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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Luz e sombras - Por Merval Pereira.


Os deuses parecem estar ao lado do governador Eduardo Campos. Quase ao mesmo tempo em que ele apresentava o primeiro esboço do que será o seu programa de governo caso vença a eleição para a Presidência da República em outubro, um apagão de grandes proporções tomou conta de boa parte do país, deixando mais de 3 milhões de unidades consumidoras sem energia.

O acidente, ainda sem explicação oficial, parecia dar razão a Campos quando ele afirmava que “o governo saiu dos trilhos”. Não se sabe ainda o que ocasionou a falta de luz, mas mesmo o governo dizendo que o caso nada tem a ver com o consumo elevado devido ao calor, fica a sensação de insegurança quanto ao sistema elétrico em si, que vem sofrendo apagões frequentes.

Campos parece querer com sua fala marcadamente oposicionista enfatizar essa insegurança que detecta no cidadão comum: “Não há ninguém que ache que mais 4 anos do que está aí vai fazer bem ao povo brasileiro. Nem eles mesmos.”

O governador pernambucano foi cuidadoso ao centrar suas críticas no governo Dilma, deixando sempre claro a distinção entre ele e o governo Lula, do qual foi Ministro: “Onde vamos temos a clara percepção de que o Brasil parou, de que saiu dos trilhos, que estava avançando no sentido de acumular conquistas e mais do que de repente teve a sensação de freada e de desencontro”.

O Palácio do Planalto assustou-se com o tom elevado das críticas do governador Eduardo Campos, como se ainda esperasse espaço para negociar apoios num segundo turno com o ex-companheiro. A também ex-ministra Marina Silva, na campanha de 2010, comportou-se não como uma candidata de oposição, mas como quem estava acima dos dois partidos hegemônicos, PT e PSDB, considerando-os igualmente nocivos à política brasileira. 

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