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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 12 de junho de 2014

Amor - Por Rosa Avello.

Escarafunchar o passado do parceiro não leva a nada e gera sofrimento. Por insegurança, certas pessoas tornam-se investigadoras obsessivas das antigas relações de seus companheiros e isso é uma tremenda bobagem. Primeiro, porque todos mudamos com as nossas experiências. Segundo, porque cada relacionamento amoroso é único. Quem insiste nessa pratica perde de vista o presente e, com ele, a oportunidade de uma conciencia plena.

Quando se tem demasiada curiosidade acerca das coisas que se faziam no passado, fica-se quase sempre na grande ignorância das que tem lugar no presente. A fase do filosofo francês Renê Descartes chama a atenção para uma atitude extremamente danosa aos relacionamentos afetivos: escarafunchar o passado do parceiro. Mais comum do que seria desejado, esse mau habito nasce da crença nas palavras de outro filosofo Chinês Confúcio : Se queres prever o futuro, estuda o passado.

Embora esta pareça ser uma sabia verdade, ou, mais especificamente, as relações passadas de nosso parceiro costumam fazer mais mal do que bem a relação. Partindo do pressuposto de que somos seres inteligentes e, como tal, aprendemos e somos transformados por nossos erros e acertos, de que adianta remexer no passado? Afinal ele foi vivido por uma pessoa que já não somos mais. Estamos hoje mudados por nossas experiências.

Você certamente diria: Mas tem gente que não muda. É verdade. Porém, mesmo nesse caso, o passado não importa muito. Num relacionamento amoroso, o modo de ser de um tem efeito direto sobre o do outro. A cada nova relação vivida abrem-se possibilidades de mudança e de troca que antes inexistiam. De nada vale, portanto, analisar um modo de ser que resultou da união de nosso parceiro ou parceira com outras pessoas, diferentes de nós.

Investigar o passado da cara metade nada mais é do que um sinal de insegurança, de medo de sofrer. É uma atitude tipica de quem não tem critérios próprios ou não valida as próprias referencias, de quem pensa em comparar o que foi com o que está sendo para avaliar quase plena é a sua entrega atual - o que obviamente não tem nenhum fundamento.

Querer saber o passado do outro para diminuir a chance de sofrimento revela despreparo para a vida afetiva. Para viver plenamente uma relação é preciso enxerga-la sempre como uma experiência única - e, entregar-se a ela como tal.

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