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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

RESGATE HISTÓRICO - Por Mundim do Vale.

RESGATE HISTÓRICO
Literatura de cordel

Quem chegou aqui primeiro
Com o título de Capitão
Na companhia do irmão
Foi Agostinho Pinheiro.
Tomou a posse ligeiro,
Reconheceu o local
Retornou a Portugal
E o irmão ficou apossado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.

Aqui o Padre Vieira
Fez batizado e sermão,
O jumento nosso irmão
Ele viu na capoeira.
Sentou no pau da porteira
Olhou para o animal
Fez o texto inicial
Que depois foi editado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.

Escutei muito baião
Tocado por Pedro Souza
Que era quase a mesma coisa
Do toque de Gonzagão.
Depois de uma infecção
O artista passou mal
Faleceu na capital
Mas aqui foi sepultado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.

Nesse vale antigamente
O povo rezava mais,
Não tinha gente capaz
De mexer com penitente.
Na rua de São Vicente
Tinha banda cabaçal,
Roda de maneiro pau
E a festa de reisado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.

Quando o Santo Padroeiro
Viu a torre despencando
E o povo embaixo chorando
Fez gesto de conselheiro.
Veio o corpo de bombeiro
Direto da capital.
Rezaram missa campal,
E a banda tocou dobrado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.

Foi um dos irmãos pinheiro
Que numa atitude boa,
Deu de presente a lagoa
Para o nosso padroeiro.
Mas um grupo interesseiro
Tomou a posse ilegal
E nessa trama infernal
O santo foi deserdado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.

Não sei quem me batizou
Porque nunca fiz questão,
Mas foi o frei Damião
O frade que me crismou.
Em seguida me mandou
Fazer o pelo sinal,
Na frente de um castiçal
Pra ficar abençoado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.

Conheci Manoel Tetê
Oficial de justiça,
Que era curto da vista
Mas teimoso como quê.
Morreu sem saber porquê
Meirinho é oficial,
Mas com o ganzá de metal
Nunca molhou um mandado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.

Raimundo Lucas Bidinho
Poeta varzealegrense,
Escreveu no “ Cearense “
Que não passou no moinho.
Dise que ficou sozinho
Vivendo do Funrural,
Sem ter acesso ao real
Como todo aposentado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.

Foi Antônia Cabeleira
Quem fez papel de cegonha,
Mas os cabras sem vergonha
Chamavam de caximbeira.
Ela da sua maneira
Fazia o parto normal
Sem precisar de hospital
Nem aparelho ligado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.

Num dia bem inspirado
Foi que José Clementino,
Desenvolveu nosso hino
Com Mestre Antônio de lado.
Musicaram num dobrado
Deram o retoque final
E por lei municipal
Foi aceito e aprovado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.

Tem água na região
Do açude de São Vicente,
Mas mesmo assim teve gente
Que foi contra a construção.
Gente que fez confusão
No projeto inicial,
Mas com a decisão final
Ficou feito e aprovado.
NESSE VALE DO MACHADO
DE ZÉ RAIMUNDO E DUDAL.

Mndim do Vale
Várzea alegre-Ce

Dedicado atodos aqueles que chegaram no Sanharol por último.

Um comentário:

  1. Mundim,
    Obrigado por minha parte, que cheguei por último neste Vale do Machado de tanta gente.De João d eDica, joaquin de Sátiro, Manelzinho Inácio, Joaquim Inácio, de Assis Sátiro, de Zé Bitu e D.Biluca, de Antônio Leandro e Carmelita,
    de Seu Mininim Bitu e João do Sapo, de Zé, LUIs, Joaquim e Chico André...etc.etc,etc
    .Lamentável mesmo é o fim do Riacho do Machado,tem áreas que acabou o leito, parece um campo de aviação, passaram as máquinas, se foi tudo.Trocou-se o arroz pelo capim, triste fim de um patrimônio natural.

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