Amanhã, prazo máximo concedido pela lei para que o Orçamento da União seja reapresentado em sua versão final, circulará no início da noite uma edição extra do Diário Oficial com os cortes estipulados pela equipe econômica do governo para atender às necessidades do ajuste das contas públicas.
O anúncio dos cortes estava previsto para hoje. Foi adiado porque aumentou a pressão sobre o governo por um ajuste menos duro. Para se reeleger no ano passado, a presidente Dilma disse que o país ia muito bem e que um ajuste fiscal era dispensável. Uma vez reeleita, passou a admitir que sem ajuste não dá para governar.
A maioria dos governadores reuniu-se, ontem, em Brasília, a convite dos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, e reclamou da falta de dinheiro até para pagar despesas obrigatórias. Um grupo de 11 senadores, alguns deles que apoiam o governo, assinou um manifesto contra uma das medidas do ajuste, a 665.
A medida dificulta o acesso do trabalhador às regras do pagamento do seguro-desemprego e do abono salarial. Foi com medo de uma derrota no Senado que o próprio governo manobrou para que a votação da 665, prevista para ontem, fosse adiada. A princípio a votação deverá ocorrer na próxima semana.
Assim, Dilma e o ministro Joaquim Levy, da Fazenda, chegaram às vésperas do anúncio dos cortes sem saber o valor da economia a ser feita com base nas medidas do ajuste em tramitação no Congresso. A tendência será aumentar o tamanho dos cortes nos orçamentos dos ministérios, que poderá alcançar de 70 bilhões a 80 bilhões de reais.
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