O PT nasceu de cesariana, há 40 anos. O pai foi o movimento sindical, e a mãe, a Igreja Católica, através das Comunidades Eclesiais de Base. Outros orgulhosos padrinhos foram os intelectuais, basicamente paulistas e cariocas, felizes de poder participar do crescimento de um partido puro, nascido na mais nobre das classes sociais, segundo eles: o proletariado.
Crescimento do PT:
O PT cresceu como criança mimada, manhosa, voluntariosa e birrenta. Não gostava do capitalismo, preferia o socialismo. Era revolucionário. Dizia que não queria chegar ao poder, mas denunciar os erros das elites brasileiras. O PT lançava e elegia candidatos, mas não "dançava conforme a música". Não fazia acordos, não participava de coalizões, não gostava de alianças. Era uma gente pura, ética, que não se misturava com picaretas. O PT entrou na juventude como muitos outros jovens: mimado, chato e brigando com o mundo adulto. Mas nos estados, o partido começava a ganhar prefeituras e governos, fruto de alianças, conversas e conchavos. E assim os petistas passaram a se relacionar com empresários, empreiteiros, banqueiros. Tudo muito chique, conforme o figurino.
Maioridade do PT:
E em 2002 o PT ingressou finalmente na maioridade. Ganhou a presidência da República. Para isso, teve que se livrar de antigos companheiros, amizades problemáticas. Teve que abrir mão de convicções, amigos de fé, irmãos camaradas. Pessoas honestas e de princípios se afastam do PT. A primeira desilusão se deu entre intelectuais. Gente da mais alta estirpe, como Francisco de Oliveira, Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho se afastou do partido, seguida de um grupo liderado por Plínio de Arruda Sampaio Junior. Em seguida, foi a vez da esquerda. A expulsão de Heloísa Helena em 2004 levou junto Luciana Genro e Chico Alencar, entre outros, que fundaram o PSOL.
Os militantes ligados a Igreja Católica também começaram a se afastar, primeiro aqueles ligados ao deputado Chico Alencar, em seguida, Frei Betto. E agora, bem mais recentemente, o senador Flávio Arns, de fortíssimas ligações familiares com a Igreja Católica.
Os ambientalistas, por sua vez, começam a se retirar a partir do desligamento da senadora Marina Silva do partido.
Quem ficou no PT?
Afinal, quem do grupo fundador ficará no PT? Os sindicalistas. Por isso é que se diz que o PT está cada vez mais parecido com o velho PTB de antes de 64. Controlado pelos pelegos, todos aboletados nos ministérios, nas diretorias e nos conselhos das estatais, sempre nas proximidades do presidente da República. Recebendo polpudos salários, mantendo relações delicadas com o empresariado. Cavando benefícios para os seus. Aliando-se ao coronelismo mais arcaico, o novo PT não vai desaparecer, porque está fortemente enraizado na administração pública dos estados e municípios. Além do governo federal, naturalmente. É o triunfo da pelegada.
Lucia, obrigado pela breve história do PT. A tua alerta no final do artigo é muito importante. As coisas não mudam assim tão fácil. Os intelectuais, que criticavam tanto o corenelismo e o estameto cartorial, ajudaram a estutural a maior organização do tipo, o PT.
ResponderExcluirSegundo, quero lembrar de dois nomes daqueles que foram forçado a sair do PT; os senadores Lauro Campos, intransigente membro do PT do DF; e o senador Cristovão Buarque, conterrâneo e amigo de Lula. Este foi demetido do ministério da educação por telefone pelo então chefe da casa civil, José Dirceu. Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marques, explica tudo. Vivemos na terra do surrealismo.Obrigado, Antonio Dantas
Hoje um balaio de gatos, um verdadeiro samba do crioulo doido. Olhem bem quantas lambanças já cometeram.
ResponderExcluirO PT, com a cpmplacência dos "primos socialistas" do PSDB, aparelhou as instituições públicas, universidades e empresas mistas e, de posse dos cargos de confiança na gestão dessas instituições, tem junto de seu grupo de seguidores um montão de "parasitas" e "pelegos" sindicalistas prontos para "mamar" nas tetas do governo e participar de cinchavos.
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