Vida de professor, hoje em dia, não é nada fácil! Já vai longe o tempo em que o professor era respeitado pelos seus alunos, com o mesmo nível de consideração e devoção reservado aos próprios pais. Época em que alunos eram verdadeiros discípulos e o professor, antes de tudo um mestre a dividir o saber com seus pupilos. Hoje não; o pobre do professor além dos baixos salários, carga horária estafante, ainda enfrenta um bando de jovens desinteressados, alunos de cara feia, mal-educados desde o berço, alguns deles drogados, quando não armados até os dentes.
Às vezes, eu imagino o que seria dos pequenos estudantes do Século XXI, se porventura voltassem as normas disciplinares que existiam na época em que a minha mãe estudava nas escolas primárias do Crato. Aí pelos idos de 1910, há um século, portanto, todo dia de sábado havia a sabatina. Nada mais era do que uma argüição oral que o professor, de palmatória em punho, fazia aos alunos sobre todo o conteúdo ministrado durante a semana. Aquele que não soubesse responder, outro aluno era solicitado a passar um quinau, isto é fazer a correção daquilo que o colega não soubera. Se por ventura acertasse a resposta, era autorizado pelo mestre a aplicar certo número de “bolos” na palma da mão do coleguinha relapso. Se errasse, os dois recebiam do próprio professor a merecida sova.
Mas tal sistema disciplinar não era nem de longe, comparado ao que existia na Alemanha de 1785. Famosa pela rigidez de comportamento de seu povo, àquela época, o professor alemão ministrava suas aulas com um comprido e espesso cipó encostado a um canto da parede. Se algum aluno não soubesse a lição ou se comportasse de maneira inadequada era solicitado a retirar a camisa, ajoelhar-se e receber algumas lapadas nas costas.
Certo dia, um professor da cidade de Brunswick, não desejando surrar seus alunos de apenas oito anos, impôs a eles um terrível castigo, em troca de umas boas e merecidas cipoadas. Eles somente seriam liberados da sala de aula, após somarem os cem primeiros números naturais, isto é: um mais dois, mais três, mais quatro, até chegar a cem. Seria uma operação demorada para qualquer adulto, imagine para crianças já sentindo as agruras da fome a lhe roer o diminuto estômago. Menos de cinco minutos depois dessa ordem, um garotinho franzino, levantou-se e disse ao professor: “o resultado é 5050”. “Como você descobriu isso, meu filho?” Aquela criança lhe mostrou uma pequena fórmula que havia descoberto, antes de muitos matemáticos famosos daquela época: a soma dos termos de uma Progressão Aritmética.
Reza a lenda que o professor tirou a camisa, pegou o vergalhão, entregou àquele pequeno aluno, ajoelhou-se e disse para a classe: “Hoje eu estou diante de um gênio! Meu filho tome esta vara e bata nas minhas costas! Bata quantas vezes você quiser!” Não há registro histórico se aquele aluno surrou seu professor, para alegria dos seus coleguinhas. Mas ganhou do diretor da escola, uma bolsa de estudos que lhe possibilitou doutorar-se em Matemática, anos mais tarde.
Ah sim, antes que eu me esqueça! Qual era o nome daquele pequeno gênio? João Frederico Carl Gauss, um dos maiores matemáticos de todos os tempos. Responsável entre tantos feitos, pelo desenvolvimento da “Teoria dos Números”, da demonstração do “Teorema Fundamental da Álgebra”, e da famosa “Curva de Gauss”, para correções de dados estatísticos.
Por Carlos Eduardo Esmeraldo
Às vezes, eu imagino o que seria dos pequenos estudantes do Século XXI, se porventura voltassem as normas disciplinares que existiam na época em que a minha mãe estudava nas escolas primárias do Crato. Aí pelos idos de 1910, há um século, portanto, todo dia de sábado havia a sabatina. Nada mais era do que uma argüição oral que o professor, de palmatória em punho, fazia aos alunos sobre todo o conteúdo ministrado durante a semana. Aquele que não soubesse responder, outro aluno era solicitado a passar um quinau, isto é fazer a correção daquilo que o colega não soubera. Se por ventura acertasse a resposta, era autorizado pelo mestre a aplicar certo número de “bolos” na palma da mão do coleguinha relapso. Se errasse, os dois recebiam do próprio professor a merecida sova.
