Escravidão branca, desrespeito aos direitos internacionais dos trabalhadores e outras denominações idênticas marcaram as críticas iniciais ao programa Mais Médicos do Governo Federal destinado a trazer, principalmente, de Cuba para o Brasil profissionais médicos que se propusessem a morar nas mais longínquas comunidades ou nas periferias dos centros urbanos para atender às pessoas mais pobres.
Em um país onde o bolsa família tem garantido sucessivas vitórias ao PT, cuidou-se de blindar o Mais Médicos para que ele pudesse se transformar em nova mina de votos para a presidente Dilma agora que a economia declina, a inflação cresce e a população vai às ruas clamar pelos seus direitos nas mais variadas áreas.
De carona no programa, o ex-ministro da saúde Alexandre Padilha sonhou, e ainda sonha, em ser governador de São Paulo onde o bolsa família não é suficiente para dar vitórias ao PT, há décadas. Quem sabe, deve ter pensado Padilha, – agora em campanha – os médicos cubanos consigam quebrar a resistência paulista aos petistas dos mais variados costados. O próprio Lula nunca venceu eleição majoritária no estado.
Há quinze dias, porém, como um castelo de cartas, o mosaico do programa começou a se desfazer aos olhos nacionais e internacionais.
O que muitos brasileiros mais atentos já sabiam foi desvendado ao público externo quando a médica cubana Ramona Rodriguez, protegida em Brasília por parlamentares da oposição, denunciou que estava abandonando o programa e pedindo asilo porque havia sido enganada.
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