Hoje amanheci com vontade de mostrar as "coisas" que já aprendi. Por isto vamos falar de uma “COISA” diferente e instigante.
Antecipo que não se trata de uma aula de Português, História ou Geografia, embora pareça.
Se você for observador, já percebeu que o termo "COISA" está entrelaçado em nossa linguagem sendo infinitas as situações em que é utilizada. A orígem desta palavra remonta ao início dos tempos.
Em nossa gramática, a palavra "coisa" funciona como o Bombril do idioma português tem mil e uma utilidades. É aquela palavra-chave, a qual a gente recorre sempre que nos faltam outras expressões para exprimir uma ideia. hora é substantivo, hora advérbio ou adjetivo. Numa hora é masculino, em outra é feminino.
Às vezes funciona até como verbo, segundo o Dicionário Houaiss que registra a forma "coisificar". Mas o “Aurélio” registra “coisas” como sinônimo de órgãos genitais.
“Coisa” às vezes é um termo depreciativo levando o ser a insignificância absoluta na boca dos exagerados, "coisa" nenhuma" vira "coisíssima alguma".
No Nordeste brasileiro podemos identificar em uma única frase, várias situações gramaticais de "coisa": "Ô seu "coisinha", você já "coisou" aquela "coisa" que eu mandei você "coisar?".
O Nordestino também identifica “coisas” como órgãos genitais. Assim descreve o Paraibano José Lins do Rego em seu romance “Riacho Doce” “E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, "as coisas", os seios...”.
Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" é também identificação de cigarro de maconha. Em Olinda há o bloco carnavalesco mirim denominado: “Segura a "Coisinha”.
CURIOSIDADE: Em Minas Gerais, todas as "coisas" são chamadas de trem. Menos o trem, que lá é chamado de "a coisa". Quer ver? A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem “a coisa”!
Em São Paulo temos Silvio Santos e o seu o Show de Calouros: “Coisa Nossa”.
Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. "Coisa"-ruim é o capeta. Segundo os homens, "coisa" boa é uma bela e elegante mulher como a...
No cinema e em quadrinhos temos “O Coisa” do Quarteto Fantástico, que é um ser esquisito e todo rachado, formado de pedaços de qualquer "coisa". Seu corpo é semelhante às margens de um rio ou açude ressecados, é ainda parecido com o solo do sertão esturricado no Nordeste Brasileiro.
A MPB é um mundo recheada de "coisas":
A "coisa", No II Festival da Música Popular Brasileira, no Teatro Record, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, - de Geraldo Vandré, interpretada por Jair Rodrigues -"Prepare seu coração / Pras "coisas" que eu vou contar", e A Banda, de Chico Buarque -"Pra ver a banda passar / Cantando "coisas" de amor".
Para Maria Bethânia, o diminutivo de "coisa" é uma questão de quantidade, afinal: "são tantas "coisinhas" miúdas".
Já para Beth Carvalho, é de carinho e intensidade "Ô "coisinha" tão bonitinha do pai".
Em garota de Ipanema, "coisa" vira gente: "Olha que "coisa" mais linda, mais cheia de graça." "Mas se ela voltar, se ela volta / Que "coisa" linda / Que "coisa" louca." São "coisas" de Jobim e de Vinicius, que sabiam muito bem das "coisas".
Na literatura universal, a "coisa" é "coisa" antiga, e vem de longe, de além-fronteiras, do tempo dos hebreus, lá no começo da história.
Antecipo que não se trata de uma aula de Português, História ou Geografia, embora pareça.
Se você for observador, já percebeu que o termo "COISA" está entrelaçado em nossa linguagem sendo infinitas as situações em que é utilizada. A orígem desta palavra remonta ao início dos tempos.
Em nossa gramática, a palavra "coisa" funciona como o Bombril do idioma português tem mil e uma utilidades. É aquela palavra-chave, a qual a gente recorre sempre que nos faltam outras expressões para exprimir uma ideia. hora é substantivo, hora advérbio ou adjetivo. Numa hora é masculino, em outra é feminino.
Às vezes funciona até como verbo, segundo o Dicionário Houaiss que registra a forma "coisificar". Mas o “Aurélio” registra “coisas” como sinônimo de órgãos genitais.
“Coisa” às vezes é um termo depreciativo levando o ser a insignificância absoluta na boca dos exagerados, "coisa" nenhuma" vira "coisíssima alguma".
No Nordeste brasileiro podemos identificar em uma única frase, várias situações gramaticais de "coisa": "Ô seu "coisinha", você já "coisou" aquela "coisa" que eu mandei você "coisar?".
O Nordestino também identifica “coisas” como órgãos genitais. Assim descreve o Paraibano José Lins do Rego em seu romance “Riacho Doce” “E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, "as coisas", os seios...”.
Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" é também identificação de cigarro de maconha. Em Olinda há o bloco carnavalesco mirim denominado: “Segura a "Coisinha”.
CURIOSIDADE: Em Minas Gerais, todas as "coisas" são chamadas de trem. Menos o trem, que lá é chamado de "a coisa". Quer ver? A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem “a coisa”!
Em São Paulo temos Silvio Santos e o seu o Show de Calouros: “Coisa Nossa”.
Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. "Coisa"-ruim é o capeta. Segundo os homens, "coisa" boa é uma bela e elegante mulher como a...
No cinema e em quadrinhos temos “O Coisa” do Quarteto Fantástico, que é um ser esquisito e todo rachado, formado de pedaços de qualquer "coisa". Seu corpo é semelhante às margens de um rio ou açude ressecados, é ainda parecido com o solo do sertão esturricado no Nordeste Brasileiro.
