A CEGONHA.
Dedico ao meu irmão Francisco Carlos Pinheiro
Dedico ao meu irmão Francisco Carlos Pinheiro
Céu claro, sem nuvens, sol em zênite. Pele escaldante, suor em demasia. Mente confusa, porém determinada. Pontuou-se, assim, o cenário daquele longínquo 07 de Junho de 1963. Na calçada alta da casa do seu avô Vicente, atrás da igreja matriz, o pequeno José, de cinco anos de idade, fixava o seu olhar no telhado da casa em frente, pertencente à sua família, enquanto a sua mãe, Maria, sentia fortíssimas contrações sob o olhar astuto da dedicada parteira Elihua.
12h15. Um choro forte de criança e o sorriso franco de um pai demonstravam ao mundo, o nascimento de mais uma criaturinha, que surgira para assegurar a perpetuação da espécie humana determinada por Deus, desde Gênesis. Acabara de nascer o envolvente Francisco.
A data premiada para ser o dia da grande confirmação presencial da chegada da cegonha tornou-se, para aquela criança curiosa, um momento de grande descrença e de enorme frustração. Descrença, por não querer acreditar que aquele nascimento havia consumido a sua esperança de presenciar, in loco, um fato realístico; e frustração, por ter vislumbrado a certeza, cujo mundo que o tinha criado, era fantasioso por fazê-lo acreditar numa pérola inexistente.
A semana de espera a procura de uma verdade, que ele se esquivava em confirmar, mas que a sua curiosidade efervescente o pôs à prova, fê-lo com que se tornasse, instantaneamente, um ser eufórico, intempestivo e descrente. A cara do mundo que ele insistia em acreditar havia se mostrado hipócrita, e acabado, de vez, o semblante inebriante da beleza indecifrável da fantasia.
A cegonha, que até então, habitara o seu imaginário como símbolo de uma verdade absoluta, passa a ser, doravante, um simples pássaro, tendo como marca principal a sua característica dócil e protetora, que dedica atenção especial às aves doentes e mais velhas. Num passo de mágica, a enviada de Deus foi rebaixada do cargo de perpetuadora da criação humana para ave comedora de répteis na beira dos pântanos. Que decepção!
Naquele dia, o pequeno José viveu um São Tomé invertido, tendo de Ver para não Crer.
12h15. Um choro forte de criança e o sorriso franco de um pai demonstravam ao mundo, o nascimento de mais uma criaturinha, que surgira para assegurar a perpetuação da espécie humana determinada por Deus, desde Gênesis. Acabara de nascer o envolvente Francisco.
A data premiada para ser o dia da grande confirmação presencial da chegada da cegonha tornou-se, para aquela criança curiosa, um momento de grande descrença e de enorme frustração. Descrença, por não querer acreditar que aquele nascimento havia consumido a sua esperança de presenciar, in loco, um fato realístico; e frustração, por ter vislumbrado a certeza, cujo mundo que o tinha criado, era fantasioso por fazê-lo acreditar numa pérola inexistente.
A semana de espera a procura de uma verdade, que ele se esquivava em confirmar, mas que a sua curiosidade efervescente o pôs à prova, fê-lo com que se tornasse, instantaneamente, um ser eufórico, intempestivo e descrente. A cara do mundo que ele insistia em acreditar havia se mostrado hipócrita, e acabado, de vez, o semblante inebriante da beleza indecifrável da fantasia.
A cegonha, que até então, habitara o seu imaginário como símbolo de uma verdade absoluta, passa a ser, doravante, um simples pássaro, tendo como marca principal a sua característica dócil e protetora, que dedica atenção especial às aves doentes e mais velhas. Num passo de mágica, a enviada de Deus foi rebaixada do cargo de perpetuadora da criação humana para ave comedora de répteis na beira dos pântanos. Que decepção!
Naquele dia, o pequeno José viveu um São Tomé invertido, tendo de Ver para não Crer.
Dr. Savio.
ResponderExcluirAntonio de Gonçalo do Sanharol era um cidadão muito forte, estatura alta, e, como todo forte tinha o bucho grande. Andre meu irmão, lá com os seus 7 anos, observador eximio, perguntou para minha mãe: mamãe, porque Titia estava com o bucho grande tiraram um menino e ela ficou magrinha? Cotinha de Raimundo Bitu tambem estava com o bucho grande tiraram um menino e ela ficou magrinha? Por que não tiram um menino do bucho de Antonio de Gonçalo para ele ficar magrinho tambem?
No meu tempo não se falava em cegonha, o menino chegava pela chaminé. Pode um negocio desse?
Abraços.
Sávio
ResponderExcluirJá dizia Mário Quintana"Então, tudo que não é matéria de fofoca é poesia. O comum das gentes raciocina por associação de idéias, e o poeta por associação de imagens".Você traz a poesia de forma espontânea e simples. Mas uma simplicidade traduzida em tantas histórias que temos na infância, pré adolescencia...pensei muito como vinha esta cegonha...belíssimo texto, você é realmente um poeta.E assim por falar no meu esposo Francisco Carlos sinto e sei realmente, que é uma dádiva de Deus para nós: pai dedicado, esposo maravilhoso, filho amado e pessoa incrível. Li este texto com interesse e real encantamente e lhe desejo todo o sucesso literário e como pessoa, irmão, amigo e companheiro de todas as horas na nossa família ( posso assim dizer). Meu vivo abraço de agradecimento por essas palavras contidas no texto. Um abraço de todos nós (Francisco Carlos, Caio e Gabriel). Tereza Régia
Sávio, a vida é um sonho cheio de imaginações,será se o homem criou essas fantasias não foi para que desenvolvêssemos quando crianças, um raciocínio lógico do impossível.
