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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Cinco motivos que levaram o governo a rasgar o compromisso com as contas públicas - Gabriel Garcia.


Governo enviou projeto de lei ao Congresso Nacional para alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias e abandonar a meta fiscal acertada no início deste ano.

Gastança descontrolada:

Nos últimos dez anos, o governo ampliou o número de ministérios, atualmente em 39 – sem contar com o Banco Central. Tal número foi necessário para acomodar as dezenas de partidos aliados ao governo federal. Em proporção ainda maior, cresceu a quantidade de cargos comissionados. Os ocupantes de cargos de livre nomeação no Poder Executivo passaram de 17,6 mil, no final de 2003, para 22,6 mil em outubro de 2013.

Contas públicas

As contas públicas do setor público - governo federal, estados, municípios e empresas estatais - registraram em setembro o pior resultado de todos os meses. Nos nove primeiros meses deste ano, houve um déficit primário, receitas menores que despesas, de 15,28 bilhões de reais. A ideia fiscal para o ano era 99 bilhões de reais, o equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto. O resultado até setembro estava muito distante do objetivo para o ano.

Arrecadação decepciona

A arrecadação de impostos e contribuições federais totalizou 90,7 bilhões de reais em setembro, recorde para o mês. O resultado decepcionou o governo, que esperava alta bem superior no acumulado do ano. Até setembro, a soma atingia 862,51 bilhões de reais, alta real (descontando a inflação) de menos de 0,7% (0,67%) sobre igual período de 2013. A equipe econômica previa, inicialmente, uma alta de 3,5%.

Desoneração de impostos

De acordo com a Receita Federal, o impacto da política de desoneração de tributos do governo federal somou, também até setembro, 75,69 bilhões de reais. Estima-se que as desonerações devem somar cerca de 100 bilhões de reais neste ano. Para os críticos, enquanto o governo concede benefícios a reduzida parcela da indústria, outras áreas sofrem com falta de apoio e competitividade.

Pé no freio da economia:

O desempenho na arrecadação ocorre por causa do baixo crescimento da economia. O Produto Interno Bruto, soma das riquezas geradas no país, vem sofrendo constantes quedas. Se confirmadas as estimativas, a economia brasileira ficará estagnada em 2014 - seguindo outros indicadores negativos. Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a produção industrial de setembro caiu 0,2% ante agosto. No trimestre entre julho e setembro, houve queda de 0,2% ante o trimestre anterior.

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