Mas tal sistema disciplinar não era nem de longe, comparado ao que existia na Alemanha de 1785. Famosa pela rigidez de comportamento de seu povo, àquela época, o professor alemão ministrava suas aulas com um comprido e espesso cipó encostado a um canto da parede. Se algum aluno não soubesse a lição ou se comportasse de maneira inadequada era solicitado a retirar a camisa, ajoelhar-se e receber algumas lapadas nas costas.
Certo dia, um professor da cidade de Brunswick, não desejando surrar seus alunos de apenas oito anos, impôs a eles um terrível castigo, em troca de umas boas e merecidas cipoadas. Eles somente seriam liberados da sala de aula, após somarem os cem primeiros números naturais, isto é: um mais dois, mais três, mais quatro, até chegar a cem. Seria uma operação demorada para qualquer adulto, imagine para crianças já sentindo as agruras da fome a lhe roer o diminuto estômago. Menos de cinco minutos depois dessa ordem, um garotinho franzino, levantou-se e disse ao professor: “o resultado é 5050”. “Como você descobriu isso, meu filho?” Aquela criança lhe mostrou uma pequena fórmula que havia descoberto, antes de muitos matemáticos famosos daquela época: a soma dos termos de uma Progressão Aritmética.
Reza a lenda que o professor tirou a camisa, pegou o vergalhão, entregou àquele pequeno aluno, ajoelhou-se e disse para a classe: “Hoje eu estou diante de um gênio! Meu filho tome esta vara e bata nas minhas costas! Bata quantas vezes você quiser!” Não há registro histórico se aquele aluno surrou seu professor, para alegria dos seus coleguinhas. Mas ganhou do diretor da escola, uma bolsa de estudos que lhe possibilitou doutorar-se em Matemática, anos mais tarde.
Ah sim, antes que eu me esqueça! Qual era o nome daquele pequeno gênio? João Frederico Carl Gauss, um dos maiores matemáticos de todos os tempos. Responsável entre tantos feitos, pelo desenvolvimento da “Teoria dos Números”, da demonstração do “Teorema Fundamental da Álgebra”, e da famosa “Curva de Gauss”, para correções de dados estatísticos.
Por Carlos Eduardo Esmeraldo
Eu nem queria bater em nenhum, gostaria que ele tivesse um mínimo que fosse de interesse em aprender!
ResponderExcluirEsta postagem quase me deixou sem fôlego!
Prezado Carlos Eduardo.
ResponderExcluirUm dia eu vi o Roberto Campos dizer que para ser bem sucedido na vida qualquer pessoa precisava ter uma boa noção de economia. É verdade.
Mas eu acho que a disciplina é uma necessidade primordial. Nas escolas atuais não há esse conceito. O professor está para fazer o que o aluno desejar, aí a vaca foi pru brejo faz tempo. Uma bela postagem e muito obrigado.
Prezada Artemísia
ResponderExcluirLimitei-me apenas a narrar um fato. A história de como Gauss, um grande matemático revelou sua genialidade com apenas 8 anos de idade. Não emiti nenhuma opinião favorável à pedagogia do chicote. Os meus três filhos foram criados sem necessidade de surra. Quem bate o faz com raiva e geralmente sob intenso descontrole emocional.
Portanto recupere o fôlego e aprecie a beleza da genialidade de uma criança, descobrindo coisas que a mente de um adulto é incapaz de perceber.
Um grande abraço e muito obrigado por ter apreciado esse texto.
Caro amigo Morais
ResponderExcluirAgradeço suas palavras. Na realidade acredito haver uma interpretação errada dos novos conceitos pedagógicos que devem ser norteados pela liberdade, sem liberalidade e sem indisciplina. A disciplina é importante para qualquer grupo de pessoas.
Quanto ao conceito de Roberto Campos, uma das mais brilhantes nteligência brasileira, discordo. Mais importante para uma pessoa vencer na vida é ter equilíbrio emocional, vencer a timidez e um pouco de conhecimento de tudo, enfim.
Um grande abraço e obrigado por suas palavras de incentivo.