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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Eviado por Amigos de Deus.


Ruth olhou em sua caixa de correio, mas só havia uma carta. Pegou-a e olhou-a antes de abri-la.  Mas logo parou, para observar com mais atenção. Não havia selo nem marcas do correio, somente seu nome e endereço.  Ela decidiu ler a carta:  Querida Ruth. Estarei próximo de sua casa, no sábado à tarde, e passarei para visitá-la. Com amor, Jesus. 

As mãos da mulher tremiam quando colocou carta sobre a mesa 'Porque o Senhor vai querer visitar-me? Não sou ninguém especial, não tenho nada para oferecer-lhe... ' - pensou.  Preocupada, Ruth recordou o vazio reinante nas estantes de sua cozinha.  'Ai, não! Não tenho nada para oferecer-lhe. Terei que ir ao mercado e comprar alguma coisa para o jantar. Ruth abriu a carteira e colocou o conteúdo sobre a mesa: R$ 5,40. Bom, comprarei pão e alguma outra coisa, pelo menos. '  Ruth colocou um abrigo e se apressou em sair. Um pão francês, um pouco de peru e uma caixa de leite... Ruth ficou somente com R$ 0,12 que deveriam durar até a segunda-feira.

Mesmo assim, sentiu-se bem e saiu a caminho de casa, com sua humilde compra debaixo de um dos braços. -Olá, senhora, pode nos ajudar? Ruth estava tão distraída pensando no jantar, que não viu as duas pessoas que estavam de pé no corredor. Um homem e uma mulher, os dois vestidos com pouco mais que farrapos.  - Olhe senhora, não tenho emprego. Minha mulher e eu temos vivido ali fora na rua. Bom, está fazendo frio e estamos sentindo fome. Se a senhora pudesse nos ajudar, ficaríamos muito agradecidos... 

Ruth olhou para eles com mais cuidado. Estavam sujos e tinham mau cheiro e, francamente, ela estava segura de que eles poderiam conseguir algum emprego se realmente quisessem.  - Senhor, eu queria ajudar, mas eu mesma sou uma mulher pobre. Tudo que tenho são umas fatias de pão, mas receberei um hóspede importante para esta noite e planejava servir isso a Ele.  - Sim, bom, sim senhora, entendo... De qualquer maneira, obrigado respondeu o homem.  O pobre homem colocou o braço em volta dos ombros da mulher, e os dois se dirigiram para a saída. Ao vê-los saindo, Ruth sentiu um forte pulsar em seu coração.    -Senhor, espere!  O casal parou e voltou à medida que Ruth corria para eles e os alcançava na rua. - Olhem, querem aceitar este lanche? Conseguirei algo para servir ao meu convidado - dizia Ruth, enquanto estendia a mão, com o pacote do lanche. 

- Obrigado, senhora, muito obrigado. - Obrigada, disse a mulher...
Foi aí que Ruth pôde perceber que a mulher tremia de frio. - Sabe, tenho outro casaco em minha casa, tome este ofereceu Ruth. Ela desabotoou o próprio casaco e o colocou sobre os ombros da mulher.  Sorrindo, voltou a caminho de casa... Sem casaco e sem nada para servir a seu convidado.  - Obrigado, senhora, muito obrigado - despediu-se, agradecido, o casal.  Ruth estava tremendo de frio quando chegou à porta de casa. Agora não tinha nada para oferecer ao Senhor. Procurou a chave rapidamente na bolsa, enquanto notava outra carta na caixa de correio.  'Que raro, o carteiro nunca vem duas vezes em um dia' - pensou.
Ela então apanhou a carta e abriu-a:
'Querida Ruth. Foi bom vê-la novamente.
Obrigado pelo delicioso lanche e pelo esplêndido casaco.
Com amor, Jesus.



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