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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 27 de julho de 2011

479 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


José Bitu Filho - José Bitu do Inharé.

No final da década de 40 do seculo passado, Pedro Batista de Morais e José André do Sanharol fizeram uma viagem a cidade do Crato. Meio de transporte lombo de animais. Saíram de Várzea-Alegre por volta das quatro horas da manhã e chegaram a Palmeirinha, na casa de Duquinco de Brito as 17 horas.

Soltaram os animais na roça e jantaram baião de dois com costela de porco torrada e banana maçã até não querer mais e se recolheram. No outro dia cedinho foram ao Crato visitar parentes e receber uma imagem de Nossa Senhora da Paz deixada há pouco tempo para restauração.

De volta a Palmeirinha, já se preparando para o retorno, se encontraram com José Bitu Filho, que solicitou dos amigos aguardar até o meio dia, pois pretendia viajar em companhia dos mesmos, sugestão aceita. No almoço entre outras guloseimas tinha uma farta tigela de fava com mocotó de porco, batata doce, farofa acebolada bem afeita a uma bela gaseificação. José Bitu exagerou na degustação.

Saíram da Palmeirinha ao meio dia, e, por volta das 19 horas estavam no sitio Lenços na casa de Vicente Pitá, onde se arrancharam.

José André muito sabido armou a rede no alpendre enquanto Pedro Batista e José Bitu puseram-nas em um quarto fechado da casa. Mal se deitaram José Bitu começo a atirar em toda direção. Pedro Batista não suportando a inhaca de fava azeda saiu para o terreiro e ao vê José André disse: compadre, vamos pegar os animais, continuar nossa viagem e botar José Bitu para bufar na estrada que ele não está respeitando nem Nossa Senhora da Paz.




6 comentários:

  1. Estas viagens de nossos conterraneos ao Crato eram verdadeiras resenhas. Cada uma a mais engraçada. Depois conto a de Mundim do Sapo, Jose Bitu e Ze de Ana do sanharol. É de morrer de rir.

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  2. Numa viagem aos Inhamuns, também a cavalo, Zé Bitu levou João de Martim como ajudante. Nos Inhamuns, quem anda em meio de carga não comia na mesa com os demais.
    Almoço na mesa, a dona da casa tinha cozinhado o queijo no arroz, ams separou amistura só nm prato.João de Martim pegou o prato dele e foi comer debaixo d eum juazeiro em frente da casa. Depois Zé Bitu comentou: é danado eu dei um queijo daquele tamanho e não comi nem um pedaço? Aí João de Martim, disse: Já eu só comi o puro queijo.

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  3. Pra falar a verdade, essas viagens eram cansativas, porem, gratificantes e cheias de boas historias, rsrsrs. Fava tem dessas coisas, é por dimais incoveniente, rsrsrs, adoro! baião de dois, com fava e queijo, viu Giovani... Abraço fraterno. Fatima.

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  4. Antonio Gonçalo Araripe em uma das suas viagens de tropeiro, chegou com sua comitiva no rancho em que iriam dormir com uma fome danada. Forneceu os mantimentos e deu uma dica à mulher dona da casa: faça um baião de dois e asse a carne. A senhora, que tinha pouca vivência com arroz (à época o cereal era uma raridade na região do Quicuncá), botou-o no fogo junto com a fava. O resultado é que quando o arroz estava enxugando o seu companheiro do baião estava apenas engilhando a casca. O Antonio Gonçalo, que era um tanto afobado, ficou uma fera...Foram dormir após comer apenas uns nacos de carne mal assada...

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  5. Antonio - Certa vez eu cheguei na fazenda por volta das sete horas da noite e pedir a esposa do encarregada para fazer arroz e esquenta um lata de feijoada Bordon. Quando cheguei a mesa a mulher estava preocupada : Seu Morais eu não sei como o senhor come um negocio desse, até folha tinha dentro desse feijão. Foi preciso eu lavar para o senhor não ver. Quando olhei direito tinha uma panela com três litros d"água e os caroços de feijão nadando dentro.

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