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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

SERENATA BARULHENTA - Por Mundim do Vale.

Certa vez eu e Leandro de Valdeliz fomos fazer uma serenata. A dele era para uma filha adotiva de Chico Máximo e a minha era para Ana Fiúza com quem eu namorava na época. Fomos primeiro para a casa de Chico Máximo na rua Dr. Leandro. Eu todo tempo exigindo silêncio, estava até descalço para não fazer barulho. A radiola era uma Philips daquelas de plástico seco, que emitia o som nas duas tampas. Uma hora lá Leandro descuidou-se e derrubou as tampas no calçamento. Naquele silêncio da madrugada o barulho foi como se fosse um trovão de estalo.
Naquele momento eu vi as lâmpadas da casa de Luís Fiúza acenderam e em seguida ele saiu sem camisa na nossa direção. Como estava escuro eu acendi um cigarro para que com o claro do fósforo Luís pudesse identificar a minha pessoa. Luís chegou pra mim e perguntou:
- O que é que tá havendo aqui?
- Foi Leandro que derrubou as tampas da radiola.
- Eu devia era dar um tiro nessa radiola
- Não Luís deixa para fazer isso daqui a pouco, que daqui eu vou direto pra casa do seu pai, para fazer uma serenata para Ana sua irmã.
- Eu só não vou fazer isso mesmo porque estou sem balas.
- Pois eu lhe empresto duas. Tome.
- Precisa não eu tou é brincando. Vá logo pra casa de pai, que eu tou doido é pra dormir. E tem mais se quiser carregar Ana minha irmã, pode carregar que pai vai achar é bom.


Dedicado a Klébia Fiuza, Magnólia Fiuza, Maninha Fiuza e Osmundo Fiuza.

3 comentários:

  1. SE O OSMNDO A QUEM TAMBÉM DEDICASTES FOR O QUE EU ESTOU PENSANDO; DA RUA S.VICENTE, AQUI DE VÁRZEA ALEGRE. PENSE NUMA PESSOA HISTORICAMENTE CARISMÁTICA.

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  2. Ah! como eu gostaria de saber o nome, de quem fez uma serenata também pra mim, com uma vitrola lá na praça Sto Antonio;foi apenas uma paquera de ferias, o garoto morava fora. só lembro que ele era bem gordinho, bem gordinho mesmo! e eu imagine, magerrima para cotrastar, rsrsrs.O ano? 72/73 por aí; a música? MON AMOU MEU BEM MA FEMME. Tempos maravilhosos. Abraço carinhoso e fraterno,para os seresteiros de todos os tempos, idos e vindoros. Fatima Bezerra.

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