Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 5 de novembro de 2011

TUDO TEM NO CACARIA - Antonio Gonçalo de Sousa

A poesia que transcrevo adiante foi composta em 1977  por Pedro Ernesto Filho, que considero um dos maiores poetas nordestinos. O personagem central do poema é o Sr. Raimundo Félix, natural de Várzea Alegre - CE e conhecido popularmente como “Cacaria”.
Antes, porém, considero importante comentar um pouco sobre o cenário em que a grande poesia surgiu: À época cursávamos o terceiro ano do Curso de Técnico em Agropecuária no Colégio Agrícola de Crato -   CE. A Escola tinha aproximadamente 300 alunos no total, sendo que cerca de 90 deles no terceiro colegial, dentre eles cinco varzealegrenses: Eu, Antonio Gonçalo de Souza,   João  Bastos Bitu, Antnio Bastos de lima, João Inácio de Souza e João Alves de Menezes. Éramos colegas  de Pedro Ernesto Filho, natural de Barro – CE e autor da obra abaixo, que à época já despontava como um bom poeta, tendo suas obras recitadas nos importantes programas de rádio da região do Cariri. Contudo,  apesar de muito inteligente, sempre foi uma pessoa simples e um tanto tímida, não gostava de cantar vitória muito cedo, como diz o Belkior.
 Tempos difíceis e interessantes aqueles, em que o dinheiro era curto e muitas das vezes tínhamos que pegar “caronas” para vir a Crato ou a Várzea Alegre. Nessas andanças surgiam sempre situações embaraçosas e, logo quando chegávamos de volta à Escola, relatávamos aos demais colegas. Surgiam estórias hilariantes que serviam de entretenimento para a turma. O Raimundo Félix, o popular “Cacaria”, sempre entrava nas conversas; era e ainda continua sendo uma pessoa muito simpática e cordial; possuía um ônibus e era  casado com minha tia “Lilia”- hoje já falecida. Isso facilitava o nossos contatos, razão por que era sempre citado por nós, já que muitas vezes nos levou de carona (sem pagamento) para diversos lugares.
 Todos os outros colegas da Escola ficavam ansiosos querendo saber quem era esse tal “Cacaria” e, sendo assim,  passávamos a dar maiores esclarecimentos sobre o referido “personagem”. Comentávamos a respeito da origem do apelido, ou seja, que o mesmo possuía tal alcunha, em função de manter também um comércio com muitas variedades (lamparinas, funis, correias, baladeiras, cera de abelha, mel, chocalhos,  etc. etc., dizem que tinha até bainha de foice). O inusitado foi que, quando menos esperávamos, o Pedro Ernesto, sem conhecer Várzea Alegre  ou quaisquer um dos personagens, muito menos o Sr. ‘Cacaria’, nos apresentou a pérola seguinte:

Segue o poema na postagem imediato.

Antonio Gonçalo de Sousa

5 comentários:

  1. Parabens Antonio.

    Pela maneira carinhosa com que fala de seus ex-colegas do Colegio Agricola. Demonstra gratidão, reconhecimento e amizade. Obrigado pelo belo texto e pela poesia do Pedro Ernesto em homenagem ao Raimundo Felix - Cacaria.

    Abraços.

    ResponderExcluir
  2. Antes de comentar algo sobre esse poema gostaria de cumprimentá-lo, cordialmente meu colega e irmão, Antonio Gonçalo de Sousa. Cidadão simples, um profissional exemplar e, acima de tudo um Varzealegrese de destaque frete ao Banco do Nordeste em função de sua eficiência na conduta dos seus trabalhos.
    Cacaria procurou meu primo Idelfonso sugerindo um nome para o seu comercio. Portanto, Idelfonso lhe fez uma visita e de imediato em função da diversidade de mercadorias ali presente para vendas, disse-lhes, já sei o nome do comercio, vai ser cacaria e logo de imediato fez a placa.
    Gonçalo, você fez lembrar-me de um período que marcou um evo em nossas vidas. Nós éramos cinco, mas a amizade recíproca e verdadeira sempre foi digna de admiração para os demais colegas da escola.
    Ao colega Pedro Ernesto Filho, cidadão de uma sabedoria tamanha, quero deixar aqui a minha eterna gratidão. Pessoa de caráter e moral, hoje advogado do Banco do Nordeste em defesa de sua instituição, da qual, ele trabalha. A ele e Gonçalo, que sempre se destacaram como primeiro lugar nas três turmas do 3º ano, meus sinceros votos de paz, amor, e que Deus abençoe e continue iluminando a jornada de trabalhos do dia-a-dia.

    ResponderExcluir
  3. Como bem disse o colega Gonçalo, período de pouco dinheiro e de grandes dificuldades, mas com a ajuda de Deus, somado aos nossos esforços, conseguimos concluir o curso de técnico em agropecuária e hoje estamos dando a nossa parcela de contribuição voltada para a agricultura e pecuária do Estado do Ceará.
    Dentro desse cenário financeiro, quero destacar o nome de duas pessoas que nos ajudaram com apoio logístico em atividades sociais, como financiar festas, levar para os clubes e bebidas no parque de exposições, trata-se do saudoso Pedro Morais e Paulo de Santiago.

    ResponderExcluir
  4. Gonçalo,
    Mas poeta é assim mesmo, de onde você não espera, eles costumam surpreender.Este tipo de coisa tem que ser divulgada mesmo. Abraços
    Giovani Costa

    ResponderExcluir
  5. ADOREI A POESIA.
    ME FEZ RECORDAR SOBRE A MINHA ADOLESCÊNCIA.
    ERA UM PONTO DE ENCONTRO CERTO DA TURMA.
    SAUDADES DA VENDA DE CACARIA.

    ResponderExcluir