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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 10 de agosto de 2013

VALE A PENA VER DE NOVO - Por Mundim do Vale.

IDIOMA  SEM  NAÇÃO.

Quando os nossos conterrâneos que estavam em São Bernardo, vinham de férias a V. Alegre, era aquela festa, chegavam ricos e falando num idioma sem nação, como dizia o saudoso Zé Clementino.
Uma vez chegou Pedro de Raimundo Leandro vestindo calça boca de sino, calçando um sapato cavalo de aço, um gravador a tiracolo e um relógio oriente.
Acontecia a festa do padroeiro e no sábado pela manhã Pedro foi dar uma volta na cidade, acompanhado de algumas garotas. Passou pela feira  onde Renato de Zé Sobrinho vendia frutas e aproximou-se da banca. Abriu a mão e bateu forte  numa melancia dizendo:
- Oh meu. Quanto que é o cocômero?
Renato respondeu:
- Inteira é 5,00 e uma banda é 3,00.
Com a mão sobre a melancia Pedro disse:
- Corta essa. Bicho!
Renato passou a faca na melancia e dividiu em duas bandas, pegou uma das bandas e foi entregando a  Pedro.
Pedro rejeitou dizendo:
- Qualé malandro? Eu não quero isso não.
Renato com a banda da melancia numa mão e a faca na outra falou:
- Você tem que levar. Tá pensando o que? Chegou aqui falando ingrês, me chamando de bicho e fez  eu cortar a tamboroca agora vai levar.
Pedro vendo a raiva explícita do vendedor e a faca pingando aquele suco vermelho, deu uma nota de 5,00 e saiu sem nem olhar pra traz.
Taveirinha que tinha acompanhado tudo gritou:
- Ei Pedro! Tu num vai levar a cocom não.

2 comentários:

  1. Prezado Mundim.

    Idioma sem nação me fez lembrar uma proeza do nosso amigo e parente Geovane Costa.

    Um dia, ainda criança, ele gritou pela mãe: Chega mãe " a lelé tá dentro da cocoia".

    Isso queria dizer, no bom portugues: "a porca tá dentro de casa".

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  2. E aí bicho:primo de primeira do passado ao futuro corta essa aqui tá tudo branco e já, logo tô passando por a vila pra nois levar um lero beleza? primo um abraço !!!!

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