
Com um fígado carente
E um “neguim” feito você
Vai sofrer no meu repente.
FÍGADO:
Você pensa que me abate
Com a discriminação?
Se a minha cor é escura,
Devido a minha função,
Eu não me sinto abatido,
Para mim é distração.
MANÉ:
Nêgo ruim não tem função
Mostre pra mim o que faz!
Tu só serves pra doer
Desde que me fiz rapaz
Vivo tomando remédio
E você não me dá paz.
FÍGADO:
Eu só vou lhe perdoar
Por você está delirando
Pois saiba que são quinhentas
As funções que eu comando
E quando chego a doer
A sua morte está chegando.
MANÉ:
Ora bolas, ta mentindo!
Pois sinto dor todo dia
A barriga dói no alto
Com gastura e agonia
Minha boca fica azeda
Chego até a sentir azia.
FÍGADO:
Veja como me acusas
Por você nada saber.
Quanta dor e tanta azia,
Que parecem até ferver
Provem lá do teu estômago
É gastrite pra valer.
MANÉ:
E de manhã, na cozinha,
Quando o café, eu vou tomar,
Tremendo qual vara verde
Sem conseguir segurar
Sinto que por sua culpa
O café, eu vou derramar.
FÍGADO:
Senhor Mané Cachacinha
Tu que só falas besteira
Se o teu corpo está sofrendo
Com tamanha tremedeira
Tens a triste abstinência
Da cachaça derradeira.
MANÉ:
Falando assim tão bonito
Mais parece um coração,
Aquele órgão, que é o chefe
Da nossa preservação,
Que manda em todos vocês
E dá conta da missão.
FÍGADO:
Você que só quer beber
E jogar conversa fora
Não vê que o coração
Usa a mídia toda hora?
Ele só tem a função
De jogar o sangue fora.
MANÉ:
Você está é com inveja
Seu crioulo desgarrado
O famoso coração
É um órgão namorado
Pois as mães e os casais
Usam-no com muito agrado.
FÍGADO:
Realmente, você tem
Boa observação.
No dia dos namorados
Louva-se o coração,
Também no dia das mães
É enorme a louvação.
MANÉ:
Então trate de entender
A aprovação popular.
Você diz que é esperto,
Mas não quer acreditar.
Tu só seves pra dá gosto
Sexta-Feira no jantar.
FÍGADO:
Observe o pensamento
Errado, que o povo tem,
Pois sou um laboratório,
Faço tudo, mas ninguém
Valoriza o meu trabalho
Pela vida de alguém.
MANÉ:
A sua insignificância
É tão fácil de mostrar,
Que se fores colocado
Em um pomposo jantar
Dirão: não há etiqueta
Essa festa é popular.
(Décima com versos de cinco sílabas)
FÍGADO:
Deixa de espanto
Caneiro melado
Do bucho quebrado
Que só traz o canto.
Eu bem me garanto
Sou um órgão decente.
Salvo muita gente
Do grande pecado
Sempre embriagado
Serás indigente.
MANÉ:
Sinto a boca amarga
Tal chão de bodega,
O cheiro não nega
Parece descarga.
O gosto não larga,
Não estou nada bem,
O fígado é que vem
A ser o culpado,
É um desagrado
A fama que tem.
FÍGADO:
Amigo Mané
Eu vou te mostrar
Aonde encontrar
Gosto de chulé.
Na língua há rapé
Saburra e mau gosto.
Eu vejo no rosto
Desinformação
Povo sem lição
Só dá é desgosto.
MANÉ:
Tu és a figança,
Que me dá gastura,
Que o pobre mistura
Ao vir da matança.
Sua tripa balança
Com a indecência.
Sem muita ciência
O coalho despacha
Cheirando a borracha
Só sai flatulência.
FÍGADO:
Você não se gaba
De mim um instante
Faz-me de errante
Meu poder desaba.
O mundo se acaba
Mas sou bem decente.
Sou o filho valente
Da sua fussura
Não tenho rasura
Sou melhor que gente.
MANÉ:
Seu “figo” amargoso
De cor tão escura
Vivo na amargura
Sem ter um só gozo.
Eu era bondoso
Quando não bebia.
Sofrendo agonia
Eu ando sem graça
Devido à cachaça
A vida é vazia.
