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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 3 de junho de 2011

A DIVINA COMÉDIA - Introdução 02/03 - Por Vicente Almeida


INTRODUÇÃO

A DIVINA COMÉDIA
Dante Alighieri
Livro de domínio público escrito entre 1307 e 1321 - Há 700 anos.

PARTE II

SOBRE A OBRA

Poucos escritores na História conseguiram dar à sua obra um caráter universal e atemporal. Dante Alighieri está entre eles: a viagem metafísica de suas páginas influenciou toda imaginação e cultura ocidentais de tal forma que é quase impossível falar em céu, inferno e purgatório sem se referir à sua "Divina Comédia".

Quando a alma de um homem que ainda não morreu empreende uma jornada pelo inferno, ele aprende o que significa "Viver a Vida". O autor deste poema medieval, Dante Alighieri, trouxe o inferno à vida através de representações extremamente realísticas de tortura, dor, dos demônios e do próprio Satanás.

Esta obra prima foi escrita no período de 1307 a 1321. É constituída de 100 (cem) Cantos, (divisão de longos poemas) divididos em estrofes de três linhas, totalizando 14.233 versos.

O sentido desta obra não é simples; ao contrário ela é “polissemia”, pois outro é o sentido literal, outro aquele das coisas significadas. Declarava Dante com essas palavras que a “Divina Comédia” é um poema alegórico. Mas, Não somente no poema há alegorias particulares, como o poema, na sua inteireza, tem uma significação, ou melhor, várias significações alegóricas.

Muitas foram as interpretações que da “Divina Comédia” se fizeram sob esse ponto de vista. Alguns comentadores puseram em maior evidência o seu sentido moral e teológico; outros consideram o poema dantesco como uma obra de inspiração política e ligada intimamente às vicissitudes pessoais do poeta.

Não são, porém, as intenções alegóricas que consagram a imortalidade da “Comédia” dantesca, à qual os pósteros atribuíram a qualificação de divina. A “Divina Comédia” é, principalmente, uma formidável obra de fantasia e de representação poética, talvez um dos pontos limites que a inteligência humana pode alcançar.

A obra é dividida em três partes: O Inferno, o Purgatório e o Paraíso. Com a ajuda do personagem "Virgílio" - poeta da antiguidade latina, que escreveu Eneida, símbolo da razão divina - Dante percorre esses três pontos: Os dois primeiros terríveis do Inferno ao Purgatório, para ter o direito de entrar no Paraíso com o auxílio de sua doce amada, Beatrice.

Comédia se refere ao sofrimento em antítese a alegria e paz do Paraíso. Daí a Divina comédia de nossas vidas de nossos sofrimentos, sempre vislumbrando a Deus na hora da morte. A obra apresenta-se, também, de forma crítica quando Dante chama a prestar contas em tribunal simbólico, os poderosos.

Segundo E.R. Curtius, "Dante chama ao tribunal papas e imperadores de seu tempo: reis e prelados, estadistas, déspotas, generais; homens e mulheres da nobreza e da burguesia das corporações e das escolas."

A provação, o moralismo de Dante - colocando-se como alguém "perdido em uma selva escura" aos 35 anos - e do leitor representando a humanidade, numa metalinguagem edificante. Todo aquele que pecar deve procurar a redenção de seus pecados, esse é o objetivo escondido nas palavras. Não basta dizer que se arrependeu é preciso ter fé e ser racional, na sociedade do dogma.

A obra, conforme a editora, poderá conter entre duzentas e mais de 1.000 páginas incluindo as ilustrações, em volume único ou até 10 volumes pois, com o passar dos séculos, foi muito enriquecida com novas ilustrações, comentários e interpretações. Não perca a coragem, há muita coisa boa pela frente.

Convidamos o leitor para finalizarmos a INTRODUÇÃO, terceira e última parte no domingo.

03/06/2011

3 comentários:

  1. É...

    Em um livro romanceado, em prosa ou verso, a apresentação, introdução e/ou Prefácio são utilizados para que o leitor se familiarize com a obra e seu autor.

    Esses itens podem ser escritos pelo próprio autor, ou por alguém da sua preferência, normalmente críticos literários de alto gabarito.

    Entretanto, isto é apenas uma opção do autor, que poderá editá-lo, sem esses assessórios, às vezes não tão importantes, outras vezes, quase indispensáveis.

    O Editor poderá a seu critério, preencher esse espaço com a biografia do autor e outras informações fundamentais.

    Se o leitor não gostar da introdução, dificilmente gostará da obra.

    Vicente Almeida

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  2. Vicente, estou aqui, viu?
    Falei que o acompanharei nesta caminhada.

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  3. É...

    Artemizia:

    Continue na sua poltrona se deliciando com o desenrolar dos fatos.

    Quando achar conveniente, diga alguma coisa.

    Fique atenta para as Reações. Já temos 04 ótimos. Significa que temos leitores sintonizados e conhecedores da obra.

    Vicente Almeida

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