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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 26 de maio de 2012

AS FERAS DO IMPROVISO 048 - Por Mundim do Vale

Poeta Raimundo Lucas Bidinho ( Bidim ) Depois que uma máquina do governo destruiu uma roça de arroz do meu tío Zé Piau.

Eu não sou de acreditar
Em conversa de feitiço,
Quando escuto falar nisso
Começo a me arripiar.
Mas talvez por um azar
Ou um ato desumano,
Uma praga de cigado
Destruiu um arrozal.
E o pobre do Zé Piau
Foi quem entrou pelo cano,

Um comentário:

  1. Mundim.

    O Bidim tambem foi vitima.

    Quando do desmatamento da Transamazonica a estrada passou por cima de uma roça de algodão dele. Prometeram uma idenização com arame farpado.

    Bidim procurou o encarregado e Veja o que ele disse:

    Prejuizo não encare
    Eu medir sei o que dar
    O governo pagará
    Cem mil por cada equitare
    Pra receber se prepare
    Eu vi a destruição
    Com essa idenização
    Encaminhada por mim
    Hoje voce é Bidim
    Amanha será Bidão.

    Mas que nada, que conversinha mais fiada essa. Bidim não recebeu nada.

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