(Septilhas)
FÍGADO:
Pressinto uma vida nova
Dentro do seu coração,
Pois antecipo a você
Com tão sublime emoção,
Que se você quer viver
Deixe logo de beber
Esta é a sua provação.
MANÉ:
Seu pacote de cirrose
Fonte de bile e de dor
Não pense que é o melhor
Nem que é o meu superior.
Se eu abri o meu coração
E expus a minha emoção
É porque tenho valor.
FÍGADO:
Isso é muito positivo
Na nossa vida real,
Pois demonstrando que tem
Uma esperança vital
Você encontra a melhora
Deixando o vício de outrora
O álcool é um grande mal.
MANÉ:
Eu sempre vivi na noite
Na mais completa orgia,
Pois achando ser a vida
Um buquê de fantasia
Deixei-me levar no manto
Do alcoolismo reinante
Na trilha da rebeldia.
(Oitava - Oito Pés em Quadrão)
FÍGADO:
Eu fico feliz assim
Se prometeres a mim,
Que você vai dar um fim
Nesse vício sem razão.
Colocando em sua mente
Voltarás logo a ser gente
Viverás alegremente
Cantando oitava em quadrão.
MANÉ:
Poço de doença feia,
Que me faz comer aveia,
Você é que me aperreia
E me faz provocação.
Eu vou parar de beber
Não por você merecer
Mas porque quero viver
Cantando oitava em quadrão.
FÍGADO:
Eu entendo o teu orgulho,
Pois tem na mente o gorgulho,
O que te enche de entulho
Descumprindo a tua missão.
Não tenhas nenhum receio
Pois acharás um bom meio
De deixar o vício feio
Cantando oitava em quadrão.
MANÉ:
Quando estou embriagado
O meu enorme pecado
É andar todo rasgado
Imitando um pobretão.
Porém, canto a melodia
Que a bela noite anuncia
Recriando a fantasia
Cantando oitava em quadrão.
FÍGADO:
Estou muito orgulhoso
De te ver maravilhoso
Com um coração bondoso
A rezar linda oração.
Ao deixar o alcoolismo
Salvar-se-á do abismo
Transmitirá o lirismo
Cantando oitava em quadrão.
MANÉ:
Observo a paciência,
Que tem Vossa Excelência,
De aguentar tanta demência
Desse pobre bebarrão.
Porém, eu quero dizer
Voltarei a ter prazer
Acharei o meu bem-querer
Cantando oitava em quadrão.
(Duo-decassílabo ou Alexandrino)
MANÉ CACHACINHA E O FÍGADO VALENTE:
Você pensa que o medo
Vai mudar a minha mente?
Eu não corro de um debate
Com um fígado carente
E um “neguim” feito você
Vai sofrer no meu repente.
FÍGADO:
Você pensa que me abate
Com a discriminação?
Se a minha cor é escura,
Devido a minha função,
Eu não me sinto abatido,
Para mim é distração.
MANÉ:
Nêgo ruim não tem função
Mostre pra mim o que faz!
Tu só serves pra doer
Desde que me fiz rapaz
Vivo tomando remédio
E você não me dá paz.
FÍGADO:
Eu só vou lhe perdoar
Por você está delirando
Pois saiba que são quinhentas
As funções que eu comando
E quando chego a doer
A sua morte está chegando.
MANÉ:
Ora bolas, ta mentindo!
Pois sinto dor todo dia
A barriga dói no alto
Com gastura e agonia
Minha boca fica azeda
Chego até a sentir azia.
FÍGADO:
Veja como me acusas
Por você nada saber.
Quanta dor e tanta azia,
Que parecem até ferver
Provem lá do teu estômago
É gastrite pra valer.
MANÉ:
E de manhã, na cozinha,
Quando o café, eu vou tomar,
Tremendo qual vara verde
Sem conseguir segurar
Sinto que por sua culpa
O café, eu vou derramar.
FÍGADO:
Senhor Mané Cachacinha
Tu que só falas besteira
Se o teu corpo está sofrendo
Com tamanha tremedeira
Tens a triste abstinência
Da cachaça derradeira.
MANÉ:
Falando assim tão bonito
Mais parece um coração,
Aquele órgão, que é o chefe
Da nossa preservação,
Que manda em todos vocês
E dá conta da missão.
FÍGADO:
Você que só quer beber
E jogar conversa fora
Não vê que o coração
Usa a mídia toda hora?