ResponderExcluirBlog do Sanharol e Sávio,
ResponderExcluirLembro que quando meu sobrinho mais velho foi nascer, tudo aconteceu na casa da Major Joaquim Alves. Na hora do sufoco, mamãe me sugeriu ir para detrás da igreja com Zezê ( acho que para ficar distante do clima de um parto feitoo em casa.) Muito perspicaz como sempre fui, eu fiquei vendo o movimento de longe. Uma hora papai foi até a casa de Pedro Piau e trouxeram uma mesa. Estranhei muito. Depois que tudo passou...inocentemente foram nos buscar. Era Freitas que javia nascido puxado a forceps. Já pensou se no meu lugar fosse o garoto João Pedro! Com certeza ele teria desobedecido e ido até lá, rs
Belo texto. Parabéns, Sávio!
Fafá Bitu
Tio Sávio,
ResponderExcluirEsse texto foi muito interessante pois o fato deste é um conto imaginário que você caiu e se enganou com esta história. Parece engraçado com o modo que você imaginou.
VALEU! Por: Gabriel Carlos
Dr Savio:um texto poético como disse a Tereza mas o André com 7 anos já sabia que daquele bucho ia sair um menino,os de hoje já sabem como entra.
ResponderExcluirSavio,abraços.
Tereza, lembro do nascimento desses meninos de Chiquinho de Louso, depois vim morar em Fortaleza mas nunca perdi o contato. Um dia desses eu estava num evento da UNIMED LAR lá no CEU (CENTRO ESPIRITUAL UIRAPURU) e ele também estava num evento do PROJOVEM.Sempre que ele tinha uma folguinha vinha até a mim....sempre tão gentil, pegava o celular e ligava para tia Fideralina contando da alegria do nosso encontro. Foi tão bom!Um abraço de parabéns a todos vocês que compõem essa família maravilhosa,
ResponderExcluirFafá Bitu também de Várzea Alegre
Ao poeta ,irmão e pastorador de cegonhas, meu agradecimento por essa homenagem tão sublime e de grande valia.
ResponderExcluirFafá valeu pelo carinho que tem a nossa família e essa amizade permanecer e dizer que a recíproca é verdadeira.
Francisco Carlos Pinheiro
Francisco Carlos, gosto de preservar as amizades de meu pai Zé Bitu que se dava muito bem com seu pai. Parabéns pela homenagem, por sinal muito bem merecida. Abraço Fafá Bitu
ResponderExcluirAmigo Morais,
ResponderExcluirObrigado pela colocação da imagem no texto. Ainda hoje, eu aguardo a chegada da cegonha. Dessa vez, com um carro novo! Outro parto difícil.
Um abraço.
Tereza,
ResponderExcluirOrlando Parahim, um estimado professor de Saúde Coletiva que tive, falou, certa vez, que sem a capacidade que o povo tem de criar ou aumentar histórias, não existiria a arte. Conclusão: o Fuxico, como a literatura, a escultuta, a pintura e a música, é uma Arte.
Um viva! à fantasia.
Rolim,
ResponderExcluirAs crenças e as fantasias infantis são os pilates da nossa cultura. Devevemos, então, decantá-las.
Um abraço.
Fafá,
ResponderExcluirNaquela época, longe das salas de parto, era comum a meninada ter que deixar o terreno limpo para o nascimento acontecer.
Um abraço em Zazê.
Gabriel,
ResponderExcluirNaquela época, nós, realmente, acreditávamos na história da cegonha. Um tanto quanto descrente, mas acreditávamos.
Gostei do comentário.
Luiz Lisboa,
ResponderExcluirVocê sempre presente, heim! Hoje, a cegonha caiu no esquecimento. Mas a história fantasiosa dessa bele ave permanece viva.
Um abraço.
Zé Sávio, a especialidade da medicina que você exerce, talvez seja uma forma de recompensa por tão grande frustração... O sonho da chegada da cegonha, foi substituído por uma realidade que você aprendeu a amar - a sabedoria de Deus usando a mulher no verdadeiro papel da cegonha....
ResponderExcluirUm beijo de parabéns por tanta sensibilidade!!!
Sávio, e para eu tranquilizar ZZ em relação ao transporte da mesa, pensa!!!! Está te mandando um abraço. O niver dela será dia 9 de março, gostaria que vcs se organizassem e preparassem algo aqui no blog. Abraço Fafá
ResponderExcluirKlébia,
ResponderExcluirComo diz Pasquale: "É isso aí...
Por conta da desistência da cegonha eu sofro, até hoje, nas maternidades da vida.
Um grande abraço.
Dr.Sávio.
ResponderExcluirUm texto muito bem escrito. Realmente essa nossa cultura, acaba podando o desenvolvimento das crianças. Uma criança indígena, na primeira infância, a partir do 4º mês, que já começa a sentar eles dizem que ela já desenvolve a inteligência e já tem capacidade de aprender por si só.
Bem, por falar em cegonha...
O menino pergunta á mãe:
- Manhê! Foi a cegonha que me trouxe para o mundo?
- Foi meu filho!
- E é Jesus que nos dá o pão de cada dia?
- Sim, meu amor!
- Mais uma coisa. È o Papai Noel que dá brinquedos no Natal?
- Sim.
- Então para que serve o papai?
Francisco Gonçalves,
ResponderExcluirAtualmente, quem sofre com os nascimentos são os obstetras. No caso específico do Papai Noel quem continua com o ônus são os próprios pais.
Um abraço.