Faltam duas semanas para a chegada do Papa Francisco ao Rio. Ele mostrará ao mundo um Brasil de fé, solidariedade, alegria e paz. Será a primeira viagem de um Pontífice que, em quatro meses de reinado, deu as seguintes lições:
1) Pagou a conta da casa de hóspedes que o abrigou em Roma durante o conclave. Alô, doutores Henrique Alves, Garibaldi Alves e Renan Calheiros com seus jatinhos da Viúva.
2) Dispensou o apartamento pontifício de dez aposentos e continuou na Casa Santa Marta, onde ficam os bispos que passam por Roma. Alô, Eduardo Paes, que em 2010 queria comprar para a prefeitura o palacete dos Guinle na Rua São Clemente. Os donos pediam R$ 10 milhões.
3) Livrou-se dos paramentos do regalismo medieval de Bento XVI e dos medonhos sapatos vermelhos de seus antecessores.
4) Nomeou uma comissão de cardeais para limpar a estrutura da Cúria e faxinou o Banco do Vaticano.
5) Confessou-se um pecador. Alô, Lula.
Papa Francisco. Foto: Alessandro Bianchi / Reuters
O Papa Francisco chega ao Brasil com uma Igreja livre de grandes divisões. Não vem hostilizar prelados esquerdistas e, se há na hierarquia brasileira discretos muxoxos, sobretudo por causa da faxina no Banco do Vaticano, eles serão dissimulados.
Se governantes estão com medo do que significará sua visita, ainda têm tempo para ler a inutilidade do mal-estar dos comissários poloneses quando João Paulo II anunciou sua visita a Varsóvia.
Centenas de milhares de peregrinos hospedados em casas alheias celebrando a fé serão uma santa lição num país onde o andar de baixo sabe dividir o que tem, enquanto no de cima não querem nem pagar passagem de avião.
Bendito seja Deus.
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