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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 29 de março de 2012

Limeira reencarnou I - Por Mundim do Vale

Nunca gostei de falar
Dos mistérios do além
Mas vale a pena contar
A semelhança de alguém.
Eu vi um preto cantando
Que me fez ficar lembrando
O cantador de Teixeira.
Tão parecida a imagem
Que pensei ser a clonagem
Do poeta Zé Limeira.

Eu passava pelo Crato
Numa certa ocasião
Deparei com um retrato
De um poeta do sertão.
Eu vi o cabra na feira
Cantar igual a Limeira
Não foi ninguém que contou.
Porém se não for engano
É coisa do outro plano
LIMEIRA REENCARNOU.

Rimou Cabral com um trombone,
Um pote com a rodia
Cobra azul no microfone,
Malhor e cumiduria.
Filosomia e toutiço,
Preá, mocó e chouriço,
Prodologicadamente.
Com aquela ingenuidade
Fazia verso a vontade
Com rima até indecente.

Disse que em Fortaleza
O velho Antônio Silvino
Morreu de dor e tristeza
No tempo que era menino.
Disse que Frei Damião
Aberturou Lampião
Por causa duma frasqueira.
Botou ele pra correr
Que era pra ninguém ver
Cangaceiro no Teixeira.

Disse que avistou Noé
Com a arca em Borburema
Carregada de café
Levando a índia Iracema.
Que viu em Caruaru
Pelé pegar um bigu
No carro da macaxeira.
Foi lá que ele viu também
O cabra Sadan Hussen
Roubando coco na feira.

Falou que a loira do “ tchan “
Nasceu foi lá na ribeira
Que viu  ela e Amazam
Numa queima de caieira.
Disse: - Há eu tou maluco!
No sertão do Pernambuco
A guerra civil chegou.
Agora vou matar gente
Não fica um pra semente
Taqui quem foi que falou.

Dividia a Europa
No sertão da Caatingueira
Napoleão e a tropa
Trazia para o Teixeira.
Rimava bode e jumento
Com o novo testamento
Na baixa da silencia.
Falava em rico tesouro
Rimava o baú de ouro
Dos quelé da juvenia.

Amanha teremos a segunda parte.

3 comentários:

  1. Parabens Mundim.

    Gostei muito da reencarnação do Limeira.

    Teremos outras três postagens complementares.

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  2. MUITO BOM O VERSO D MUNDIM ESTAREMOS AGUARDANDO AS DEMAIS.

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  3. Amigo Mundin do Vale,

    O poeta Zé Limeira incorporou em você. Parece coisa do além. Parabéns!

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