1958 - Eleições municipáis no Crato. A residencia do Coronel Filemon Teles, respeitado chefe politico, estava apinhada de eleitores, principalmente aqueles residentes na zona rural do Municipio. Muito deles, depois de cumprido o "dever civico" do voto, já regressavam às suas casas.
Na epoca era bastante comum o eleitor, numa artimanha politica, mormente os residentes nos sitios e povoados, votar uma, duas ou mais vezes, usando titulos de eleitores já falecidos e daqueles que não mais residiam na area do municipio. Verificada a semelhança fisionomica, pois o titulo trazia fotografia, conhecido cabo eleitoral da UDN entrega ao não menos popular Rodrigues jamacaru, um dos titulos fantasmas,com a instrução para votar na seção eleitoral que funcionava, na epoca, no predio da Estatistica .
De posse do titulo, Jamacaru, pressuroso, tenta o voto duplo. Todavia, levou azar, pois na porta da seção estava o Sr. Diomedes Pinheiro, fiscal do PSD e amigo leal do Prof. Pedro Felicio Cavalcante. Ao regressar ao comitê do partido, recebeu nova instrução: Volte e tente dispistar o Sr. Diomedes - disse o cabo eleitoral. Jamacaru, fiel escudeiro do Coronel Filemon, partiu para nova investida. Foi chegando e avisando: corra, seu Diomedes, que a sua esposa caiu no banheiro e quebrou as duas pernas. Como um raio saiu Diomedes Pinheiro, enquanto Rodrigues Jamacaru, tranquilamente, em dose dupla, cumpriu mais uma vez o dever civico do voto.
Ao regressar e contar o episodio,foi observado, a certa distancia, sem ser notado pelo Coronel Filemon - nosso querido tio Filé que, ao final senticiou:
Compadre Rodrigues, voce não fez direito. Não agiu como devia. Era para quebrar uma perna nessa eleição e deixar a outra para a proxima.
Coisas gostodas do nosso folclore politico.
Osvaldo Alves de Sousa.
Desta epoca ficou a lembrança de politicos que tinham sua posição. Estando ou não no puder. Hoje é um balaio de gato só. Estão todos do mesmo lado. Não existe oposição. Já não se faz politica como antigamento.
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