Ele só tem a função
De jogar o sangue fora.
MANÉ:
Você está é com inveja
Seu crioulo desgarrado
O famoso coração
É um órgão namorado
Pois as mães e os casais
Usam-no com muito agrado.
FÍGADO:
Realmente, você tem
Boa observação.
No dia dos namorados
Louva-se o coração,
Também no dia das mães
É enorme a louvação.
MANÉ:
Então trate de entender
A aprovação popular.
Você diz que é esperto,
Mas não quer acreditar.
Tu só seves pra dá gosto
Sexta-Feira no jantar.
FÍGADO:
Observe o pensamento
Errado, que o povo tem,
Pois sou um laboratório,
Faço tudo, mas ninguém
Valoriza o meu trabalho
Pela vida de alguém.
MANÉ:
A sua insignificância
É tão fácil de mostrar,
Que se fores colocado
Em um pomposo jantar
Dirão: não há etiqueta
Essa festa é popular.
(Décima com versos de cinco sílabas)
FÍGADO:
Deixa de espanto
Caneiro melado
Do bucho quebrado
Que só traz o canto.
Eu bem me garanto
Sou um órgão decente.
Salvo muita gente
Do grande pecado
Sempre embriagado
Serás indigente.
MANÉ:
Sinto a boca amarga
Tal chão de bodega,
O cheiro não nega
Parece descarga.
O gosto não larga,
Não estou nada bem,
O fígado é que vem
A ser o culpado,
É um desagrado
A fama que tem.
FÍGADO:
Amigo Mané
Eu vou te mostrar
Aonde encontrar
Gosto de chulé.
Na língua há rapé
Saburra e mau gosto.
Eu vejo no rosto
Desinformação
Povo sem lição
Só dá é desgosto.
MANÉ:
Tu és a figança,
Que me dá gastura,
Que o pobre mistura
Ao vir da matança.
Sua tripa balança
Com a indecência.
Sem muita ciência
O coalho despacha
Cheirando a borracha
Só sai flatulência.
FÍGADO:
Você não se gaba
De mim um instante
Faz-me de errante
Meu poder desaba.
O mundo se acaba
Mas sou bem decente.
Sou o filho valente
Da sua fussura
Não tenho rasura
Sou melhor que gente.
MANÉ:
Seu “figo” amargoso
De cor tão escura
Vivo na amargura
Sem ter um só gozo.
Eu era bondoso
Quando não bebia.
Sofrendo agonia
Eu ando sem graça
Devido à cachaça
A vida é vazia.
(Septilhas)
FÍGADO:
Pressinto uma vida nova
Dentro do seu coração,
Pois antecipo a você
Com tão sublime emoção,
Que se você quer viver
Deixe logo de beber
Esta é a sua provação.
MANÉ:
Seu pacote de cirrose
Fonte de bile e de dor
Não pense que é o melhor
Nem que é o meu superior.
Se eu abri o meu coração
E expus a minha emoção
É porque tenho valor.
FÍGADO:
Isso é muito positivo
Na nossa vida real,
Pois demonstrando que tem
Uma esperança vital
Você encontra a melhora
Deixando o vício de outrora
O álcool é um grande mal.
MANÉ:
Eu sempre vivi na noite
Na mais completa orgia,
Pois achando ser a vida
Um buquê de fantasia
Deixei-me levar no manto
Do alcoolismo reinante
Na trilha da rebeldia.
(Oitava - Oito Pés em Quadrão)
FÍGADO:
Eu fico feliz assim
Se prometeres a mim,
Que você vai dar um fim
Nesse vício sem razão.
Colocando em sua mente
Voltarás logo a ser gente
Viverás alegremente
Cantando oitava em quadrão.
MANÉ:
Poço de doença feia,
Que me faz comer aveia,
Você é que me aperreia
E me faz provocação.
Eu vou parar de beber
Não por você merecer
Mas porque quero viver
Cantando oitava em quadrão.
FÍGADO:
Eu entendo o teu orgulho,
Pois tem na mente o gorgulho,
O que te enche de entulho
Descumprindo a tua missão.
Não tenhas nenhum receio
Pois acharás um bom meio
De deixar o vício feio
Cantando oitava em quadrão.
MANÉ:
Quando estou embriagado
O meu enorme pecado
É andar todo rasgado
Imitando um pobretão.
