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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 13 de junho de 2013

VERSOS LÁ DE NÓS - Por MUndim do Vale.

A  HERANÇA  DO  MEU  PAI.

Os bens que meu pai deixou
Estão tendo bom proveito,
Ficaram do mesmo jeito
Do tempo que ele herdou.
Nenhum dos filhos ficou
Sem o direito devido,
Ninguém ficou esquecido
Da sua boa vontade.
Que agiu com igualdade
Deixando bem dividido.

Pra mim deixou a humildade
Que ele tinha também,
Foi um valoroso bem
Que guardo com lealdade.
Me deixou capacidade
Para ler e escrever,
Fazendo o povo entender
As coisas da nossa gente.
Herdei e fiquei contente
Só perco quando eu morrer.

Deixou pra Rita Maria
O valor da paciência,
Que é usado com frequência
Nos problemas de hoje em dia.
Deixou o dom de ser guia
Pra conduzir o irmão,
Ou qualquer outro cristão
Na rota do bom viver.
Se o irmão esmorecer
Rita toma a direção.

Ozanam herdou cultura
Por ser mais inteligente,
Mas dividiu com a gente
Pra nossa vida futura.
Foi uma herança segura
De um pai equilibrado,
Para um filho abençoado
Que soube reconhecer.
Plantou e passa a colher
O fruto com resultado.

Geraldina herdou o saber
Com vontade de ensinar
E o gosto de repassar
Para quem quer aprender.
Nunca foi de esquecer
As lições que recebeu,
Dividindo o que aprendeu
Com aquele que não sabia.
Transferindo todo dia
O que do pai aprendeu.

Joaquim herdou devoção
Que o pai deixou com gosto,
Toda hora está disposto
Com a sua religião.
É um devoto cristão
De Jesus de Nazaré,
De São João e São José
E da virgem Santa Maria.
Herdou com muita alegria
Os seus princípios de fé.

Paulo morais foi herdeiro
De paz e serenidade,
Onde houver dificuldade
Age como um enfermeiro.
É sempre ele o primeiro
A visitar o doente,
Quando está muito carente
No leito de um hospital.
Herdou o dom divinal
De cuidar de paciente.

Paula herdou a qualidade
De dizer sempre o que pensa,
A menina não dispensa
A virtude da verdade.
Não tolera falsidade
E nem admite enredo,
Se for pra guardar segredo
Ela guarda, que eu sei.
Mas se for de encontro à lei
Ela diz e não tem medo.

Marcos teve como Herança
O poder de comandar,
Mas quando pega a teimar
Vai perdendo a liderança.
Parece mais com criança
Quando se encontra vexado,
Que fica embaraçado
Naquele Deus  nos acuda.
E a situação só muda
Depois de um carneiro assado.

Ricardo sendo o mais novo
Mas não teve privilégio,
É igual a Luís Sérgio
Um tocador para o povo.
Mas nunca jogaram ovo
Quando ele está tocando,
E assim ele vai sonhando
Com o irmão que morreu.
Pois Luís Sérgio viveu
A sua vida cantando..

Mundim do Vale.

Um comentário:

  1. Ó Senhor! como é maravilhoso acessar o Blog do Sanharol e dar de cara com uma poesia linda como esta, feita por quem tão bem conhece e que sente na pele o que é viver a simplicidade de uma família de gente tão boa e humilde,digamos de heróis, de batalhadores, de guerreiros que até hoje enfrentam a vida em busca de paz, amor, amizade, companheirismo,união. Quem conhece bem essa família, sabe realmente que esta linda poesia traduz a mais pura verdade. Filhos tão bem educados por pais humildes, de corações generosos e mentes sábias, que até hoje, como Deus quer, colhem os frutos que plantaram, com o privilégio de serem amados e respeitados por todos nós, amigos e conterrâneos de sempre. Valeu Mundim do Vale(Nanum). Belíssima poesia, pra mim a nº 1. Grande abraço!!!!

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