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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

VERSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.

QUADRAS  COMPARADAS.

Retrato se chama foto
Perfume vem da essência,
O ato de comprar voto
É tráfico de influência.

Pano preto é para luto
Faca pequena é quicé,
Quem compra voto é corrupto
E quem vende também é.

Calçada limpa é varrida
Drama se faz em capítulo,
Nunca vi na minha vida
A nota fiscal de um título.

Lambreta também é moto
Jantar de velho é mingal,
Aquele que vendeu voto
Traiu o seu ideal.

Baladeira é pra caçar
Todo Gêmeo é parecido,
Título é feito pra votar
E não para ser vendido.

Tempero bom é piqui
Eleitor tolo é otário,
Até hoje eu nunca vi
Um título no crediário.

Nem que possa parecer
Com vantagem ou promoção.
Nunca vi ninguém vender
Um só título à prestação.

E se alguém parcelar
O voto para vender?
Se o comprador não pagar
Vai para o S.P.C.?

Para que o poeta rime
Ele olha a vida alheia,
Se comprar voto é um crime
Para que serve a cadeia?

Eu já vi banco na feira
Financiando animal,
Mas nunca vi financeira
Para título eleitoral.

E o besta do eleitor
Confiando no agrado,
Recebe do comprador
Até cheque pre-datado.

Eita, povo pra sofrer!
É o povo sem noção,
Já deu até pra vender
O voto na eleição.

Mundim do Vale.

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