Porém, canto a melodia
Que a bela noite anuncia
Recriando a fantasia
Cantando oitava em quadrão.
FÍGADO:
Estou muito orgulhoso
De te ver maravilhoso
Com um coração bondoso
A rezar linda oração.
Ao deixar o alcoolismo
Salvar-se-á do abismo
Transmitirá o lirismo
Cantando oitava em quadrão.
MANÉ:
Observo a paciência,
Que tem Vossa Excelência,
De aguentar tanta demência
Desse pobre bebarrão.
Porém, eu quero dizer
Voltarei a ter prazer
Acharei o meu bem-querer
Cantando oitava em quadrão.
(Duo-decassílabo ou Alexandrino)
MANÉ CACHACINHA E O FÍGADO VALENTE:
Pra encerrar o cordel do fígado valente,
Que fez Mané Cachacinha se equilibrar,
Rogo a Deus que lhe dê paz exemplar
E que adquira vida boa novamente.
Enalteço o grande amigo e paciente,
O fígado, que tão bem trata a nossa vida!
A esperança, cruelmente transferida,
É que faz qualquer alcoólatra um sofredor
Por isso eu peço e imploro ao meu senhor,
Que nos dê amor nessa vida tão sofrida.
Fim.
Que fez Mané Cachacinha se equilibrar,
Rogo a Deus que lhe dê paz exemplar
E que adquira vida boa novamente.
Enalteço o grande amigo e paciente,
O fígado, que tão bem trata a nossa vida!
A esperança, cruelmente transferida,
É que faz qualquer alcoólatra um sofredor
Por isso eu peço e imploro ao meu senhor,
Que nos dê amor nessa vida tão sofrida.
Fim.
(Galope à beira-mar – onze sílabas poéticas )
Sávio Pinheiro:
Estou procurando um astuto poeta
Pra usar o galope deste meu cantar
Na minha procura desejo encontrar
Pra eu ver realçar uma rima concreta.
No meu versejar eu já sou um atleta
De bom desempenho e dedicação.
Desejo um poema de muita emoção
Daí, eu fazer-te tamanha investida
DA HORA DO PARTO À TRISTE PARTIDA
CANTOU PATATIVA POR LIBERTAÇÃO.
Mundim do Vale:
Não quero fugir da rima e da métrica,
Mas Sávio Pinheiro impôs desafio.
Não vou pelo mar, mas vou pelo rio
O que interessa é a arte poética.
Eu adoto a rima e desprezo a ética
Viajando a galope por este torrão
Lembrando o poeta maior do sertão,
Que rimou na chegada e rimou na saída,
DA HORA DO PARTO À TRISTE PARTIDA
CANTOU PATATIVA POR LIBERTAÇÃO.
Agradecemos a paciência.
Parabens Dr. Savio.
ResponderExcluirOs amantes da poesia recebem hoje uma grande aula: de versos, poesia, de saude, afinal de conhecimentos gerais a respeito de diversos temas, entre os mais importantes o alcolismo, o unico capaz de derrotar o Figado Valente. Nossos agradecimentos. Um grande abraço.
A. Morais
Dr. Savio.
ResponderExcluirEste seu Sexta de Textos de hoje tem uma significação muito importante para nossa historia. Uma delas: Manuel Cachacinha por exemplo, figura prestimosa de nossa terra, amigo de todos, mal não fazia a ninguem, só a si mesmo e seu velho figado. Elevou o mundo a fora com o seu "Varzea-Alegre é natureza" quem não já ouviu falar este dito. Parabens.
Já estou aguardando a proxima sexta-feira - e o proximo Sexta de Textos.
João Pedro,
ResponderExcluirA escolha do Mané Cachacinha para este enredo se deveu ao fato dele ter se regenerado. Um alcoólatra que deixou de ingerir bebida alcoólica. Um exemplo a ser seguido por muitos. Ele tinha uma bonita voz e gostava de cantar belas músicas nas suas bebedeiras.
Um Abraço.
Morais,
ResponderExcluirEsse texto poderia ser inserido no teatro pelo dinamismo que ele apresenta e pela importância do tema. Você continua sendo um leitor muito competente.
Um Abraço.
Engraçado, Sávio, enquanto lia sua postagem pensei exatamente nisso: ideal para ser inserido no teatro pelo dinamismo e importância do tema. Parabéns!
