QUADRAS COMPARADAS.
Retrato se chama foto
Perfume vem da essência,
O ato de comprar voto
É tráfico de influência.
Pano preto é para luto
Faca pequena é quicé,
Quem compra voto é corrupto
E quem vende também é.
Calçada limpa é varrida
Drama se faz em capítulo,
Nunca vi na minha vida
A nota fiscal de um título.
Lambreta também é moto
Jantar de velho é mingal,
Aquele que vendeu voto
Traiu o seu ideal.
Baladeira é pra caçar
Todo Gêmeo é parecido,
Título é feito pra votar
E não para ser vendido.
Tempero bom é piqui
Eleitor tolo é otário,
Até hoje eu nunca vi
Um título no crediário.
Nem que possa parecer
Com vantagem ou promoção.
Nunca vi ninguém vender
Um só título à prestação.
E se alguém parcelar
O voto para vender?
Se o comprador não pagar
Vai para o S.P.C.?
Para que o poeta rime
Ele olha a vida alheia,
Se comprar voto é um crime
Para que serve a cadeia?
Eu já vi banco na feira
Financiando animal,
Mas nunca vi financeira
Para título eleitoral.
E o besta do eleitor
Confiando no agrado,
Recebe do comprador
Até cheque pre-datado.
Eita, povo pra sofrer!
É o povo sem noção,
Já deu até pra vender
O voto na eleição.
Mundim do Vale.
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