A MPB é um mundo recheada de "coisas":
A "coisa", No II Festival da Música Popular Brasileira, no Teatro Record, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, - de Geraldo Vandré, interpretada por Jair Rodrigues -"Prepare seu coração / Pras "coisas" que eu vou contar", e A Banda, de Chico Buarque -"Pra ver a banda passar / Cantando "coisas" de amor".
Para Maria Bethânia, o diminutivo de "coisa" é uma questão de quantidade, afinal: "são tantas "coisinhas" miúdas".
Já para Beth Carvalho, é de carinho e intensidade "Ô "coisinha" tão bonitinha do pai".
Em garota de Ipanema, "coisa" vira gente: "Olha que "coisa" mais linda, mais cheia de graça." "Mas se ela voltar, se ela volta / Que "coisa" linda / Que "coisa" louca." São "coisas" de Jobim e de Vinicius, que sabiam muito bem das "coisas".
Na literatura universal, a "coisa" é "coisa" antiga, e vem de longe, de além-fronteiras, do tempo dos hebreus, lá no começo da história.
Oswald de Andrade escreveu a crônica "O Coisa" em 1943.
O escritor norte-americano Stephen Edwin King escreveu o romance “A Coisa”.
A francesa Simone de Beauvoir, em seu terceiro livro de memórias escreveu "A Força das "Coisas"".
Michel Foucault, filósofo francês escreveu "As Palavras e as "Coisas".
Dizemos que o indivíduo é cheio de "coisas", quando é chato e cheio de não-me-toques. Dizem tambem: Gente fina é outra "coisa".
Para o pobre, a "coisa" está sempre preta ou feia: O pão cai, e cai com a manteiga pra baixo, e na terra.
Para uns o indivíduo pode ser: "Coisa" à toa ou qualquer "coisa". Por isto em represália feroz a esse estado de "coisas", Carlos Drummond de Andrade fez uma severa crítica no poema "Eu, Etiqueta", finalizando com: Meu novo nome é "coisa". Eu sou a "coisa", "coisamente".
Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as "coisas", para ser usadas, por que então nós amamos tanto as "coisas" e usamos tanto as pessoas?
Dizem: Bote uma "coisa" na sua cabeça - As melhores "coisas" da vida, são "coisas" que o dinheiro não compra.
Esse papo já tá qualquer "coisa" pirado. Vou parar por aqui, se não, você não conseguirá raciocinar o sentido das "coisas" que falei.
Vamos, pois, colocar cada "coisa" no seu devido lugar. Uma "coisa" de cada vez é claro.
A bem da verdade, e não me xingue por isto, foi Deus quem no princípio implantou esse termo: "COISA", ao estabelecer no primeiro e grande Mandamento: "Amarás ao Senhor teu Deus sobre todas as "COISAS".
Será que você conseguiu entender como começou o espírito da "coisa"?
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Você poderá até dizer: Mas que besteira essa do Vicente Almeida! ele não disse "coisa" com "coisa".
Bom, eu tentei explicar as "coisas" partindo de uma situação que vivi na minha juventude, quando o meu futuro sogro me pôs o alcunho de "O COISA".
FOI ASSIM: Quando eu namorava com a minha Valdênia, o seu pai não queria nem saber do nosso namoro, e naquele tempo 1.968, eu possuía um motocicleta Jawa. Eles moravam no Sítio Pai Mané, Distrito de Ponta da Serra, e eu na cidade do Crato, distante uns oito quilômetros.
Como nosso amor era intenso, e continúa mesmo após 43 anos, ia visitá-la umas três ou mais vezes por semana, ele ficava invocado e não queria nem saber. Para chegar a casa dela precisava subir morros e descer ladeiras carroçáveis. O motocicleta fazia muito barulho, que era ouvido à longa distancia.
Assim, quando meu futuro sogro escutava o roncar do motor, coisa rara por aquelas bandas, não falava meu nome, simplesmente dizia: “O COISA" já vem aculá. Fiquei sabendo dessas "coisas" por meus informantes mirins e futuros cunhados.
Bom, eu tentei explicar as "coisas" partindo de uma situação que vivi na minha juventude, quando o meu futuro sogro me pôs o alcunho de "O COISA".
FOI ASSIM: Quando eu namorava com a minha Valdênia, o seu pai não queria nem saber do nosso namoro, e naquele tempo 1.968, eu possuía um motocicleta Jawa. Eles moravam no Sítio Pai Mané, Distrito de Ponta da Serra, e eu na cidade do Crato, distante uns oito quilômetros.
Como nosso amor era intenso, e continúa mesmo após 43 anos, ia visitá-la umas três ou mais vezes por semana, ele ficava invocado e não queria nem saber. Para chegar a casa dela precisava subir morros e descer ladeiras carroçáveis. O motocicleta fazia muito barulho, que era ouvido à longa distancia.
Assim, quando meu futuro sogro escutava o roncar do motor, coisa rara por aquelas bandas, não falava meu nome, simplesmente dizia: “O COISA" já vem aculá. Fiquei sabendo dessas "coisas" por meus informantes mirins e futuros cunhados.
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SE você leu até aqui e cansou relaxe e ouça, mas: "Cuidado com as "coisas"":
Escrito por Vicente Almeida
26/05/2012
26/05/2012
Ei, Vicente, taí uma coisa que eu gosto, musica que fala de coisas e mais coisas, rsrs. abraço. Fatima Bezerra.
ResponderExcluirMeu amigo Vicente Almeida, super interessante como agente convive com as coisas, e as vezes não vê as coisas. Ô coisa braba.
ResponderExcluirAbraço,
Carlos Airton