ResponderExcluirFafá Bitu
MUITO BOA A DEGLADIAÇÃO DO MANÉ COM O SEU VELHO FÍGADO.QUE VALIOSA BUSCA DE INSSPIRAÇÃO FAZENDO DOS ORGÃOS DO NOSSO CORPO OS ATORES DO QUE PODE VIR A SER UMA PEÇA TEATRAL COMO A FAFÁ FALOU. E SE O SR ALDENÍSIO DECORAR ESTE COM CERTEZA SERÁ MUITO BEM APROVEITADO POR QUEM O OUVIR. SE FOSSE PRA EU TAVA PERDIDO KKK NAO DECORO NEM SENHA DE CONTA DE BANCO.
ResponderExcluirMagnólia,
ResponderExcluirNão querendo deixar de lado uma taça de um bom vinho, mas o alcoolismo é uma doença que está vitimando os jovens do nosso país com tantas mortes prematuras. Os acidentes de motos e a violência doméstica está tirando o prazer da vida. Divulguemos o bom prazer de viver.
Um abraço no Levi e no Aldenízio.
Fafá,
ResponderExcluirO teatro é uma boa investida na área de educação em saúde. O trabalho que desenvolvemos nas comunidades do Programa Saúde da Família em Cariús, onde trabalho, utiliza o cordel e a arte cênica como instrumentos de transformação social.
Um Abraço.
Cláudio Sousa,
ResponderExcluirO surrealismo empregado é proposital. Como as palestras que fazemos, rotineiramente, não surtem o efeito desejado, tentemos colocar os próprios órgãos para falarem com os seus donos. A nossa técnica utiliza múltiplos contatos com múltiplas demandas, que é a forma mais moderna de comunicação. Interagindo sempre.
Um Abraço.
Magnólia, fui colega de Aldenísio ainda no tempo da monareta, pensa! Um dos colegas me botou o apelido de " QUALHADA AZEDA" ....... Tenho muita vontade de contactar meu velho amigo do ginásio São Raimundo. Abraço Fafá
ResponderExcluirDolores sierra nasceu em Barcelona na beira do cais...Sávio ouvi muito a tua fonte inspiradora cantar essa estrofe.logo após falar: Várzea Alegre e' natureza.Parabéns,você e' um orgulho que temos em pertencer a nossa comunidade Sanharol.Abraco.
ResponderExcluirSávio,
ResponderExcluirA sexta sempre tem se tornado momento de expectativas. Fico aguardadndo as novidades.
Desta vez e mais uma vez, veio se confirmar a espera com uma beleza de trabalho.
Que venham sempre coisas boas assim. Estava sentindo falta da sua presença aqui.
Abraço,
Claude
quem quiser fale com ele pois ele editou esse cordel e é muito legal eu tenho ele
ResponderExcluirRolim,
ResponderExcluirEu vi, certa vez, o Mané Cachacinha em Caririaçu, totalmente embriagado, cantando em uma calçada. Momento inequecível. Quanto saudosismo.
Um Abraço.
Claude,
ResponderExcluirA minha ausência não é minha ausência. É a dificuldade de acessar este espaço durante os plantões. Qualquer semelhança com Gibran Kalil Gibran é mera coincidência. Ter uma leitora de tanta envergadura é bola na cesta.
Um abraço fraterno.
Israel,
ResponderExcluirVocê está sempre presente e mostrando como é conhecedor do que acontece na sua terra. Parabéns!
Um abraço.
Essa sexta de textos
ResponderExcluirDeixou meu cesto sem testo
E as palavras foram embora
Como agradecer texto perfeito
Vou tentar achar um jeito
Refrescando minha memória
Enchedo a cuca de cana
E pra não perder a fama
É mais um que vai embora
Diz alguém eu já sabia
Fala primo fala tia
Mas só a mãe é quem chora
Nesse diagnóstico
Eu não devo mim meter
Calado aqui eu fico
Não vou abrir o meu bico
Onde não posso resolver
Se estamos em janeiro
Quando chegar fevereiro
Veja o teu gama gt
Se ele passar de mil
Com certeza em abril
Alguém chora por você.
Savio um belo texto, o meu fígado
valente agradece.
Um abraço.
Luiz Lisboa,
ResponderExcluirSe o fígado não fosse tão valente, não viveríamos com qualidade. Nós o agredimos e ele nos a vida. Temos de respeitá-lo.
Um abraço.