Pelos nossos parcos dizeres e saberes ficamos a repetir, à sorrelfa, temas, frases e palavras sobre o tempo.
Fazer o quê?
“Impossivel avaliar o presente e projetar o futuro, sem os parâmetros do passado”.
Não parece, mas a frase é minha mesmo.
Quero adiantar que fiquem à vontade: só leiam esta croniqueta se esse assunto interessar.
Sendo assim, lá vai: Olha o tempo! É assim que os nossos vibrantes narradores esportivos anunciam, pelo rádio, o tempo de jogo das partidas de futebol.
A seguir, emendam com o placar da contenda, avisando sobre o tempo, implacável, que resta em busca de uma vitória, ou mesmo para evitar uma derrota.
Mas, é aquela história: para se alcançar o pretendido na vida, o tempo é imprescindível. As coisas levam tempo, e o tempo leva muitas coisas.
O tempo varre até a nossa memória. É hábito recorrente falar sobre o tempo em nossas existências, partindo-se das idades.
Idade de ouro, meia idade e “melhor idade”. Esse último estágio de vida é considerado, para os inconformados, como o melhor período para morrer.
Com o corpo e a mente, corroídos pelo tempo, qual a graça de continuar ocupando espaço, sem usufruir dos prazeres da vida?
Já outra vertente, acha que as coisas não são bem assim e que o melhor tempo de vida é aquele que nos é dado para viver.
Os mais abespinhados raciocinam que o tempo é muito escroto, por nos ignorar em sua ação arbitrária – age sem nossa autorização.
Há uma lenda que diz:
O tempo não sabe nada do passado
Desconhece o futuro.
E está condenado a um eterno presente
Me agrada particularmente o que escreveu o poeta:
Existe entre o homem e o tempo,
contradições colossais.
O homem diz e não faz
O tempo faz e não diz.
O homem traz e não leva
O tempo leva e não traz.
Wilton Bezerra - Essa sua crônica termina com um versinho que a mais pura verdade. Quem pensar que é diferente se lasca.
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