Há bem pouco tempo, o jeito mais romântico de tocar o coração de alguem era fazendo uma Serenata e enviando flores.
Hoje está em desuso, especialmente a serenata. As flores ainda são enviadas notadamente pelos mais românticos que viveram aquela fase da qual me refiro.
Final dos anos 60 inicio de 70 do seculo passado, no período de ferias escolares, era costume jovens de outras cidades passarem em Várzea-Alegre. Com o aumento da oferta os rapazes locais eram encostados e as meninas passavam a cortejá e dar uma atenção toda especial aos que vinham de fora. Passadas as ferias tudo voltava ao normal e os rapazes iam a forra. Mas tanto uns como outros tinham como objeto de sedução a musica de boa qualidade e o romantismo das flores, embora flores fossem difíceis de se encontrar naqueles tempos, não existiam os roseirais de hoje.
Uma jovem de Crato, chega a cidade com encanto e beleza raras. Um colega do Ginásio é tocado e, começa a programar uma serenata para a noite do sábado para o Domingo.
A moça estava em casa da família de uma colega de colégio. Tinha que programar-se para não dar nada errado. Pesquisou-se a musica de sua predileção. Procurou-se saber se o dono da casa era valente, se tinha revolver, e, se tinha se estava com ou sem balas. Todos os detalhes foram levantados com bastante atenção.
Tudo pronto, aguardou-se a hora. Pra controlar a ansiedade preparou-se um esquenta no Bar do Nego de Aninha, três lapadas de pinga com tira gosto de cajarana. E, por fim, a cidade dormiu no silencio da noite, e, partiu-se para a execução do plano de conquista.
O que o amigo não esperava era a sacanagem de um dos colegas. Soube-se que a musica era Renuncia do Nelson Gonçalves, mas trocou-se o disco pelo do Coronel Ludgero e quando colocou-se na velha vitrola de pilhas o amigo apaixonado levantou todo volume, e, pra sua surpresa Ludgero gritou retumbante: "cortaram o rabo de quem? Eu não quero pagamento, eu quero é outro rabo no Jumento".
Pense num sururu, num cu de boi grande. O namoro acabou antes de começar, a vitrola quebrou-se na confusão, o disco não se sabe onde foi parar e, foi fogo pra segurar o homem.
O fato é que eu não devia está contando esta historia. Hoje em dia, esse meu colega é medico em Várzea-Alegre, especialista em problemas do coração. Vai que nas minhas estripulias eu acabe tendo um treco e me veja frente a frente com ele e, ele resolva fazer vingança. Tô lascado.
Veja e ouça a musica escolhida a epoca com Nelson Gonçalves de Tim Maia.
Quem tiver suas conquistas faça-as sozinho, no silencio, não procure ajuda dos amigos, o mundo é cheio de invejosos e pode aparecer um deles botando areia no negocio.
ResponderExcluirLivre-se da concorrência.
A Morais isso foi uma sacanagem sem limite, creio que havia mais alguem de olho nessa moça.Luiz Gonzaga o rei do baiao ja advertia sobre esses amigos infieis.Gostaria de saber onde voçe busca tanta inspiraçao,e casos para nos contar.
ResponderExcluirEita MORAIS, que suas histórias são muito engraçadas...!!! Que esse famoso repertório cresça a cada momento tirando todo mundo da tristeza.
ResponderExcluirCom relação ao amigo, não acredito que no coração dos varzeaalegrenses, perdure sentimento de vingança...BOM DIA !!!
Danubio e Isabel.
ResponderExcluirNão há mesmo o sentimento de vingança. O meu ex-colega é um grande profissional, cuida do coração de todos com zelo e esmero.
Um grande abraço pra voces e pra ele. Sempre que eu o encontro ele diz: Ponha a mão na consciência!
A musica é maravilhosa! e sem querer fazer inveja a ninguem: mais já fazendo; é que eu tenho um jovem seresteiro de 31 anos como marido, rsrsrs. Olhem a foto do perfil, foi tirada ontem, enquanto ele cantava e tocava pra mim, com a visão e o cheiro inebriante das minhas damas da noite...
ResponderExcluirEu tambem tive a honra de receber uma serenata de um jovem e gordinho estudante de medicina, que passava ferias em Varzea Alegre; lamento profundamente mais eu não lembro o nome deste rapaz, que tive um breve namorinho de ferias. Amúsica escolhida foi, MON AMOUR MEU BEM MA FEMME. GRANDE SUCESSO DO MOMENTO. Eta coisa boa! é passar por aqui! Abraço. Fatima