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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

QUANDO PEGO A ME LEMBRAR - Por Mundim do Vale.


Quando pego a me lembrar
De tudo que aconteceu,
Lembro chico de Amadeu
Com a sanfona a tocar.
Lembro de Zé Odmar
Na fazenda estadual,
Me lembro do Juremal
E o Clube Recreativo.
Lembro o nome criativo
Dos blocos de carnaval.

Lembro o poeta Bidim,
Lembro o velho Zé de Ana,
Lembro de Dona Santana
Vendendo seu alfinim.
Lembro de Chico Carrim
De Raimundo e Zé Silvino,
Lembro Pedro Severino
Que foi poeta e profeta.
E por falar em poeta
Lembro de Zé Clementino.

Lembro a bar de Punduru
E o café de Domicilia,
Lembro a pensão de Emília
E o beco de Zé Ginu.
A venda de Zé Bitu
Bem de frente da uzina,
O noivado de Enedina
E a festa de casamento.
Eu não esqueço um momento
Do Hotel de Leontina.

Eu lembro bem de Cotinha
E Carlito Cassundé,
Lembro Geraldo Teté
Lembro Alencar e Barbinha.
Me lembro de Zé Ritinha
E lembro  Edvard Moreno
Fui vizinho de Roseno,
Rimei com Souza Sobrinho.
Não esqueço de Inacinho
Me chamando de pequeno.

Me lembro de Zé Teixeira
De Natércio e Luizão,
Não esqueço Damião
Com seu boneco na feira.
Conheci Luís Ferreira,
Murilo e Luís David,
Zé Leonardo e Zeli,
Didi Brito e e Dona Adélia,
Serginho de Rosa Amélia,
Luís Bezerra e Dadi.

Lembro Fatico e Dosinha
E de Chiquinho de Louso,
De Maria Frutuoso
É grande a saudade minha.
De Chico de Gregorinha
A saudade é de rojão,
Quando lembro de Souzão
Lembro também Gabriel.
Lembro uma dupla fiel
Que foi Pacato e Lobão.

Romildo eu tenho lembrança
Foi um rapaz instruído,
Mas um perverso bandido
Pôs fim a sua esperança.
E quando a lei não alcança
Vai gerando impunidade,
Mas para o bem da verdade
A família ficou triste.
Porque dele ainda existe
Uma tremenda saudade.

Mas toda essa boa gente
Tá em boa companhia,
Tá com a Virgem Maria
E o pai onipotente.
Ganharam como presente
A paz da eternidade,
Lá onde a felicidade
É o lema do lugar.
Mas quando eu pego a lembrar
Me vem a grande saudade.

Mundim do Vale




Um comentário:

  1. Parabens Mundim pelo belo poema.

    Tentei arrumar a sua foto mas não consegui. Substituir por essa. A outra era muito pequena, bem menor que voce.

    Grande abraço.

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