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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 10 de agosto de 2013

CAUSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.

TÁ  ÀS  ORDENS.

Trío Maravilha, foi o apelido certo que Punduru encontrou para colocar nos nossos conterrâneos Fúlvio Rolim, Régis Teixeira e Elano Sátiro. Oe três só andavam juntos. Era um por todos e todos por um.
Dos três o que tinha melhor situação finaceira era Fúlvio. Ele possuia uma bicicleta Monark e um carneiro impestado de carrapichos. Um certo dia Fúlvio vendeu a bicicleta e o carneiro e com o dinheiro apurado comprou um Fiat uno de cor vermelha.
Hudson Batista assim que viu o carro batizou logo de Trovão Vermelho.

CONDIÇÕS  TÉCNICA  DO  VEÍCULO:
. O freio era precário e não tinha buzina quando trafegavam numa rua de muito movimento de pedestres, Régis gritava:
- Arreeeeda. Mói de chifre!
Elano sátiro para auxiliar na buzina dava umas pancadas na lateral do carro.
O tanque de combustível, da metade pra cima era só ferrujem porque a gasolina nunca chegou até lá. Teve uma vez que Fúlvio arrancou dois pés de feijão que nasceu lá.
Só trafegavam de dia porque os faróis e as lanternas não acendiam. Segundo Hudson Batista a única lâmpada que vivia acesa era aquela de alerta do combustível, porque nos cinco anos que Fúlvio passou com o Trovão Vermelho, a lâmpada nunca apagou-se.

DOCUMENTAÇÃO  DO  VEÍCULO:
. O único documento que o carro possuia era um recibo de venda feito em papel de caderno e assinado por Gustavo Correia.

DOCUMENTAÇÃO  DO  CONDUTOR:
. O documento que Fulvio tinha era uma xerox do registro civil tirado no cartório de Zé Guedes no São. Caetano.

Uma vez o trío resolveu passear e foi feito uma vaquinha para abastecer o carro que rendeu três cruzados novos. Seguiram para o posto mas quando faltava 500 metros a gasolina acabou. Fúlvio mandou Elano chamar um dos frentistas para ajudar a empurrar o carro até o posto. Na chegada da bomba o condutor botou a mão no bolso e falou para o frentista que já tinha empurrado o carro:
- Bote três cruzados novos.
O frentista patinava na geléia, mas também era gozador, meteu a mão no bolso e falou:
- Eu vou botar dois cruzados do meu para completar cinco, que eu não tou apariado a empurrar mais carro de liso não.
Terminado o abastecimento o frentista entregou a chave e perguntou com ironia:
- Vão viajar?
Régis respondeu o insulto.
- Porque você não vai tomar no caneco?
A bichinha botou as mãos nos quartos, deu duas volta no corpo sem tirar os pés do chão e respondeu: - Há, meu filho. Dá eu não dou não, porque não quero ficar sem ele. Mas se quiser emprestado, TÁ ÀS ORDENS.

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