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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Para refletir.


Um senhor de idade foi morar com seu filho, a nora e o netinho de 4 anos de idade. As mãos do velho eram trêmulas, sua visão, embaçada, e seus passos, vacilantes.

A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do avô atrapalhavam na hora de comer. Quando pegava o copo, o leite era derramado na toalha da mesa e o filho e a nora irritavam-se com a bagunça. Então  decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha.

Ali, o avô comia sozinho, enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação e, desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida passara a ser servida numa tigela de madeira. Quando a família olhava para o avô sentado ali, sozinho, às vezes via lágrimas correndo de seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe dirigiam eram admoestações ásperas - especialmente quando deixava um talher ou a comida cair ao chão.

Seu netinho, o menino de 4 anos de idade, assistia a tudo em silêncio. Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que ele estava no chão, montando algo com pedaços de madeira, então perguntou delicadamente o que estava fazendo. O menino respondeu, docemente: Estou fazendo uma tigela para você e para a mamãe comerem, quando eu crescer. E continuou trabalhando em sua tigela.

Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que ficaram mudos. Caindo em si, lágrimas começaram a correr de seus olhos. Embora ninguém tivesse falado nada, o casal sabia o que precisava ser feito: naquela mesma noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família. Dali para frente e até o final de seus dias, o velhinho comeu todas as refeições com a família.  E, por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um garfo caía, o leite era derramado ou a toalha da mesa sujava com o caldo de feijão.

Um comentário:

  1. Uma mensagem muito importante para os dias atuais. Precisamos de crianças do tipo para alertar os adultos a respeito de seus idosos.

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