Na semana passada, quando soube que os primeiros condenados do mensalão haviam sido presos, Lula afirmou esbanjando sensatez:
- Quem sou eu para comentar uma decisão do Supremo Tribunal Federal...
A sensatez começou a se esgarçar tão logo ele telefonou para José Dirceu e José Genoino e comentou: - Estamos juntos! O que significa, em outras palavras, "estou ao lado de vocês".
Quando estourou o caso do mensalão, Lula se disse traído, mas não revelou o nome dos traidores. É razoável supor que nenhum dos Josés (Dirceu e Genoino) tenha traído Lula. E que Lula os considera inocentes dos crimes pelos quais foram condenados na mais alta instância da Justiça. Do contrário, simplesmente não haveria porque se solidarizar com eles ("Estamos juntos!")
O comentário, que Lula disse que não faria à decisão do STF, fica ainda mais claro quando ele, hoje, provocado por jornalistas, decretou: - Eu estou aguardando que a lei seja cumprida e quem sabe eles fiquem em regime semiaberto.
Para Lula, portanto, a forma ideal ou única ou a mais justa de a lei ser cumprida é a escolha do regime semiaberto como aquele que servirá de punição para os condenados do mensalão – ou pelo menos para os petistas condenados. Fora daí seria uma exorbitância.
Contraditório e um tanto confusamente, Lula avançou o sinal que ele mesmo estabelecera para si. E tudo em menos de uma semana. O que virá em seguida?
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