Morre Candeeiro - Um dos últimos cangaceiros vivos, que estava presente no dia da morte de Lampião.
São Domingos, Vale do Catimbau (Buíque - PE)
O dia seguinte é imprevisível quando o objetivo é pesquisar pessoas. Já tínhamos conversado sobre a história do cangaço com ex-tenentes que fizeram parte da volante, para quem Lampião era um sádico assassino.
Faltava o outro lado, a história de quem seguia os passos de um ídolo, de um hobin-hood bem brasileiro, como um ex-cangaceiro. Quando soubemos que existia um vivo e lúcido em São Domingos, a 180 km de Serra Talhada, mudamos o roteiro. O cangaceiro Candeeiro hoje é Seu Né, um pacato pai de família dono de um boteco em São Domingos, lugarejo perdido no sertão pernambucano.
Candeeiro viveu os dois últimos anos do bando, curando ferida de bala com pimenta malagueta e fumo de corda.Presenciou seu fim, a Batalha do Angico, quando foram arrancadas as cabeças de 11 cangaceiros, entre elas a de Lampião e Maria Bonita, posteriormente expostas em praça pública. Sádico, não?
A "casa do cangaceiro" foi uma aconchegante estada. Dona Lindinalva, sua mulher, nos acolheu como filhos. Nunca comemos tanto e tão bem, experimentando pratos regionais como xerém, queijo de manteiga, feijão de corda, farinha de queijo e um irresistível bolo de mandioca com côco.
Mais exótico que estar na casa de um cangaceiro foi o nosso programa da noite: forró no cemitério!
Depoimento:
Já li muito sobre Lampião. nada se aproveita. O pior é que hoje em dia existem Lampiões por toda parte.
ResponderExcluirAdmiro nossa história viva! O cangaceiro Candeeiro, esse aí, seu Né, é o que aparece numa foto em pé, com um jornal na mão, ao lado de Maria Bonita que afaga um cão. Muitos o confundem com o Lampião nessa foto.
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