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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 24 de junho de 2015

A solidão de Dilma - Por Ricardo Noblat

Pobre Dilma. Na última quinta-feira, Lula a criticou duramente, ao seu governo e ao PT. Disse que ela e ele estavam no “volume morto” e o PT, abaixo do volume morto.

Anteontem, voltou a bater no governo e no PT. Quanto a ele, se disse cansado, velho. Tem razão.

Fora o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), ninguém saiu em defesa de Dilma. Nem ela mesma.

Guimarães disse que Lula deveria ter feito as críticas no âmbito do governo e do partido. Para não fornecer munição aos adversários.

E Dilma reconheceu o direito de Lula criticá-la. Ordenou aos seus ministros que nada comentassem a respeito.

Para completar o quadro de solidão da presidente da República, a bancada do PT no Senado lançou uma nota de apoio a...A Lula, vítima de uma “campanha sórdida”, movida pelo “ódio”, apesar de ser “uma das raras e fantásticas lideranças que conseguem transcender os limites de sua origem social, de sua cultura e do seu tempo histórico".

Bonito, não?

Dilma está acuada pela Operação Lava Jato, o ajuste fiscal que se arrasta, as péssimas notícias sobre a economia, a rejeição popular e, agora, as críticas disparadas por Lula.

Não sabe como sair do buraco em que se meteu – a não ser dar tempo ao tempo e torcer pelo sucesso do ajuste.

À crise econômica soma-se a política. É grande o vazio de líderes. E num regimento presidencialista como o nosso, se o presidente não lidera... 

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